O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que os apelos à realização de eleições são irresponsáveis, dado o actual conflito militar entre a Ucrânia e a Rússia.

“Todos nós compreendemos que agora, em tempo de guerra, quando existem muitos desafios, é absolutamente irresponsável envolvermo-nos em tópicos relacionados com eleições de uma forma tão frívola. Penso que não é a altura certa para eleições”.

As perspectivas de Zelensky avançar com as eleições presidenciais ucranianas de 2024 são incertas desde há algum tempo. Mais de 100 ONG, muitas das quais financiadas por George Soros, lançaram recentemente um apelo público para que as eleições sejam adiadas. Estas organizações, que se auto-denominam como “pró-democracia”, argumentaram que uma eleição poderia arriscar uma “perda de legitimidade” para o governo de Zelensky e prejudicar o esforço de guerra se o seu desempenho fosse inferior às expectativas.

“As eleições, por si só, não constituem democracia”.

Este argumento é válido, mas por razões inversas: Zelensky foi eleito “democraticamente” pela CIA. E na generalidade dos países ocidentais, são realizadas eleições, embora já ninguém viva em democracia.

E como na Ucrânia dos dias que correm não existe liberdade de informação nem liberdade religiosa, resta saber quais as variáveis restantes que fazem do país um regime democrático.

Neste contexto, o país será tão democrático como a China, a Coreia do Norte ou Cuba.

Por outro lado, o argumento de que as eleições são indesejáveis porque o país está em guerra é completamente falacioso e até precisamente pelos motivos indicados por este conjunto de organizações: os ucranianos podiam ir às urnas “fragilizar” o mandato de Zelensky ou retirá-lo do poder precisamente por estarem já exaustos de uma guerra devastadora em vidas e bens, que não vão ganhar nunca. E isso sim, seria uma manifestação da democracia na sua plena realização.

A primeira-dama ucraniana, Olena Zelenska, parece não ter a certeza de que o seu marido se candidataria à reeleição, caso se realizassem eleições. Enquanto estava em Washington, D.C., com o marido, a fazer lobby junto dos legisladores do Capitólio para que mais uns quantos biliões de dólares dos contribuintes americanos fossem enviados para a Ucrânia como ajuda militar, a senhora pareceu indicar que estava a encorajar o marido a abandonar a política.

Olena Zelenska disse ao “Face the Nation” da CBS:

“Mesmo quando ele se candidatou pela primeira vez, eu não o apoiei totalmente. Mas se ele se candidatar de novo, se se candidatar pela segunda vez, se decidir que é necessário – bem, nós temos alguma experiência, já lá estivemos. Mas as eleições do próximo ano podem não se realizar de todo.”

Volodymyr devia dar mais ouvidos à sua mulher.