A recente tentativa de assassinato do primeiro-ministro eslovaco Robert Fico pode envolver mais do que apenas um agressor solitário, de acordo com o ministro do Interior Matúš Šutaj Eštok do partido Hlas. Novas revelações da investigação sugerem que o histórico do Facebook e de comunicações do suspeito de 71 anos, que está agora sob custódia, foi apagado duas horas após o incidente, o que levanta preocupações sobre uma conspiração mais alargada.

Eštok disse durante uma conferência de imprensa no domingo:

“O histórico das redes sociais e das comunicações do suspeito não foi apagado por ele e, aparentemente, também não foi apagado pela sua mulher. Com base nesta informação operacional, estamos, portanto, a trabalhar também com a possibilidade de um grupo de pessoas estar por detrás do atentado.”

O ministro da Defesa, Robert Kaliňák, do partido Smer-SD, ecoou esse sentimento, sugerindo que o suspeito pode ter comunicado com outras pessoas sobre a tentativa de assassinato, tornando plausível a hipótese de que não terá agido sozinho.

Pavol Gašpar, director-adjunto do Serviço de Informação da Eslováquia (SIS), chamou a atenção para o grave estado da segurança nacional, exacerbado pela crescente atenção dos meios de comunicação social estrangeiros em torno do atentado contra Fico. Gašpar também sugeriu que os serviços secretos estrangeiros podem estar activos no país, insinuando o seu envolvimento na tentativa de assassinato:

“Não é de excluir que sejamos um terreno fértil para as actividades dos serviços secretos estrangeiros”.

De facto, o que não faltam são motivos para que serviços secretos ucranianos, ou até adstritos ao bloco ocidental, vejam o primeiro-ministro eslovaco como um alvo a abater, considerando a sua posição dissidente em relação à guerra na Ucrânia e à agenda das elites neo-liberais.

Robert Fico foi baleado várias vezes a 15 de Maio e continua hospitalizado, embora já não corra perigo de vida.