7 de setembro de 1957. O sossego tropical da praia das Toninhas, em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo foi interrompido por um objecto estranho que repentinamente surgiu no céu emanando uma luz intensa. De acordo com relatos de testemunhas à época, um OVNI perdia altitude a grande velocidade e estava prestes colidir com o oceano quando bruscamente realizou uma manobra ascendente, evitando a colisão. Porém, durante a manobra, o objecto acaba por explodir. Após a explosão, vários estilhaços em chamas caíram sobre o mar e na areia da praia, próximo dos banhistas.
Alguns desses fragmentos foram recolhidos pelos populares, que relataram que o material era leve como papel, apesar do aspecto metálico.
O evento foi de pronto catapultado para as manchetes dos jornais e revistas da época e chamou a atenção dos militares, que também recolheram amostras para pesquisas do que restou da explosão. Essas análises continuam secretas até hoje. Não há informações sobre se o objecto voava remotamente ou se era tripulado. Segundo as testemunhas a nave desintegrou-se na explosão pelo que a probabilidade de encontrar destroços substantivos e estruturais seria baixa. Um residente de Toninhas, que testemunhou a queda da nave. enviou uma carta anónima para o Globo, contando detalhes sobre o incidente. No envelope, endereçado ao colunista Ibrahim Sued, a testemunha colocou alguns dos fragmentos recolhidos na praia. Eis o que dizia a carta:
“Como leitor assíduo do jornal, quero proporcionar-lhes um verdadeiro furo jornalístico a respeito dos discos voadores, se é que acreditam na existência deles. Até alguns dias atrás eu mesmo não acreditava. Mas enquanto pescava na companhia de vários amigos, em Ubatuba, vi um disco voador aproximando-se da praia a uma velocidade incrível, prestes a chocar contra as águas, quando, num impulso fantástico, elevou-se rapidamente e explodiu. Atónitos, acompanhámos o espetáculo de chamas e fragmentos que mais pareciam fogo de artifício. Esses pedaços caíram quase todos sobre o mar, mas muitos caíram perto da praia, o que facilitou a recolha de uma parte do material. Aqui, anexo uma pequena amostra do material, que não sei a quem devo confiar para análise. Nunca li artigos que relatassem sobre pedaços desprendidos de UFOs, a menos que as autoridades militares tenham também impedido essas publicações. Certo de que este assunto muito lhe interessará, mando-lhe duas cópias desta”.
Análises apontam para origem não humana.
A reportagem do Globo sobre o caso em Ubatuba foi publicada a 14 de setembro de 1957, com base na carta enviada pelo residente. A notícia chamou a atenção de Olavo Fontes, reputado investigador do fenómeno OVNI. O colunista, que não teria acreditado na história, apesar de ter publicado o relato, passou os fragmentos para o Departamento Nacional de Produção Mineral, organismo do Ministério da Agricultura, dirigido pela química Luiza Maria Barbosa, que fez as primeiras análises.
Num relatório emitido em 24 de Setembro daquele ano, o Departamento atestou que os fragmentos tinham um aspecto metálico e cor cinzenta, apresentavam baixa densidade e pesavam, aproximadamente 0,6 gramas cada um. A responsável pelo Laboratório da Produção Mineral atestou que:
“A análise espectrográfica revelou a presença de magnésio (Mg) em alta concentração e a ausência de qualquer outro elemento metálico.”
Outros testes, realizados em 1970, demonstraram que o material sofreu uma “fusão solidificada unidirecional”, uma espécie de mistura a frio, na época tecnicamente impossível de realizar pela indústria humana. Diante dos resultados dos testes, chegou-se à conclusão de que os fragmentos foram fabricados, pois na natureza não existe magnésio com a concentração de pureza que apresentavam: 99,99%. Convém sublinhar que o magnésio é um material leve, resistente, mas também facilmente inflamável.
Mais dois exames foram feitos no Brasil a pedido de Fontes. Outra parte dos fragmentos foi enviada para a APRO (Aerial Phenomena Research Organization), uma organização de pesquisa de fenómenos aéreos nos Estados Unidos, juntamente com os relatórios dos resultados obtidos anteriormente. O investigador também entregou um fragmento ao major Roberto Caminha, do Exército, e ao comandante José Geraldo Brandão, da Marinha, para que fossem analisados pela peritagem militar. Nunca recebeu resultados. Em 1970, os engenheiros metalúrgicos Walter Walker e Robert Johnson, da Companhia Dow, dos Estados Unidos, analisaram um dos fragmentos, também a pedido de Fontes, e fizeram novas descobertas quanto à estrutura do material. As análises chegaram à mesma conclusão que o primeiro estudo realizado pelo Departamento Nacional de Produção Mineral.
