Aparentemente, os protestos massivos dos agricultores do princípio deste ano não ensinaram nada aos globalistas do regime Scholz, na medida em que produtores pecuários e cidadãos alemães poderão em breve sentir o peso de mais uma decisão governamental que castiga o consumo de carne em nome do histerismo climático.

De acordo com a imprensa alemã, um painel de conselheiros para a agricultura, a Zukunftskommission Landwirtschaft (ZKL), está a propor o aumento do IVA sobre os produtos de carne de 7% para 19%, uma subida de 12% que iria sobrecarregar significativamente os consumidores e, consequentemente, prejudicar os produtores.

Um grupo nomeado pelo governo, composto por representantes da indústria agrícola (?), do comércio retalhista e de grupos de defesa dos consumidores (??) e dos animais afirmou no seu relatório:

“O aumento do imposto sobre os produtos de carne é necessário para reduzir o impacto do sector alimentar no ambiente e aumentar o bem-estar dos animais.”

O ministro da Agricultura e membro do Partido Verde, Cem Özdemir, parece ter acolhido bem a proposta. Segundo o diário Bild, há muito que defende o aumento do preço da carne como forma de financiar melhores condições para a criação de gado e ‘salvar o planeta’. Ao mesmo tempo, Özdemir quer reduzir a zero o IVA para as frutas e legumes, com o objectivo de criar “um efeito de promoção da saúde”.

O grupo de pressão da Associação Alemã de Agricultores (DBV) rejeitou a ideia de aumentar a tributação de bifes, salsichas, fiambre e outros produtos de carne, argumentando que o dinheiro para melhorar as condições de criação de gado e cumprir com metas ecológicas ensandecidas deve ser retirado directamente do orçamento do Estado. O director do DBV, Joachim Rukwied acrescentou:

“Além disso, é necessário garantir que os agricultores recebam o financiamento necessário”.

Esta não é a primeira vez que o governo liberal de esquerda irrita os agricultores, que organizaram protestos em massa no início do ano, criticando as políticas climáticas do governo, a burocracia e os aumentos de impostos que estão a destruir os seus meios de subsistência.

Como o Contra documentou na semana passada, o Ministro dos Transportes alemão sugeriu a proibição da utilização do automóvel ao fim de semana para cumprir as quotas de emissões de carbono da agenda netzero.

Estas medidas verdes impopulares contribuíram para a diminuição da confiança das pessoas no governo de Scholz, com apenas um terço dos eleitores a apoiar o maior dos três partidos que compõem o actual executivo. De acordo com uma sondagem de Janeiro deste ano, 86% das pessoas afirmaram simpatizar com a causa dos agricultores. O aumento do IVA sobre os produtos à base de carne não deverá ajudar a coligação globalista no poder junto dos eleitores alemães.