Os utilizadores israelitas do X de Elon Musk, antigo Twitter, que se inscreveram para receber uma parte das receitas publicitárias da plataforma através do seu programa de verificação de marcas azuis, estão a ser obrigados a apresentar uma identificação fotográfica até 1 de Julho para continuarem a receber os pagamentos. Alguns utilizadores estão a reclamar, pois o processo está a ser tratado pela empresa israelita AU10TIX. O seu presidente e fundador, Ron Atzmon, é alegadamente um espião ou antigo espião das forças armadas israelitas.

A página de LinkedIn de Atzmon sugere que ele serviu como sargento de pelotão naval nas forças armadas israelitas. No entanto, uma reportagem do jornal libanês L’Orient Today e da MintPress News afirma que ele serviu na agência de informações internas israelita Shin Bet. O Shin Bet é uma agência parceira da Aman (inteligência militar) e da Mossad (inteligência estrangeira).

Atzom terá servido na Unidade 8200 do Shin Bet, composta por milhares de soldados responsáveis pela guerra cibernética e pela vigilância. Os métodos da Unidade 8200 foram questionados no passado, inclusive pelos seus próprios espiões. Quarenta e três membros da reserva escreveram uma carta ao Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu em 2014, condenando a utilização generalizada de escutas telefónicas.

Mais recentemente, foi noticiado que a Unidade 8200 estava a utilizar informações extraídas do Google para vigilância de reconhecimento facial. A Google, juntamente com a PayPal, a Uber e outras grandes empresas, é outro cliente da AU10TIX de Atzmon.

A decisão de Musk de partilhar as receitas com os utilizadores verificados tem constituído uma grande vantagem para muitos grupos de notícias e comentários, bem como para repórteres e especialistas independentes. Criadores de conteúdos proeminentes, como o “Censored Men”, estão a pedir a Musk que anule este requisito de verificação de fotografias, argumentando – e bem – que é um “risco extremo de segurança”.

O X está actualmente sujeito a um processo judicial devido à sua infiltração por agentes sauditas, na era antes de Musk, que usaram dados privados mantidos por esta rede social para identificar dissidentes. Alguns foram detidos e condenados a décadas de prisão ou mesmo à morte.