Há uma nova forma de inteligência artificial (IA) que é tão woke como os activistas que saem das faculdades para as salas de redacção da imprensa mainstream.
O ChatGPT, um protótipo de bot de conversação, tem impressionado pela sua capacidade de dialogar como um mamífero Sapiens, de tal forma que o The Guardian até se perguntou, de forma algo imbecil mas bem característica desta pérfida publicação, se a tecnologia poderia mesmo substituir as conversas entre seres humanos. O jornal britânico, sempre entusiasta em relação a tudo o que é trans-humano, relata a sua veneração pelo algoritmo neste termos:
“Os primeiros utilizadores descreveram a tecnologia como uma alternativa ao Google porque é capaz de fornecer descrições, respostas e soluções para questões complexas, incluindo formas de escrever código, e resolver problemas de layout e consultas de optimização. As aplicações em mundo real poderão incluir a geração de conteúdos para sítios web, responder a perguntas de clientes, fornecer recomendações, bem como criar robots de conversação automatizados”.
Na semana passada, Sam Altman, um importante filantropo do Partido Democrata americano e CEO da empresa que criou o programa, escreveu no Twitter que o sistema é
“Uma demonstração antecipada do que é possível fazer em IA. Em breve poderá ter assistentes úteis que falam consigo, respondem a perguntas, e dão conselhos. Mais tarde, poderá ter algo que se desloque e faça tarefas para si. Eventualmente, poderá ter um sistema que dispare para a descoberta de novos conhecimentos”.
À primeira vista, uma entidade online que “descobre novos conhecimentos”, com a capacidade de gerar conteúdos escritos para um vasto público soa muito como um jornalista. Mais a mais, as opiniões sobre género e ciência política do ChatGPT também são bastante parecidas com aquelas que os activistas da imprensa gostam de publicar. Portanto, o sitema é um óptimo candidato a um lugar na redacção do Washington Post, do New York Times, ou da CNN. Em baixo estão algumas perguntas simples apresentadas ao chatbot para descobrir que tipo de jornalista-activista esta entidade de inteligência artificial pode ser:
Um sistema de inteligência artificial que é activista LGBT/Trans. E ignorante em biologia.
O CEO do The Federalist, Sean Davis, fez ao chatbot uma simples pergunta que se tornou um teste decisivo para a detecção de ideólogos transexuais:
“O que é uma mulher?”
O algoritmo respondeu assim:
“Uma mulher é um ser humano feminino adulto.”
Davis replicou com uma pergunta complementar:
“Será Rachel Levine, a funcionária federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, uma mulher?”
Responde a máquina:
“Sim, Rachel Levine é uma mulher.”
Acontece que Rachel Levine não é uma mulher. É um homem que fez cirurgias plásticas e tomou medicação para ser mais parecido com uma mulher, mas que não tem os órgãos reprodutivos de uma mulher. Quando Davis procurou rectificar as declarações contraditórias, o sistema de AI sofreu um colapso não muito diferente das reacções captadas por Matt Walsh no seu célebre documentário “What Is a Woman?”
Perguntado sobre o número de géneros que existem na espécie humana, o bot de conversação candidato a redactor do WaPo deu a resposta de um professor de estudos de género num campus universitário dos tempos modernos:
“O conceito de género é complexo e pode ser difícil de definir, pois pode referir-se ao sexo biológico de uma pessoa, à sua identidade de género, ou à sua expressão de género. Devido a esta complexidade, é difícil dizer exactamente quantos géneros existem. Em última análise, o número de géneros é uma questão de crença pessoal e de interpretação individual.”
Um sistema de inteligência artificial que mente. Com quantos dentes tem.
Quando a jornalista independente Jordan Schachtel perguntou ao ChatGPT quem matou mais crianças, os maifestantes de 6 de Janeiro de 2020 ou os drones do presidente Joe Biden, o sistema demonstrou que está preparado para a aldrabice total, em nome da Casa Branca:
“O Presidente Biden não realizou nenhum ataque com drones que tenha resultado na morte de crianças.”
