Victor Shokin, o procurador ucraniano demitido por investigar a Burisma e os negócios que mantinha com a família Biden, falou pela primeira vez desde 2019 – para dizer que está convicto da actividade corrupta do Presidente dos EUA.

À altura em que foi despedido, Shokin mantinha uma investigação activa e em curso sobre a empresa de energia ucraniana Burisma e o seu proprietário, Mykola Zlochevsky, de acordo com um relatório de 2020 da Comissão do Senado americano.

Zlochevsky, que contratou Hunter Biden para fazer parte do seu conselho de administração, concedeu à sua própria empresa (Burisma) licenças para perfurar petróleo e gás na Ucrânia enquanto era ministro da Ecologia e dos Recursos Naturais. Shokin afirmou num depoimento de 2019 que havia cinco processos criminais contra Zlochevesky, incluindo branqueamento de capitais, corrupção, transferências ilegais de fundos e especulação através de empresas de fachada, enquanto ele era ministro em exercício.

Agora, Shokin disse à Fox News que acredita que os Bidens estavam a aceitar subornos.

“Não quero falar de factos não provados. Mas a minha firme convicção pessoal é que sim, era esse o caso. Eles estavam a ser subornados. O facto de Joe Biden ter dado mil milhões de dólares em dinheiro dos EUA em troca da minha demissão – do meu despedimento – não será isso, por si só, um caso de corrupção?”

 

 

A entrevista que Shokin concedeu ao jornalista Brian Kilmeade foi criticada pela Casa Branca, que acusou a Fox News de estar a dar uma “plataforma para mentiras” ao ex-procurador ucraniano.

Os republicanos, entretanto, não estão a deixar passar esta.

 

 

No início desta semana, houve quem notasse que os memorandos obtidos pela Just the News através de um pedido FOIA revelam que a administração Obama ainda estava a comunicar activamente com Shokin após a ameaça de Biden, em Dezembro de 2015, de reter mil milhões de dólares em ajuda americana, a menos que o então presidente Petro Poroshenko o despedisse.

Os memorandos revelam que:

– Altos funcionários do Departamento de Estado enviaram uma mensagem contraditória a Shokin antes de ele ser demitido, convidando sua equipa para uma sessão de estratégia em Washington em Janeiro de 2016 e enviando-lhe uma nota pessoal dizendo que estavam “impressionados” com o trabalho de seu gabinete.
– As autoridades norte-americanas enfrentaram pressões dos emissários da Burisma nos Estados Unidos para que as alegações de corrupção desaparecessem e temiam que a empresa de energia tivesse efectuado dois pagamentos de suborno na Ucrânia como parte de um esforço para resolver os casos.
– Um alto funcionário dos EUA em Kiev culpou Hunter Biden por prejudicar a política anti-corrupção dos EUA na Ucrânia através dos seus negócios com a Burisma.

Mas nos Estados Unidos ainda há muito pouca gente interessada no que Shokin tem para dizer.