Uma das razões pelas quais a teoria de que a Covid-19 teve origem numa fuga do laboratório de Wuhan não conseguiu ganhar tracção no início da pandemia prende-se com o facto de a CIA ter pago aos seus próprios analistas para os manter calados sobre o assunto.

Um veterano funcionário da CIA, ainda no activo, que se tornou delator, testemunhou perante o Congresso esta semana que um esquema de suborno está por detrás de toda a confusão sobre a origem da Covid e a ideia absurda de que terá sido proveniente de morcegos transaccionados no mercado de frescos de Wuhan, em vez da tese, muito mais credível e hoje já comprovada, de que o vírus se disseminou depois de uma fuga do laboratório virulógico que opera nessa cidade chinesa.

Duas cartas separadas, escritas pelo Select Subcommittee on the Coronavirus Pandemic e pelo House Permanent Select Subcommittee on Intelligence, dirigidas ao director da CIA, William J. Burns, e ao antigo chefe de operações da CIA, Andrew Makridis, explicam em pormenor as alegações do denunciante – pode lê-las em baixo.

 

 

Foram precisamente as cartas do presidente do SSCP, Brad Wenstrup, e do presidente do HPSCI, Mike Turner, dirigidas especificamente a Burns, que tornaram público o testemunho do denunciante, descrito como “um oficial de alto nível da CIA, altamente credível” e que afirma que a CIA ofereceu um “incentivo monetário significativo” aos analistas da agência para que estes mudassem a sua história sobre as verdadeiras origens da Covid.

Dos sete analistas da CIA que foram inicialmente incumbidos de investigar e apresentar uma tese sobre as verdadeiras origens da Covid, seis deles chegaram à conclusão de que a doença provinha de um laboratório em Wuhan, enquanto apenas um aceitou o que viria a ser a história oficial do governo sobre a COVID.

O denunciante explicou que os seis analistas da CIA, a quem os seus superiores ofereceram subornos se concordassem em mudar as suas histórias,

“acreditavam que os serviços secretos e a ciência eram suficientes para fazer a avaliação de que a COVID-19 era originária do laboratório em Wuhan, na China”.

Note-se que todos os sete analistas que faziam parte da equipa são mais do que qualificados, para fazer este tipo de determinação, já que são

“oficiais multidisciplinares e experientes com conhecimentos científicos significativos”.

No entanto, quando os superiores da CIA não gostaram da conclusão final de seis dos sete analistas, foram-lhes oferecidos

“incentivos financeiros para “alterar a sua conclusão a favor de uma origem zoonótica”.

Os presidentes das comissões escreveram nas suas cartas que

“O sétimo membro da equipa, que também era o mais graduado, era o único oficial a acreditar que a COVID-19 tinha origem na zoonose”.

O HPSCI já tinha determinado em 2022 que as agências de inteligência, incluindo a CIA,

“minimizaram a possibilidade de que o SARS-CoV2 estivesse conectado ao programa de armas biológicas da China, com base em parte na contribuição de especialistas externos”.

Essas mesmas agências, a imprensa corporativa e as Big Tech lutaram em 2020 para censurar todas as sugestões de que o vírus escapou de um laboratório chinês especializado em ganho de função em coronavírus.

Não é insensato considerar que, provavelmente, nunca teria havido qualquer incerteza sobre as verdadeiras origens da pandemia se a CIA não tivesse silenciado as conclusões dos seus próprios peritos. Em vez disso, a agência promoveu uma sombra de dúvida sempre presente sobre as origens da Covid, que impediu até o conhecimento mais profundo do vírus e da forma como o combater.

Resta saber porque raio é que a mais importante agência de inteligência americana achou por bem omitir a verdade dos factos e que agenda preside a essa aberrante e criminosa decisão.