A livre-determinação dos povos e a soberania nacional são princípios fundamentais do direito internacional e da organização política das nações. No entanto, tais princípios têm sido progressivamente violados por estruturas supranacionais – União Europeia, ONU, OMS e até ONG’s – que pretendem impor um governo global, anulando a história, cultura e espiritualidade das nações em nome de uma inviável, opressora e jamais solicitada governança universal. Cabe, portanto, analisar como essa agenda globalista se desenvolve, suas implicações para a soberania dos Estados e a autodeterminação dos povos, agora claramente expostas pelo escândalo da USAID.

 

O globalismo como ferramenta de dominação

O globalismo não passa de um ambicioso – e antigo – projeto de engenharia social e política conduzido por elites tecnocráticas e organismos internacionais, como a ONU, a União Europeia e grandes corporações multinacionais. Este movimento não é meramente um processo de interconexão econômica e política, mas sim um projeto ideológico de controle mundial, no qual as nações perdem sua soberania e passam a se submeter a diretrizes impessoais de um centro de poder alheio aos interesses nacionais e que, sequer, seria eleito pelos cidadãos dos países envolvidos.

Esse domínio não se dá apenas pela imposição de tratados e acordos internacionais, mas também por meio da manipulação da opinião pública e da interferência ilícita em processos eleitorais de países soberanos – verdadeiro crime contra a segurança nacional de qualquer país. Organizações como a USAID, sob o pretexto de promover a democracia e os direitos humanos, desempenham um papel fundamental nesse processo de subversão, influenciando diretamente o cenário político de nações estratégicas.

 

A guerra cultural como mecanismo de subversão

A imposição do globalismo é viabilizada por meio da guerra cultural, gramscismo puro, onde se promovem valores que minam as identidades nacionais e as tradições históricas dos povos. O relativismo moral, o multiculturalismo e a desconstrução de estruturas sociais são algumas das ferramentas utilizadas para enfraquecer as resistências internas aos projetos globalistas. Dessa forma, as populações passam a aceitar passivamente diretrizes externas, abdicar de sua autodeterminação política e, até mesmo, submeter-se às hordas migratórias, deliberadamente impostas por seus promotores.

Nesse contexto, a censura e o controle da informação tornam-se armas essenciais para os agentes globalistas. Um exemplo concreto desse fenômeno foi a atuação da USAID no Brasil durante as eleições de 2022. O ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA, Mike Benz, revelou que a agência financiou uma “guerra santa contra a censura” que, na prática, visava apenas a repressão de apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro e a supressão de seu conteúdo online.

Milhões de dólares foram destinados a ONGs alinhadas à esquerda para moldar narrativas favoráveis a seus interesses, enquanto plataformas digitais – YouTube, o antigo Twitter, entre outras – removiam ou desmonetizavam influenciadores conservadores. Entre os beneficiários dessa interferência estava o Instituto Felipe Neto (conhecidíssimo influencer, voltado – pasmem – ao público infanto-juvenil e com mais de 30 milhões de seguidores, o que representa enorme poder de influência sobre gerações ainda imaturas), que recebeu financiamento dos EUA, ao passo que aliados de Bolsonaro foram sistematicamente excluídos das redes sociais, tal como o autor que vos escreve.

Além disso, a USAID também canalizou recursos para grupos ativistas da Amazônia (sempre ela, boiando sobre um oceano de petróleo e minerais raríssimos) e financiou campanhas midiáticas destinadas a manipular a opinião pública. Essas ações, sob o disfarce de “promoção da democracia”, representaram uma interferência direta na soberania brasileira e na autodeterminação de seu povo, não sendo demasiada a suposição que, diante de urnas eletrônicas impossíveis de serem auditadas e que não imprimem os votos registrados, tais forças ideológicas e financeiras tenham, igualmente, determinado o resultado das eleições pela simples manipulação de algoritmos, no Brasil.

 

O papel dos Estados Unidos e da China na reconfiguração geopolítica

A ascensão da China como potência global e a contínua intervenção dos Estados Unidos – leia-se “governos do Partido Democrata”, USAID – em assuntos de outras nações revelam um conflito pelo controle da nova ordem mundial. No caso chinês, o Partido Comunista busca estabelecer uma hegemonia tecnocrática por meio do uso da tecnologia e do capital, ao passo que os Estados Unidos, influenciados por elites globalistas, frequentemente adotam uma política externa intervencionista que atropela a soberania dos países em nome de uma suposta democratização. Tal conflito define claramente a divisão desta disputa, travada entre os blocos globalistas (EUA, etc.), o califado islâmico e o sino-eurasianismo, que engloba China e Rússia.

A interferência da USAID no Brasil exemplifica esse modus operandi globalista. O uso de dinheiro de impostos americanos para manobrar o resultado das eleições e moldar o discurso público demonstra que os próprios cidadãos dos Estados Unidos são, ainda que involuntariamente, cúmplices da destruição da soberania de outras nações, financiando tudo isso sem se darem conta. E essa prática não se restringe ao Brasil – é uma estratégia replicada em diversos países ao longo da história recente, inclusive na Europa.

O enfraquecimento das instituições nacionais

A desconstrução das soberanias nacionais também passa pela infiltração de organismos internacionais em esferas de decisão política e econômica. A adesão de governos a pactos globais que impõem políticas ambientais, de migração e de segurança – todas demagógicas e sem o devido aval das populações – é um dos sintomas dessa perda de autonomia, cujo símbolo mais evidente é a própria e abortiva União Europeia.

A manipulação eleitoral, a censura seletiva e o financiamento de movimentos progressistas por agências estrangeiras são apenas algumas das ferramentas utilizadas para minar governos nacionalistas – palavra execrada, atualmente – e fortalecer regimes alinhados à agenda globalista. O Brasil, ao se tornar alvo dessas operações, exemplifica ao mundo como as democracias podem ser instrumentalizadas – destruídas, na verdade – para servir aos interesses de elites supranacionais, que buscam deslegitimar qualquer resistência ao seu projeto de poder.

 

Conclusão

A anulação da soberania nacional e da livre-determinação dos povos é um dos maiores desafios contemporâneos conforme exibe hoje, para todos, o Presidente Donald Trump. A resistência a essa agenda globalista não pode ocorrer apenas no campo político, mas também na esfera cultural, intelectual e espiritual. O reconhecimento da importância da verdadeira Igreja Católica, das tradições, do patriotismo e da identidade nacional será fundamental para a preservação da liberdade dos povos e da soberania das nações, no século XXI.

A experiência brasileira recente nos mostra como as estratégias globalistas se manifestam de maneira concreta, interferindo diretamente em processos políticos e sociais. Somente uma tomada de consciência e uma reação organizada – tanto popular quanto dos parlamentares – poderão impedir que os países continuem sendo reféns desses interesses externos e mostrarão, claramente, o caminho a seguir aos demais povos, europeus e dos outros continentes.

A luta pela soberania não é apenas uma questão política – é uma necessidade civilizacional.

 

 

WALTER BIANCARDINE
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Walter Biancardine foi aluno de Olavo de Carvalho, é analista político, jornalista (Diário Cabofriense, Rede Lagos TV, Rádio Ondas Fm) e blogger; foi funcionário da OEA – Organização dos Estados Americanos.

As opiniões do autor não reflectem necessariamente a posição do ContraCultura.