A pressão das elites para a implementação acelerada de sistemas de identificação digital ganha intensidade a cada dia que passa. No caso da dantesca Worldcoin, um sistema de criptomoeda associado a um esquema de monitorização biométrica assustador, o alvo, para já, são os ingénuos, ou dementes, que voluntariamente entregam os seus dados fisiológicos em troca de “pequenas somas” em moeda digital.

Mas por vontade do CEO da Open AI, Sam Altman, que é também o fundador deste projecto distópico, todos os que quiserem utilizar a Internet acabarão por ser obrigados a usar o World ID – ou “algo parecido”.

E, neste momento, parece que as cabeças de gado de vários países do sul da Europa, nomeadamente Espanha e Portugal, estão desejosas de entregar os seus dados biométricos retirados da íris ocular como prova de identidade, para terem direito a uma carteira de transferência de criptomoedas. Isto embora o sistema da Worldcoin inverta vários princípios básicos que desde o início estão relacionados com a criptomoeda, como o anonimato e as cadeias de segurança criptográfica que existem precisamente para evitar a identificação do proprietário.

O processo de registo implica expor os olhos aos chamados scanners de íris da Worldcoin. A acreditar nos relatórios divulgados pela empresa, a aceitação em Espanha, onde o esquema foi disponibilizado pela primeira vez há um ano, tem sido brutal, com 150.000 subscritores, e Barcelona é a cidade escolhida para serem instalados os primeiros scanners Orb na Europa.

Portugal não fica muito atrás, com 120 000 subscritores, e a Alemanha também está a aderir loucamente ao projeto, desde que Sam Altman decidiu investir a sério nele, há apenas 2 meses atrás.

No total, cerca de 2 milhões de “credenciais biométricas” são actualmente utilizadas pela Worldcoin. E porque é que as pessoas subscrevem uma monstruosidade distópica assim, com esta atitude displicente? Alex Blania, o outro demónio que com Altman dirige o projecto Worldcoin explica:

“Algo como o World ID acabará por existir, o que significa que será necessário verificar se somos humanos na Internet, quer queiramos quer não.”

É, portanto, um facto adquirido e os rapazes é que sabem e mandam e as massas alinham, como alegres bois a correr na direcção do matadouro.

Mas para qualquer pessoa consciente, que preze os seus direitos e liberdades, “quer queiras quer não” são palavras a rejeitar liminarmente. Se eu não quero para mim seja o que for, não é Sam Altman ou Alex Blania ou um outro imbecil qualquer com sonhos distópicos e barba de adolescente, eleito por ninguém, que me vai forçar a isso. Ponto.

Mas de acordo com Blania, a identificação digital será tão predominante que se tornará inevitável, e não haverá como escapar da verificação on-line da qualidade de ser humano e, logo de seguida, de muitas outras coisas, como o acesso ao dinheiro ou a vigilância do discurso. A Internet será assim restringida àqueles que os rapazinhos de Silicon Valley podem identificar e controlar e, depois, censurar ou empobrecer ou denunciar ou o raio que os parta. Blania e Altman chamam a isto progresso. Mas a palavra certa é tirania.

Convém sublinhar que Sam Altman é o responsável pelo sistema de inteligência artificial Chat GPT, um bot de conversação politicamente condicionado e absolutamente sinistro que se recusa, por exemplo, a definir o que é uma mulher, a criticar o marxismo e a dizer a verdade sempre que é questionado sobre a narrativa do regime Biden.

Valerá também a pena lembrar que a identidade digital é uma declarada prioridade do World Economic Forum, que está constantemente a promover a ideia como forma de monitorizar e controlar todo o tipo de comportamentos pessoais, desde as transacções bancárias às publicações nas redes sociais e aos cuidados de saúde.

Mas para além de tudo o resto, o simples facto de um prototípico sociopata como Altman achar que as pessoas têm que obedecer às “inevitabilidades” com que entretém o tédio é, por si só, exasperante.

Quem é que este rapazinho manhoso pensa que é? O Grande Irmão?