A abominação que presenciámos durante a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Verão de 2024, em Paris, só reforça uma argumento que o Contra tem vindo a defender desde o início da sua actividade editorial: a batalha que travamos actualmente não é ideológica, entre conservadores e progressistas ou entre o ocidente e o oriente: É uma guerra espiritual – que é imanente à condição humana e que sempre foi travada, mas que atinge agora claramente um apogeu – entre o Bem e o Mal.

As elites neo-liberais contemporâneas não escondem de que lado estão, e no acto inicial dos Jogos de Macron, mostraram ao mundo a sua estética e a sua ética satânicas.

A dado passo, no evento em causa, um grupo de drag queens e indivíduos transgénero recriaram a obra-prima de Leonardo Di Vinci, A Última Ceia. A figura de Cristo, interpretada por um transexual obeso, rebola-se no centro da cenografia, ladeado por personagens bizarros em poses lascivas e comportamentos desviantes, numa manifestação espúria do mais vulgar ateísmo, que tem como único objectivo humilhar os cristãos.

Fica por explicar por que é que não foi mais ‘diversa’ a ambição do cenógrafo, já que, considerando a forte implantação dos islamismo na França contemporânea, os muçulmanos foram excluídos da paródia.

A explicação não é necessária, claro. Se o deprimente espectáculo fosse minimamente ofensivo para os seguidores de Maomé, todo o país seria engolido pelas chamas do ódio religioso. Lamentavelmente, só os cristãos são capazes de permitir que isto aconteça, condenados que foram a um lento e conformado suicídio, previsto por Nietzsche.

 

 

Na coreografia de abertura, mulheres em atitudes provocantes dançaram em volta de postes, como acontece em bordeis e casas de alterne. Outros figurantes dançaram nas ruas, incluindo homens que se abraçavam carinhosamente enquanto se passeavam numa das muitas pontes sobre o rio Sena.

Um dos segmentos de dança pré-gravados foi ainda mais explicitamente LGBT, com três bailarinos em trajes de género ambíguo a correrem pelas ruas de Paris e a entrarem num edifício. O segmento terminou com os três – dois homens e uma mulher – a aproximarem-se e a beijarem-se dramaticamente, entrando depois numa casa para prosseguirem os seus actos amorosos.

O segmento terminou com um dos bailarinos a olhar para a câmara e a bater com uma porta na cara dos espectadores, deixando claro que os três estavam a planear um contacto mais íntimo.

Numa outra fase da cerimónia, uma mulher decapitada à semelhança de Maria Antonieta, que foi morta por radicais violentos durante a Revolução Francesa em 1793, glorifica os horrores do jacobinismo.

 

 

Mais à frente, um cavaleiro mecânico deslocou-se ao longo do Sena com a bandeira olímpica, evocando claramente o “cavalo pálido da morte” descrito no Livro do Apocalipse.

 

 

Mas talvez o momento mais bizarro da noite foi uma bandeja gigante decorada com frutas falsas e outros alimentos onde estava instalado um homem vestido com um fato azul justo que deixava muito pouco à imaginação, representando o deus grego do vinho, da festa e do teatro, Dionísio.

 

 

A fealdade profana de tudo isto é difícil de qualificar. O portal grego pronews.gr descreveu o deprimente espectáculo como o “colapso da civilização”, publicando um vídeo da cerimónia, com a legenda:

“Vejam aqui a desgraça de França”.

E acrescentando, assertivamente:

“Depois das cerimónias de abertura dos Jogos Olímpicos na Coreia e na China, a cerimónia subsequente de #Paris2024 mostrou que o Ocidente não tem mais nada a acrescentar à humanidade em termos de civilização, excepto a necessidade de proteger vigorosamente as nossas crianças”.

A representação herética e ofensiva da Última Ceia surge depois de terem sido retiradas todas as cruzes cristãs do horizonte de Paris nos materiais de promoção dos Jogos de Macron.

Em resposta à controversa cerimónia de abertura, Marion Maréchal-Le Pen publicou no X:

“Para todos os cristãos do mundo que estão a assistir à cerimónia #Paris2024 e que se sentiram insultados por esta paródia drag queen da Última Ceia, saibam que não é a França que está a falar, mas uma minoria de esquerda pronta para qualquer provocação”.

 

 

Este abominável espectáculo satânico não tem, porém, nada a ver com esquerda ou direita. Tem a ver com o Mal e o Bbem e aqueles que ainda não perceberam isso só estão a fortificar o inimigo.

 

Uma história de violência.

O sentimento anti-cristão e os ataques a igrejas, cemitérios e outros locais de culto têm sido uma constante na França contemporânea. Muitas igrejas e catedrais importantes foram vandalizadas ou mesmo incendiadas, como foi o caso da Catedral de Nantes em 2020, em que um migrante ruandês foi preso pelo incêndio. O mesmo ruandês assassinou um padre na cidade apenas um ano depois.

Depois de ter sido reduzida, em substancial parte, a escombros e cinzas por um incêndio que ainda hoje está por explicar, a Catedral de Notre-Dame, talvez o apogeu arquitectónico da fé católica, foi transformada numa espécie de parque temático pagão, que enaltece os novos deuses das elites politicamente correctas: a deusa da diversidade, a deusa da inclusão, a deusa da equidade, o deus do ambientalismo, o deus de todas-as-religiões-são-excelentes-religiões, o deus Black Lives Matter, o deus do globalismo e o deus do capitalismo corporativo, entre outros deuses do universo Disney.

Uma mesquita é erguida a cada 15 dias em França, enquanto um monumento cristão é destruído ao mesmo ritmo. Em média, mais de dois monumentos cristãos são alvos de ataque por dia. Dois terços destes incidentes dizem respeito a roubo, enquanto o terço restante envolve profanação. Números recentes da unidade central de informação criminal francesa indicam que o número de ataques a “locais de culto” católicos, só em 2018, foi de 877.

Estes números multiplicaram-se exponencialmente em apenas 10 anos: enquanto 129 igrejas foram vandalizadas em 2008, em 2018, 5.000 edifícios católicos foram destruídos ou identificados como estando em risco de desaparecer.

Os católicos em França, embora maioritários, também têm sido repetidamente alvo de extremistas islâmicos, incluindo o brutal assassinato do padre católico Jacques Hamel a 26 de Julho de 2016.

A extrema-esquerda também tem dirigido acções violentasa contra os católicos franceses. Em 2021, um grupo de militantes da Antifa atacou uma procissão católica romana em Paris que assinalava o 150º aniversário dos mártires da Comuna de Paris de 1871. Vários idosos e crianças foram atacados e feridos.