No seu primeiro ano de actividade, o ContraCultura publicou inúmeros artigos sobre a pandemia Covid 19 e os seus catastróficos efeitos, exacerbados por consequência das desastradas e autoritárias políticas dos governos.

Esta série de artigos pretende fazer a desconstrução abrangente dos mitos e das mentiras relacionadas com o vírus e apresentar uma síntese dos factos disponíveis, de forma a servir de referência para futuras análises dedicadas ao assunto.

A série está dividida em sete capítulos:

I – Origens e encobrimentos;
II – Sintomas, Diagnóstico e Testes;
III – Confinamentos, Ventiladores e Máscaras;
IV – Vacinas;
V – Identificação de “casos” e mortalidade;
VI – Motivos e lucros;
VII – Conclusões.

 

Capítulo V: identificação de casos e mortalidade

Um grande número de casos de Covid são assintomáticos.

No início da pandemia, foi relatado que a maioria dos casos de Covid nunca apresentou quaisquer sintomas. Em março de 2020, estudos realizados em Itália sugeriam que 50 a 75% dos testes positivos não apresentavam sintomas. Outro estudo britânico, de Agosto de 2020, determinou que 86% dos pacientes Covid não apresentavam quaisquer sintomas virais.

Um paper chinês de Março de 2020 concluiu que mais de 80% dos “casos” assintomáticos eram, na realidade, resultados de testes com falsos positivos. Em suma, a grande maioria dos casos durante o primeiro ano da pandemia diziam respeito a pessoas que nunca chegaram a ficar doentes.

Na sequência de uma directiva da OMS para voltar a testar os casos assintomáticos em Janeiro de 2021 – precisamente quando as vacinas foram lançadas pela primeira vez – a percentagem de casos assintomáticos tem sido alegadamente mais baixa, ainda assim, foi calculada em cerca de 40%.

Os números de casos Covid são destituídos de significado.

Desde o início da pandemia que os casos Covid foram definidos para inflacionar artificialmente as estatísticas. A definição de “caso confirmado” da Organização Mundial de Saúde traduz-se em qualquer resultado PCR positivo, independentemente dos sintomas ou do historial pessoal (ver capítulo II sobre a baixa fiabilidade dos testes). Além disso, sabe-se que muitas agências de saúde em todo o mundo – incluindo o CDC dos EUA – integraram “casos prováveis” nas suas estatísticas.

A OMS define um “caso provável” como qualquer pessoa que cumpra os “critérios clínicos” (ou seja, que tenha sintomas semelhantes aos da gripe) e que tenha estado em contacto com um “caso confirmado” ou com outro “caso provável”:

“Caso provável: Um paciente que cumpra os critérios clínicos e tenha estado em contacto com um caso provável ou confirmado”.

Como já foi referido no Capitulo II, os testes PCR não funcionam e produzem falsos positivos. Os testes de fluxo lateral também produzem falsos positivos. Sabe-se que estes testes podem até dar resultados contraditórios para a mesma pessoa ao mesmo tempo. A Covid-19 também não apresenta um perfil de sintomas único, o que exclui o diagnóstico clínico.

Se não se pode testar a doença de forma fiável num laboratório, se não se pode identificá-la através de um perfil de sintomas único e se muitos “casos” são reconhecidos como “assintomáticos”, então “Covid-19” torna-se um rótulo sem significado.

Na ausência de qualquer tipo de método de diagnóstico fiável, as estatísticas deixam de fazer sentido.

 

As “mortes por Covid” foram criadas por manipulação estatística.

Uma vez que as estatísticas de casos “Covid” estão inflacionadas, segue-se naturalmente que as estatísticas de mortes “Covid” são igualmente muito pouco credíveis. De facto, desde o início da “pandemia” que se verificou que as contagens de “mortes por Covid” estavam a ser artificialmente inflacionadas.

