A síntese do poder público e privado tornou impossível escapar ao esquerdismo prepotente e à engenharia social.

O Mês do Orgulho – também conhecido como Junho – está no seu pleno e merece até, nos Estados Unidos, um permanente espectáculo de luz e cor na Casa Branca, os elogios a pessoas como o atirador de Nashville e a contínua difamação das instituições religiosas pelas empresas americanas.

Neste caso, e em inúmeros outros, os sectores público e privado trabalham lado a lado para fazer avançar uma agenda ideológica e política. Quando, recentemente, o Senador J.D. Vance, republicano do Ohio, afirmou que

“não há distinção significativa entre o sector público e o sector privado nos Estados Unidos da América”,

estava a descrever situações como esta, em que as entidades estatais e empresariais se movem em sincronia na direcção de objectivos comuns e predeterminados, com tal força e vigor que a dissidência se torna impossível.

Quer lhe chamemos fascismo económico (com ênfase na obliteração da identidade nacional) ou corporativismo, a questão permanece a mesma: os membros das elites globalistas que preenchem as fileiras dos governos e das empresas usam as suas respectivas esferas de influência para formar um regime corporativo dedicado a instalar um sistema de natureza utópica na Terra.

Durante décadas, estas instituições, ideologicamente capturadas pela esquerda, colaboraram para estabelecer um novo sistema de prioridades sociais, impedindo que a dissidência desafiasse o seu controlo do poder.

Fenómenos como as pontuações ESG, o Índice de Igualdade Corporativa, a doutrinação LGBT de crianças por escolas públicas e conglomerados de entretenimento como a Disney, e as ‘sessões de luta’ de pronomes no Departamento de Estado americano tornam evidente o desgraçado estado de coisas.

Pretendendo os mesmos resultados, estas instituições investem os seus vastos recursos, tempo e mão-de-obra para coagir o comportamento do público. Todos teremos os mesmos compromissos que uma empresa da Fortune 500, os nossos filhos terão a mesma visão do mundo que Greta Thunberg, seremos todos obedientes aos mais ensandecidos mandatos e ficaremos felizes com isso.

A sexualidade é apenas um dos casos mais óbvios em que os poderes instituídos deixaram cair a máscara. Já não nos é permitido optar por não participar nos dogmas de quem manda, como ficou explícito quando a PayPal atacou o grupo Gays Against Groomers, presumivelmente pelo crime de chamarem a atenção para o comportamento predatório de pedófilos.

 

 

Os que se opõem aos resultados desta síntese de poder são recebidos com censura, a violência contra eles é tratada com indiferença e as suas carreiras e reputações são arruinadas. A lealdade ao regime, claro, é recompensada – como vimos com a transição de Jen Psaki para a MSNBC, depois da sua passagem como secretária de imprensa da Casa Branca.

Burocratas federais profundamente entrincheirados trabalharam com executivos das Big Tech para criar e distribuir narrativas políticas que beneficiavam o Partido Democrata, estrangulando histórias – nomeadamente a do portátil de Hunter Biden – que beneficiariam os candidatos republicanos; o Departamento de Estado utilizou conscientemente informações falsas para monitorizar o discurso dissidente online; e o processador de pagamentos mais popular do mundo, o PayPal, está disposto a suspender ou cobrar pesadas multas aos utilizadores que espalhem “desinformação”.

Deixou de haver distinção entre o sector privado e o sector público; cada um deles cumpre os mesmos objectivos e aplica-os como se fizessem parte do mesmo corpo – porque são diferentes apenas na nomenclatura. E a oposição a esses objectivos aumenta drasticamente as probabilidades de repressão social, económica e policial.

Há cerca de 10 anos, o comediante Sam Hyde, vestido com uma armadura de centurião de plástico, ridicularizou a natureza arrogante das palestras do tipo TED Talk num manifesto intitulado “2070 Paradigm Shift“. Ao longo do discurso, Hyde satirizou o optimismo onanista das TED Talks, sugerindo que o público deveria esperar por

“Uma era tolerante de homossexualidade imposta pelo Estado”.

As observações de Hyde eram irónicas, mas no clima actual, em que a única escolha verdadeiramente aceitável é a aprovação das mensagens do regime público-privado, a sua projecção de “estilos de vida alternativos” impostos sobre a negação de tudo o resto, parecem – e são – visionárias.

À semelhança de muitos outros países ocidentais, especialmente os de língua inglesa, o governo dos EUA está empenhado em hastear bandeiras do orgulho LGBT nas suas embaixadas em todo o mundo, excepto em locais como a Arábia Saudita, onde não se pode dar ao luxo de ofender as sensibilidades culturais da população local. Mas a embaixada americana no Vaticano não cumpre esses cuidados (também por cumplicidade do papado).

A ironia é brutal: o activismo LGBT americano não chega precisamente aos locais onde os homossexuais são mais reprimidos.

Da mesma forma, com a chegada do Mês do Orgulho, as marcas das empresas mudam anualmente para a iconografia do arco-íris, embora não deixem de omitir a iniciativa nas suas campanhas de marketing no Médio Oriente.

Qual é o objectivo de tudo isto?

É evidente que não se trata de normalizar a homossexualidade no Ocidente; isso já foi feito há que tempos.

O objectivo está intimamente relacionado com os motivos pelos quais a Liga Anti-Difamação diz que o “grooming” – o cultivo de comportamentos desviantes em crianças e pessoas impressionáveis – é uma “mentira intolerante dirigida à comunidade LGBTQ+”.

O objectivo do programa é impedir-nos de dizer não, de dizer basta, de argumentar em favor dos valores em que acreditamos, enquanto as instituições corporativas mais poderosas deste mundo, de Silicon Valley a Bruxelas, da City londrina a Davos, de Washington a Canberra, colaboram activamente para nos forçar à obediência.

Se as elites financeiras e políticas e tecnocráticas conseguem forçar sobre as massas a sexualização das crianças, mesmo na sua primeira-infância, de que é que não serão capazes? A que outras demandas inimagináveis poderão as massas obedecer?

O inferno é o limite.