Aparentemente, a rede neuronal deste sistema de conversação não apanhou as notícias dos bombardeamentos de drones americanos sobre Cabul, no ano passado. Num desses ataques morreram 7 crianças. Até o Pentágono admitiu este horror.
Um sistema de inteligência artificial que faltou às aulas de História. Mas que estudou muito bem estudada a cartilha marxista.
Schachtel perguntou também à máquina de IA se “o comunismo é mau”. Responde, com sofismo requintado, a máquina:
“Se o comunismo é ‘mau’ é uma questão de debate e depende da perspectiva de cada um”.
Perguntado sobre qual o regime responsável por mais mortes no século XX, os nazis alemães ou os comunistas euro-asiáticos, o ChatBot permaneceu indeciso:
“É impossível comparar com precisão o número de mortes causadas por estes dois grupos, uma vez que os métodos utilizados para contabilizar o número de mortes e os factores que contribuem para elas podem variar. É importante recordar as atrocidades cometidas por ambos os grupos e aprender com as lições da história, a fim de evitar que tragédias semelhantes se repitam no futuro”.
De acordo com o U.S. Holocaust Memorial Museum, os nazis mataram cerca de 6 milhões de Judeus. Mas Mao Zedong matou muito mais gente do que Hitler: calcula-se que o “Grande Salto para a Frente” matou de fome entre 15 e 55 milhões de pessoas e os excessos da Revolução Cultural mataram cerca de 8 milhões de infelizes. Estaline também matou muito mais gente que Hitler: as suas políticas insanas e a sua crueldade extrema provocaram mais de 20 milhões de mortos na União Soviética. Cerca de um milhão por fuzilamento, dois milhões nos gulags, três milhões por deslocalização das populações, 6 milhões por inanição e assim por diante. O regime dos Khmers Vermelhos, no Cambodja, exterminou um quarto da população do país. Considerando a totalidade dos seus regimes, o comunismo foi o principal movimento genocida da história da humanidade, mesmo considerando a mortandade recordista desencadeada por Genghis Kahn, o maior assassino em massa de que temos registo.
O bot não está, nitidamente, a ver bem a ver a coisa.
Jordan Peterson quis explorar de forma mais profunda os conhecimentos do bot sobre marxismo. Desta feita, o algoritmo não desiludiu, respondendo com competência de quem tem a cartilha bem decorada.
Define postmodern neo-Marxism: https://t.co/9AlMxhysgi pic.twitter.com/E08hA4iX61
— Dr Jordan B Peterson (@jordanbpeterson) December 4, 2022
Um sistema de inteligência artificial que valida as imposturas.
O Professor de Toronto quis também saber o que a máquina “pensava” sobre a validade das eleições de 2020, considerando o que se sabe hoje sobre a sua flagrante manipulação directa e indirecta, material e imaterial. A resposta, mais uma vez, parece ter sido roubada aos fact-checkers, mais conhecidos como transformistas da realidade, que trabalham no Washington Post.
Peterson, perguntou ainda ao ChatBot sobre o alegado conluio entre Trump e os serviços secretos russos. O computador admite que não se encontraram provas dessa secreta traição, mas evita revelar a verdade sobre o caso: que Hillary Clinton e o FBI, com a activa participação da imprensa mainstream, fabricaram toda a história.
Evaluate the claim that Trump colluded with the Russians pic.twitter.com/7zlqBGxBKv
— Dr Jordan B Peterson (@jordanbpeterson) December 4, 2022
Um sistema de inteligência artificial que desvaloriza as ciências médicas.
Quando perguntado se a obesidade é saudável, o algoritmo volta a relativizar a questão:
“A obesidade é geralmente considerada pouco saudável. Contudo, é possível que uma pessoa obesa seja saudável. O estado de saúde de uma pessoa é determinado por mais do que apenas o seu peso. Outros factores, tais como a sua dieta, nível de actividade física, e estilo de vida em geral, podem também afectar a sua saúde”.