A hipótese do Meteorito é rejeitada.
Outros fragmentos chegaram às mãos de Garry Nolan, professor em patologia e que comandava um dos laboratórios da Universidade de Stanford (EUA), com vasta experiência em análise de fragmentos recuperados de incidentes com OVNIs, autor de centenas de artigos científicos e consultor da CIA para a análise de casos inexplicáveis e bizarros nos Estados Unidos. Nolan acreditava que os fragmentos poderiam ser originários de um meteorito, mas a suspeita foi de pronto descartada, pois tratava-se de magnésio em alto grau de pureza, inexistente na tabela periódica.
Pesquisas continuam.
Nos Estados Unidos, além da Universidade de Stanford e da Companhia Dow, a NASA também avaliou o material. Muitos dos fragmentos perderam-se durante as pesquisas por vários institutos, empresas e universidades, pois, alegadamente, precisaram de ser incinerados para que certos resultados fossem concludentes, e algumas amostras acabaram guardadas a sete chaves pelas autoridades militares brasileiras e americanas.
O investigador brasileiro Edison Boaventura Júnior, um dos especialistas no caso de Ubatuba, conta que em 2016 recebeu uma carta de alguém que dizia ser filho de um militar do Exército. O envelope guardava quatro fragmentos que seriam da explosão do OVNI de Ubatuba. De forma a certificar-se de que o material tinha uma relação de facto com o incidente em Ubatuba, Boaventura encaminhou-o para análise qualitativa e quantitativa no Laboratório de Caracterização Tecnológica da USP (Universidade de São Paulo), que também confirmou a pureza do magnésio.
Dois anos depois, Boaventura Júnior soube que outros fragmentos estavam expostos no Museo OVNI, na Argentina, onde teve a oportunidade de ver e tocar os materiais que fazem parte daquele acervo.
Segundo Boaventura, o metal também foi analisado por especialistas em meteoritos metálicos que descartaram completamente a hipótese de se tratar de detritos espaciais, tendo em consideração a estrutura e a composição química das amostras.
Richard Dolan e o testemunho de Olavo Fontes.
No início de 1958, Olavo Fontes estava precisamente embrenhado em duas pesquisas de campo: a explosão do OVNI de Ubatuba e um encontro imediato de terceiro grau que deixou dois soldados brasileiros do Forte de Itaipu com graves queimaduras. Ambos os eventos tinham ocorrido em 1957. Fontes testemunhou que por essa altura teve uma reunião com membros da Inteligência Naval do Brasil, na qual lhe disseram que sabiam de seis casos em que OVNIs tinham sido recuperados pelas forças armadas de vários países no mundo.
Richard Dolan articula neste clip a fascinante história de Olavo Fontes e do seu trabalho como ovnilogista, que tem sido injustamente relegada para o rodapé do fenómeno OVNI.
Evidências materiais que reforçam o recente testemunho de David Charles Grusch
A história de Ubatuba, que apresenta, como é muito raro nestes casos, evidências materiais, vem reforçar a ideia de que governos em todo o mundo podem estar na posse de tecnologia alienígena, já há muitas décadas. Como o ContraCultura já noticiou, David Charles Grusch, um antigo funcionário dos serviços secretos dos EUA, forneceu ao Congresso e ao Inspector-Geral da Comunidade de Serviços de Inteligência extensa informação confidencial sobre programas ultra-secretos que, segundo ele, possuem naves intactas e parcialmente intactas de origem não humana. As afirmações de Grusch foram corroboradas por outros oficiais militares e de serviços de inteligência americanos.
Segundo o informador, as recuperações de fragmentos parciais e até de veículos intactos têm sido feitas desde há décadas e até aos dias de hoje pelo governo americano, pelos seus aliados e por empresas de defesa. Estes veículos serão
“de origem exótica ou inteligência não humana, com base nas morfologias dos veículos e nos testes científicos dos materiais que apresentam disposições atómicas e assinaturas radiológicas únicas”.
Esta actividade, bem como o seu financiamento, tem sido ilegalmente omitida ao Congresso e, especula-se, até de vários presidentes americanos.
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