O debate sobre a questão israelo-árabe entre o libertário Dave Smith e o neocon Douglas Murray, no podcast de Joe Rogan, consumiu a Internet durante semanas.
Um dos momentos mais intrigantes da discussão ocorreu no seu início, quando o elitista Murray insistiu que é preciso ser um “especialista” num determinado assunto para o poder discutir publicamente.
A sério? Não foram os “peritos” que mergulharam o mundo na sua resposta insana à Covid? Não foram os “peritos” que insistiram na invasão do Iraque e do Afeganistão e dos desastres da Líbia, da Síria e da Somália? Não foram os “peritos” que abriram as fronteiras à imigração massiva, desagregando e arruinando, talvez irremediavelmente, as sociedades ocidentais? Não foram esses sábios incontestados que nos enfiaram numa guerra por procuração com a Rússia que, mesmo que fosse legítima (não é), será sempre impossível de ganhar? E não usaram esses trafulhas exactamente o mesmo argumento espúrio e pateticamente pretensioso de Murray?
A propósito da sua experiência nesse debate, Dave disse a Tucker:
“Ele foi ridículo, e foi um pouco estranho testemunhar o que estava a acontecer. Decidiu abrir o debate criticando toda a gente por não ser tão boa como ele, que a ‘classe dos especialistas’ é que devia ser consultada… Estava claramente a dizer que ‘vocês nos podcasts’ não estão qualificados para falar sobre estes assuntos.”
Esta é uma estratégia comum dos globalistas em geral e dos sionistas em particular: silenciar cépticos e dissidentes da sua narrativa não pela discussão dos seus argumentos mas através de acusações de antisemitismo ou, quando essas são ridículas (Dave Smith é judeu pelo que não poder ser antisemita), fazendo recurso do estafado e descredibilizado trunfo da “peritagem”.
No magro exercício retórico de Douglas Murray, um comediante e comentador político com um influente canal no Youtube, não tem autoridade para ter uma opinião sobre a guerra de Gaza. Só um punhado de sábios da imprensa corporativa e da academia neoconservadora têm argumentos válidos sobre o asssunto.
É espantoso.
Smith, conhecendo o historial desastroso da “classe dos peritos”, não podia acreditar no que estava a ouvir. E continua a não acreditar. Na conversa com Tucker Carlson reflecte sobre o debate, diz verdades sobre o conflito no Médio Oriente que o establishment não equaciona sequer, e escarafuncha assertivamente sobre a hipocrisia e os tiques totalitários de sionistas norte-americanos como Ben Shapiro, entre outras dissidências.
Vale a pena.
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