O Departamento de Justiça (DOJ) dos EUA processou a SpaceX por alegadamente discriminar requerentes de asilo e refugiados no processo de contratação da empresa. O CEO da SpaceX, Elon Musk, já afirmou anteriormente que as leis de segurança nacional o proíbem de contratar estrangeiros. Mas ainda assim…

Num comunicado à imprensa divulgado na semana passada pelo DOJ, lemos que:

“O processo alega que, pelo menos de Setembro de 2018 a Maio de 2022, a SpaceX rotineiramente desencorajou asilados e refugiados de se inscreverem e recusou-se a contratá-los ou considerá-los, por causa de seu estatuto de cidadania, em violação da Lei de Imigração e Nacionalidade”.

De acordo com a acção judicial, os anúncios de emprego da SpaceX afirmaram erradamente, durante anos, que apenas os cidadãos americanos ou os residentes permanentes legais – muitas vezes referidos como “titulares de green card” – se podiam candidatar, uma vez que a tecnologia dos foguetões está protegida pelas leis do Departamento de Estado relativas ao Regulamento do Tráfico Internacional de Armas.

Num anúncio de recrutamento para um técnico de propulsão, a SpaceX avisa os candidatos de que “devem ser cidadãos americanos, residentes permanentes legais dos EUA” ou capazes de receber uma dispensa do Departamento de Estado para se poderem candidatar.

Numa conferência de imprensa em 2016, Musk disse que, embora gostasse de contratar talentos do estrangeiro, as restrições do Departamento de Estado impedem-no de o fazer.

A acção judicial argumenta que os refugiados e os requerentes de asilo têm os mesmos direitos laborais que os cidadãos americanos, ao abrigo da Lei da Imigração e da Nacionalidade de 1965. Esta lei abrangente acabou com o anterior sistema de admissão preferencial, que favorecia explicitamente os imigrantes do norte e oeste da Europa, e impôs um limite anual aos imigrantes do hemisfério ocidental.

O Departamento de Justiça afirmou que a acção judicial abrange uma série de empregos na SpaceX, incluindo soldadores, cozinheiros, operadores de gruas e baristas. A acção judicial procura “uma justa compensação e o pagamento de salários em atraso para os asilados e refugiados que foram dissuadidos ou a quem foi negado emprego”, bem como sanções civis para a empresa.

No comunicado de imprensa de quinta-feira, o DOJ apelou aos refugiados e requerentes de asilo a quem foi negado trabalho ou que foram desencorajados a candidatar-se para se juntarem ao processo.

Até ver, Musk não comentou o processo absolutamente Kafkiano. No entanto, o bilionário está envolvido numa guerra surda com a administração Biden desde que comprou o Twitter, agora X, em Outubro passado. Logo que assumiu o controlo da plataforma, o patrão da Tesla publicou documentos que revelam uma conspiração da Casa Branca, do FBI e de de outras agências governamentais para controlar o fluxo de informação no site; o que levou a que se soubesse que a administração Biden tinha lançado uma investigação de segurança nacional contra o magnata.

Pouco antes do anúncio do levantamento do processo pelo DOJ, Musk afirmou no X que a sua empresa iria “intentar uma acção judicial” contra George Soros, devido ao seu apoio à controversa legislação sobre “discurso de ódio” na Irlanda e na Escócia.

 

 

O CEO também já afirmou que está pronto a travar uma batalha legal contra todas as entidades patronais que despeçam empregados por aquilo que estes tenham expressado no Twitter.

 

 

Em Março deste ano, Elon Musk acusou o regime Biden de “instrumentalização de uma agência governamental” contra ele, como vingança do aparelho democrático por ter divulgado os ficheiros das comunicações internas do Twitter, meses depois de ter adquirido a companhia do passarinho azul.

A sociedade litigiosa, a bombar nas altas esferas.

Mas uma coisa é certa: pelos pecados capitais de divergir, aqui e ali, das narrativas oficiais e de defender, por vezes algo timidamente, a liberdade de expressão em rede social, o deep state de Washington está a incomodar e a perseguir Musk de todas as maneiras possíveis. O pai do magnata até já veio a público alertar para a eventualidade de que o seu filho seja assassinado pelos poderes instituídos.