De acordo com a Health Standards Agency do Reino Unido, a OMS definiu uma “morte por Covid” nos seguintes termos:

“Uma morte por COVID-19 é definida para fins de vigilância como uma morte resultante de uma doença clinicamente compatível num caso provável ou confirmado de COVID-19, a menos que exista uma causa alternativa clara de morte que não possa ser relacionada com a doença COVID-19 (por exemplo, trauma).”

Durante a “pandemia”, muitos países em todo o mundo foram ainda mais longe e definiram uma “morte por Covid” como

“uma morte por qualquer causa no prazo de 28/30/60 dias após um teste positivo”.

As autoridades de saúde de Portugal, Dinamarca, Itália, Alemanha, Reino Unido, EUA, Irlanda do Norte e outros admitiram esta práctica abstrusa:

 

 

O CDC dos EUA até regista as mortes “prováveis” por Covid nas suas estatísticas.

A eliminação de qualquer distinção entre morrer de “Covid” e morrer de outra coisa qualquer depois de testar positivo para Covid conduzirá naturalmente a números completamente disparatados de “mortes por Covid”.

O patologista britânico Dr. John Lee alertou para esta “sobrestimação substancial” já em abril de 2020. Outras fontes mainstream também a reportaram.

Tendo em conta a enorme percentagem de “infecções assintomáticas por Covid”, a conhecida prevalência de comorbilidades graves e o facto de todos os “testes Covid” serem totalmente não fiáveis, devemos chegar à conclusão que as estatísticas da mortalidade Covid também são completamente destituídas de significado.

 

A taxa de sobrevivência da “Covid” é superior a 99.5%.

Desde o início da pandemia, os peritos médicos de vários governos fizeram questão de sublinhar que a grande maioria da população não corria qualquer perigo devido à Covid.

 

 

Uma nova revisão global dos dados publicada em outubro de 2022 pelo epidemiologista de Stanford John Loannidis, encontrou uma taxa de mortalidade média de apenas 0,07% em pessoas com menos de 70 anos de idade.

Quase todos os estudos de anticorpos sobre o rácio infeção-fatalidade (IFR) da Covid apresentaram resultados entre 0,4% e 0,5%. A morte por gripe comum é de 0,3%. Ou seja, assumindo por um momento que a Covid alguma vez existiu como uma doença distinta, a sua taxa de sobrevivência era de pelo menos 99,5%.

 

A grande maioria das “mortes por Covid” tem comorbilidades graves.

Em março de 2020, o governo italiano publicou estatísticas que mostravam que 99,2% das suas “mortes por Covid” tinham pelo menos uma comorbilidade grave.

Estas incluíam cancro, doenças cardíacas, demência, Alzheimer, insuficiência renal e diabetes (entre outras). Mais de 50% das pessoas tinham três ou mais doenças pré-existentes graves.

Este padrão manteve-se em todos os outros países ao longo da “pandemia”. Um pedido FOIA de outubro de 2020 ao ONS do Reino Unido revelou que menos de 10% da contagem oficial de “mortes por Covid” nessa altura tinha a Covid como única causa de morte.

Em resumo, a grande maioria das “mortes por Covid” eram pessoas muito frágeis.

Este facto foi interpretado pela imprensa como sendo a velhice ou a enfermidade “factores de risco” para a Covid. No entanto, poder-se-ia dizer com mais exactidão que o factor de risco número um para “morrer de Covid” era ter morrido de outra coisa qualquer.

 

A idade média da “morte por Covid” é superior à esperança média de vida.

A idade média de uma “morte por Covid” no Reino Unido é de 82,5 anos. Em Itália, é de 86 anos. Na Alemanha, 83. Suíça, 86. Canadá, 86. Nos EUA, 78; na Austrália, 82.

Em quase todos os casos, a idade média de uma “morte por Covid” é superior à esperança média de vida de cada país.

Uma investigação realizada em março de 2021 revelou que, em oito nações estudadas, mais de 64% de todas as mortes por Covid ocorreram em pessoas com idade superior à esperança média de vida dos seus países.

