O recém-eleito Presidente da Argentina, Javier Milei, parece estar a trair as suas promessas eleitorais, que o levaram à presidência da Argentina há apenas algumas semanas.

O novo governo de Milei é composto principalmente por conservadores convencionais, em vez dos aliados libertários que eram esperados (o ministro das finanças é o ex-governador do banco central argentino, que Milei prometeu extinguir, por exemplo), e ideias radicais como a dolarização monetária estão rapidamente a ser postas de lado. Milei parece estar a dar prioridade à redução do governo, embora tenha retratado também a sua intenção de dissolver o ministério da saúde.

O anarco-capitalista, populista e libertário para consumo eleitoral está a transformar-se em mais uma decepção monumental e a um ritmo recordista: até a promessa de retirar a Argentina do acordo climático de Paris vai ser esquecida, com a sua “diplomata do clima” Marcia Levaggi a dizer à Reuters no domingo que o novo governo vai respeitar o acordo e que a enviou para chefiar a delegação do seu país na conferência da religião do apocalipse climático das Nações Unidas, a COP28.

 

 

Depois de Boris Jonhson e Giorgia Meloni, é a vez de “El Peluca” trair o seu eleitorado e o mandato pelo qual foi eleito. Esta é uma forma que está muito em voga de falsificar os processos democráticos: certos figurões aproveitam o descontentamento das massas para se apresentarem como candidatos politicamente incorrectos, disruptivos, libertários e populistas, só para se conformarem à agenda globalista a partir do dia em que assumem o poder.

No seu discurso inaugural, Milei enfatizou a situação económica crítica da Argentina, que prevê taxas de inflação de quase 200%, e alertou para a necessidade de medidas fiscais severas para evitar um desastre que poderia resultar em taxas de pobreza superiores a 90% e taxas de miséria superiores a 50%.

“O governo cessante deixou-nos com a hiperinflação e é nossa maior prioridade fazer todo o possível para evitar tal catástrofe”.

Apontando para uma agenda severa de redução de custos, acrescentou:

“Por essa razão, não há alternativa à austeridade”.

Portanto: São sempre as massas a pagar pelos erros e pela irresponsabilidade das elites.

É vergonhoso. É revoltante. Mas é assim.