The Course of Empire – Destruction . Thomas Cole . 1836

 

 

A sociedade ocidental europeia é baseada na fé no Deus de Israel, na razão filosófica grega e no saber jurídico romano; estas são as três colunas de nossa sociedade e que vivem, hoje, em estado terminal pela força da insanidade hegeliana da Escola de Frankfurt – tudo destruir, para que do nada restante resultar um novo paradisíaco.

À isso soma-se as aspirações secretas de Karl Marx – divinizar-se, tornar-se o novo Deus em lugar do Jesus Cristo por ele, teoricamente, derrubado – e podemos entender os porquês de, em suas obras, aparecer de forma evidente a mesma estrutura de toda a narrativa bíblica, com o proletariado sendo o povo crente e Marx (suas ideias) o novo Messias, que abriria as portas – através da revolução – ao paraíso na terra.

Colocando à parte as vicissitudes dos últimos 150 anos, o fato é que o tripé básico da sociedade ocidental está ruindo fragorosamente. O Deus de Israel foi contaminado pelo vírus da Teologia da Libertação desde a Alemanha; a filosofia grega sofre diuturna contestação – sejamos claros: negação – pela absoluta maioria dos filósofos atuais, sempre auxiliados e glamorizados pela mídia e cultura de massas; e mesmo os princípios basilares do Direito Romano sucumbem ao ativismo judicial, um fenômeno preocupante que já se espalha pelo mundo.

A grande mídia ocupou, garantida pela preguiça e omissão de pais e mães, o lugar de formadora de valores e conceitos nas crianças e jovens. Igualmente, a tal ponto o comodismo e fobia em pensar transformou jornalistas em sábios e profetas; oráculos reveladores das verdades sobre todos os temas – se um famoso tem ou não um bom caráter ou mesmo se Deus existe e qual é o sentido da vida; tudo o que se diga sobre isso – desde que publicados em jornais, revistas e programas de TV –  assim tomamos como a Verdade Revelada.

A resultante é chegarmos ao ponto de, ao menos no Brasil, sequer termos a capacidade de falar. A ignorância deliberada transformou homens pensantes em pitecantropus incapazes, sequer, de expressarem suas necessidades básicas.

Nenhuma de nossas instituições funciona, estamos sempre aquém de uma justa remuneração, vivemos em aglomerados sujos e feios e tudo o que nos retrata foca apenas na luxúria, diversão ou crime que compensa.

O Brasil já alcançou o preconizado pela Escola de Frankfurt, tudo foi devidamente destruído. Trata-se agora de saber se o velho continente – a Europa – deixou-se contaminar por tal pestilência e em qual nível, pois é nítida a má vontade dos líderes deste bloco (União Europeia) para com os propósitos ressuscitadores de Donald Trump.

Por óbvio o Presidente norte-americano foca seus esforços em seu país, mas o que poucos se dão conta é a onda avassaladora “vintage”, que novamente coloca na ribalta princípios, costumes e até coisas, como vestimentas, em alta cotação – ao menos entre o povo, que paga impostos e sustenta a privilegiada casta.

Tal movimento, mundial, não se dá à toa: trata-se da mais clara evidência de repúdio ao atual estado moral da humanidade, que chegou ao paroxismo – verdadeiro ponto de inflexão – na abertura das Olimpíadas de Paris, ano passado.

Sem perspectivas para o futuro, o homem volta-se para o passado e nele encontra abrigo, raízes, referências, acolhimento e proteção.

Alguém poderá, em sã consciência, condená-lo?

O apocalipse – o fim de nosso mundo – aconteceu na virada do século e os líderes mundiais, com poucas exceções, até hoje não perceberam.

Somos zumbis em um mundo de escombros, mas ainda há tempo de salvarmo-nos.

 

 

WALTER BIANCARDINE
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Walter Biancardine foi aluno de Olavo de Carvalho, é analista político, jornalista (Diário Cabofriense, Rede Lagos TV, Rádio Ondas Fm) e blogger; foi funcionário da OEA – Organização dos Estados Americanos.