É deprimente e desesperante, mas as imagens de buracos negros que as academias distribuem na imprensa e vendem como factuais, são artefactos, subprodutos manipulados digitalmente que não têm absolutamente nada a ver com os objectos detectados no universo.

E a este propósito rebentou mais um escândalo: a imagem recentemente divulgada do alegado buraco negro que alegadamente se situa no centro da Via Láctea é uma fraude. Total.

Senão vejamos. Esta é a imagem que circulou nos media:

 

 

Mas com os mesmos dados processados com um método de mapeamento diferente, uma outra equipa de cientistas chegou a esta conclusão gráfica:

 

 

Ambas as imafens são fabricadas a partir da dados captados pelos telescópio Event Horizon e interpretados pelos cientistas e pelo software que usam e pelas ideias preconcebidas que eles têm sobre a natureza do objecto que lá está. São representações que resultam de análises estatísticas subjectivas e processos técnicos de composição diferentes. Não são um retrato fiel do fenómeno físico em si mesmo.

E o problema aqui é que, pelo menos no primeiro caso, são vendidas aos leigos como representações realistas dos fenómenos naturais. O que é falso. 100% falso.

Anton Petrov explica melhor a fraude.

 

 

Este caso não é inédito. Como o Contra já documentou, as imagens que circulam nos media como representações de buracos negros não só são artefactos – construções digitais subjectivas sobre dados recolhidos dos telescópios ou – pior ainda – a partir de algoritmos que trabalham na abstracção, como é muito possível que especulem sobre fenómenos celestes que nem sequer são buracos negros.

Convém a este propósito sublinhar que os buracos negros resultam da formulação matemática mais do que da demonstração empírica e há até nas academias muito boa gente que desconfie que afinal estas singularidades nem sequer existam no cosmos.