O ministro da Defesa russo, Sergey Shoigu, afirmou que militares dos EUA, do Reino Unido e da Polónia estão a operar sistemas de defesa aérea e de lançamento de mísseis na frente ucraniana.
Shoigu, afirmou que vários países membros da NATO têm tropas no terreno no conflito da Ucrânia. Shoigu alegou que os militares ocidentais estão a operar determinados sistemas de armamento e que centenas de satélites pertencentes ao bloco militar liderado pelos EUA estão a contribuir para o sistema de vigilância de Kiev.
Durante uma reunião de oficiais do Ministério da Defesa, na terça-feira, onde também esteve presente o Presidente Vladimir Putin, Shoigu afirmou:
“Os militares da NATO estão a operar directamente sistemas de defesa aérea, mísseis balísticos tácticos e sistemas de mísseis de lançamento múltiplo na Ucrânia”.
O ministro citou intercepções de rádio em que foram detectados oradores ingleses e polacos e acusou o bloco ocidental de estar também a desempenhar um papel activo na preparação das operações militares ucranianas, bem como no treino das tropas, tanto nos seus países de origem como na Ucrânia.
As autoridades russas têm avisado repetidamente que o envolvimento cada vez mais profundo do Ocidente no conflito aumenta desnecessariamente as hipóteses de um confronto militar directo entre a NATO e Moscovo.
O chefe da defesa russa afirmou ainda que mais de 5.000 combatentes estrangeiros foram mortos desde o início das hostilidades em Fevereiro de 2022, entre os quais 1.427 polacos, 466 norte-americanos e 344 britânicos. Shoigu estimou ainda que
“A trabalhar em favor das Forças Armadas ucranianas estão 410 dispositivos militares de dupla finalidade da NATO”.
O ministro elogiou a indústria de defesa russa por ter aumentado a produção nos últimos 18 meses e ajudado a evitar a escassez de munições nas linhas da frente.
“Apesar das sanções, estamos a fabricar mais armamento de alta tecnologia do que os países da NATO”.
Shoigu concluiu afirmando que
“a partir de hoje, o exército russo é o mais bem preparado e mais pronto para a acção militar no mundo, armado com tecnologias de ponta testadas em combate”.
Putin insistiu, na mesma reunião, que os esforços do Ocidente para infligir uma derrota estratégica à Rússia falharam.
Entretanto, em declarações à sucursal ucraniana da Radio Free Europe/Radio Liberty, na sexta-feira, o antigo embaixador de Kiev no Reino Unido, Vadim Prystaiko, afirmou que a Grã-Bretanha está a desenvolver planos para enviar tropas para a Ucrânia.
O diplomata, que foi demitido depois de ter criticado o Presidente ucraniano Vladimir Zelensky, sugeriu que, embora os funcionários ocidentais neguem tais planos, o envio de tropas estrangeiras ainda é possível em determinadas circunstâncias.
Como o Contra já documentou, um documento do Pentágono que veio a público em Abril deste ano comprova que os Estados Unidos e a Nato têm operacionais no terreno, num flagrante e arriscadíssimo acto de guerra contra a Rússia.
Seja como for, há que sublinhar a paciência dos russos, que se recusam a responder às constantes provocações da NATO, aos ataques a infraestruturas russas planeados e executados por operacionais das forças especiais americanas e britânicas e à presença de militares do bloco ocidental na frente ucraniana.
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