Assim, para a maior parte do mundo, a “pandemia” teve pouco ou nenhum impacto na esperança de vida. A gripe espanhola, por exemplo, provocou uma queda de 28% na esperança de vida nos EUA em pouco mais de um ano.

A mortalidade por Covid reflecte exactamente a curva de mortalidade natural.

Estudos estatísticos realizados no Reino Unido e na Índia mostraram que a curva da “morte por Covid” segue quase exactamente a curva da mortalidade esperada:

 

 

O pequeno aumento em alguns dos grupos etários mais velhos pode até ser explicado por outros factores, como os confinamentos, os mandatos de não reanimação, os problemas de saúde induzidos pelos ventiladores e os efeitos adversos das vacinas.

 

Não se registou qualquer excesso de mortalidade invulgar durante a pandemia.

O número global de óbitos Covid, mesmo com estatísticas exageradas, nunca foi suficientemente elevado para justificar as respostas draconianas a que assistimos por parte da maioria dos governos mundiais.

Em três anos de pandemia, registaram-se cerca de 6,8 milhões de “mortes por Covid”, ou seja, 2,3 milhões por ano. Isto corresponde a 0,03% da população mundial. Para efeitos de comparação, a gripe espanhola de 1918 matou entre 25 e 100 milhões de pessoas em dois anos, ou seja, entre 0,7 e 2,8% da população mundial por ano.

A imprensa chamou a 2020 o “ano mais mortífero do Reino Unido desde a Segunda Guerra Mundial”, mas esta afirmação é enganadora porque ignora o aumento massivo da população desde essa altura. Um critério estatístico mais razoável para medir a mortalidade é a Taxa de Mortalidade Padronizada por Idade (TMPI):

 

 

Segundo esta medida, 2020 nem sequer é o pior ano em termos de mortalidade desde 2000. De facto, desde 1943, apenas 9 anos foram melhores do que 2020.

Do mesmo modo, nos EUA, a taxa de mortalidade de 2020 está ao nível de 2004:

 

 

A Suécia, que não confinou, viu sua mortalidade por todas as causas atingir níveis vistos anteriormente em 2014 e um dos mais baixos deste século:

 

 

O conjunto de dados de mortalidade do Banco Mundial estima que 2020 viu a taxa de mortalidade global bruta aumentar de de 7,6 para 8, ou um retorno ao nível observado de 2006-2011.

A partir de maio de 2021, a Organização Mundial de Saúde começou a discutir o “verdadeiro custo da pandemia”, promovendo esforços para inflacionar ainda mais o número de óbitos, atribuindo todo o excesso de mortes desde 2020 à Covid. No entanto, uma vez que qualquer aumento da mortalidade pode ser atribuído a causas não relacionadas com a Covid, trata-se de um critério irracional ou da manipulação intencional dos dados.

Além disso, há fortes evidências de que a existirem pontualmente excessos de mortalidade, essa tendência não teve nada a ver com a pandemia, uma vez que continuou a aumentar, mesmo com o declínio dos casos Covid. Conforme foi questionado no Spectator em Novembro de 2022:

“Porque é que o excesso de mortalidade é maior agora do que durante a Covid?”

Os excessos de mortalidade significativos aconteceram até depois da pandemia, como Toby Green e Thomas Fazi afirmaram num artigo do Unherd:

“Apesar das taxas de mortalidade relativamente baixas da Covid, o excesso global de mortes em todos os grupos etários em 2022 foi tão elevado como em 2020 e superior a 2021.”

O facto de o excesso de mortes ter continuado a aumentar apesar da pandemia ter abrandado é uma prova de que essa curva não foi causado pela Covid, mas que se deveu, de facto, a outros factores; por exemplo: as consequências económicas e sociais das políticas de confinamento e a implementação de massivos programas não testados de vacinação das populações.

 

(cont.)