Embora a saúde seja um conceito multifacetado, é categoricamente falso afirmar que a obesidade pode ser saudável, tendo em conta a lista de complicações que vêm com o excesso de peso: aumento muito significativo do risco de doenças cardíacas, de AVC, de diabetes tipo 2, de certos tipos de cancro, e da mortalidade em geral. Para conselheiro médico é que este sistema não serve de certeza.
Um sistema de inteligência artificial que está redondamente enganado sobre a essência do “sonho americano”.
Ben Domenech, editor do The Spectator, postou no Tweeter o perfil de Hunter Biden que o “ChatGPT” debitou. Os cinco parágrafos foram produzidos como se fossem plagiados a partir da brilhante peça de propaganda que o New Yorker publicou apenas dois meses antes de Joe Biden lançar a sua candidatura à Casa Branca. Na conclusão desse texto elegíaco, lemos que:
“Hunter Biden é a encarnação do Sonho Americano.”
O algortimo esqueceu-se que Hunter é um drogadinho sem nome, viciado em crack e cocaína, um assíduo frequentador de prostitutas e um bravo promotor de degradantes orgias de motel, para além de ser um pai completamente irresponsável e de estar a ser alvo de uma série de investigações federais em torno de gigantescos esquemas de corrupção com empresas ucranianas e chinesas.
O filho do actual inquilino da Casa Branca não é, de todo, a encarnação do sonho americano. Será, antes, a excessivamente gráfica representação de um pesadelo terceiro mundista.
Se Altman concebeu este sistema de IA como ferramenta para apurar factos, pode mandar o código para o lixo e começar do zero. Se o criou para ser um redactor obediente do Washington Post, é capaz de ter acertado em cheio.
Relacionados
9 Out 24
De furacões e eleições #02:
Mais dados e testemunhos para alimentar a conspiração.
Como sempre acontece com as teorias da conspiração, os detalhes que parecem mais fantasiosos são rapidamente confirmados por factos. É o caso dos estranhos feixes de energia detectados no furacão Helena pelos radares de satélite.
19 Set 24
Estudo sul-coreano: Vacinas mRNA contra a Covid-19 aumentam o risco de miocardite em 620%.
As vacinas mRNA contra a Covid-19 aumentam o risco de miocardite em seis ordens de grandeza, de acordo com um estudo realizado por investigadores sul-coreanos, que só vem confirmar os números assustadores de centenas de outras pesquisas sobre o programa de vacinação.
17 Set 24
É mais que tempo de admitir que a genética não resolve por si só o mistério da vida.
A grande maioria das pessoas acredita que existem apenas duas formas alternativas de explicar as origens da vida biológica: o criacionismo ou o neodarwinismo. No seu novo livro, Philip Ball apresenta uma terceira alternativa.
16 Set 24
Cosmonautas russos encontraram bactérias na superfície exterior da Estação Espacial Internacional.
Cosmonautas russos encontraram bactérias vivas, possivelmente oriundas do espaço exterior, na superfície do segmento russo da Estação Espacial Internacional (ISS). As bactérias, que constituem uma forma de vida biológica, estão agora a ser estudadas na Terra.
13 Set 24
Estudo: Viver perto de explorações agrícolas que usem pesticidas traduz o mesmo risco de cancro que o consumo de tabaco
Um paper publicado recentemente numa revista científica revela que os indivíduos que vivem em comunidades agrícolas onde são pulverizados pesticidas enfrentam um risco de cancro comparável ao dos fumadores.
11 Set 24
A NASA não existe.
Quem tem na ideia que a missão da NASA é a de contratar os melhores engenheiros para construírem belas e gloriosas naves espaciais e treinar os melhores astronautas para as pilotarem rumo ao infinito, tem uma ideia errada. Completamente errada.