Um novo estudo de Harvard chocou o mundo com a “descoberta” de que os verificadores de factos têm, na sua esmagadora maioria, opiniões políticas de esquerda.

Notícia do ano.

Os dados publicados na versão impressa da Harvard Misinformation Review (portanto uma revista de comissários soviéticos faz contas aos comissários soviéticos que existem) mostram que, dos 150 “especialistas em desinformação”, apenas 5% têm opiniões políticas “ligeiramente” à direita. “Ligeiramente”, caso contrário já tinham sido despedidos.

10% são “centristas”, que é uma maneira simpática de dizer que se conformam ao fascismo dos 85% que se inclinam “ligeiramente” para a esquerda, para a esquerda ou para a extrema-esquerda.

 

 

O estudo chega à peregrina conclusão óbvia de que uma classe de verificadores de factos dominada pela ideologia de esquerda não será capaz de detectar a desinformação de esquerda porque ou a ignora ou a aprova activamente. O estudo observa:

“Mesmo que se apercebam, é provável que a ignorem porque pensam que apoia a “verdade fundamental” correcta ou porque tratá-la como desinformação seria estranho no seu meio social”.

A sério? Ninguém diria.

O que o relatório não diz, mas devia dizer, é que os verificadores de factos também se dedicam a classificar como desinformação a informação que não compagina com as suas convicções chegavaristaa. Mas isso era pedir muito aos sovietes de Harvard.

A verificação de factos contemporânea é na verdade um instrumento de propaganda, muitas vezes grosseira, ao serviço dos poderes instituídos que, sob o disfarce de um escrutínio objectivo, erradicam narrativas dissidentes, manipulam a realidade, censuram as massas e contrariam direitos universais como a liberdade de expressão. A indústria é de tal forma draconiana que chega ao ponto de verificar a veracidade de afirmações inclusas em exercícios de humor.

É por isso que Carl Benjamin, o patrão do Lotus Eaters, está carregado de razão moral quando satiriza assim o estudo de Harvard:

“Quem é que poderia imaginar que a “desinformação” é uma calúnia partidária utilizada para marginalizar e silenciar os inimigos políticos dos comunistas?”