Tucker Carlson tem uma vantagem de 63 pontos em popularidade sobre o canal que o empregava, a Fox News, de acordo com um novo inquérito da agência de consultoria Change Research.

A favorabilidade líquida de Carlson entre os republicanos é actualmente de +59, enquanto a da Fox News é de -4, uma diferença de 63 pontos.

 

 

Carlson e a estação dos Murdoch separaram-se no final de Abril por razões desconhecidas – com a Fox a manter o apresentador refém através do seu contrato que o impede de encontrar um lugar noutros canais concorrentes.

Para contornar esta situação, Carlson anunciou que vai apresentar o seu programa no Twitter.

“Todas as pessoas que trabalham em media de língua inglesa compreendem que há uma lei sobre o que não se pode dizer que define tudo. É uma lei realmente suja e corrupta. Não podemos ter uma sociedade livre se as pessoas não são autorizadas a dizer o que pensam ser a verdade. O discurso é o requisito fundamental para a democracia.”

E prosseguindo, faz notar assertivamente que não há assim tantas plataformas que permitam a liberdade de expressão como isso:

“Estranhamente, não restam muitas plataformas que permitam o livre discurso. A única grande plataforma é o Twitter.”

E em conclusão fez o anúncio do regresso:

“Em breve, vamos trazer para o Twitter uma nova versão do programa que temos feito nos últimos seis anos e meio. E vamos trazer outros conteúdos também.”

Por falar em Twitter, a pesquisa da Change Research também descobriu que o CEO da empresa, Elon Musk, tem uma classificação líquida de favorabilidade de +53 com os republicanos, -17 com os independentes e -75 com os democratas (Carlson está em -84 com estes últimos).

 

 

Nicholas Fondacaro, editor associado da organização conservadora NewsBusters, disse ao The Epoch Times que a missão de Carlson, tal como a de Musk, é a da defesa da liberdade de expressão.

“Carlson parecia sincero no seu vídeo, dizendo que acredita que o Twitter é o último bastião da liberdade de expressão, provavelmente porque Elon Musk deixou claro que garantir essa liberdade era a sua prioridade ao comprar a plataforma. Musk tem, na maioria dos casos, feito o que tem que ser feito”.

Musk esclareceu num post no Twitter que Carlson não tinha assinado qualquer contrato com a companhia que dirige para transmitir o seu programa na plataforma e que o antigo apresentador da Fox teria de seguir as mesmas regras que se aplicam a todos os utilizadores do Twitter.

“Nesta plataforma, ao contrário das emissoras de sentido único, as pessoas podem interagir, criticar e refutar o que quer que seja dito. E, é claro, qualquer coisa enganosa receberá @CommunityNotes. Também quero deixar claro que não assinámos qualquer tipo de acordo. O Tucker está sujeito às mesmas regras e recompensas de todos os criadores de conteúdos. Espero que muitos outros, particularmente da esquerda, também escolham ser criadores de conteúdo nesta plataforma.

 

 

Mais tarde, Musk convidou o antigo pivô da CNN, Don Lemon, para fazer o seu programa no Twitter, no que pode ser visto como uma tentativa de incentivar uma ampla gama de pontos de vista na plataforma.

“Já pensaste em fazer o teu programa nesta plataforma? Talvez valha a pena tentar. O público é muito maior.”

O patrão da Space X tem no entanto dados sinais contraditórios sobre a defesa dos valores ligados à liberdade de opinião, discussão e partilha. Na semana passada anunciou que tinha contratado Linda Yaccarino, para CEO do Twitter.  Yaccarino tem um perfil corporativista mais que evidente, foi uma activista das vacinas, apresenta-se no Linkedin com o slogan “freedom of speech, not reach” (liberdade de expressão, mas não de alcance), e já declarou até que os interesses das grandes multinacionais se sobrepõem ao livre discurso.

 

Terramoto nas audiências.

Após a saída de Carlson, a slot das 20h00 da Fox News, joia do horário nobre, sofreu uma queda brutal nas audiências. No entretanto o canal colocou no ar um novo formato, o “Fox News Tonight” com um elenco rotativo de apresentadores, nesse horário, mas há muito poucos espectadores que parecem convencidos com a solução. De acordo com a Nielsen, estes formatos tem atraído não mais que 1,3 milhões de espectadores. Em Março, porém, Carlson tinha uma média de mais de 3 milhões de telespectadores, na mesma slot horária.

Um porta-voz da Fox News disse isto ao The Epoch Times na quarta-feira passada:

“Não foi tomada nenhuma decisão sobre um novo alinhamento para o horário nobre e há vários cenários a serem considerados”.

Outros programas da Fox em horário nobre, incluindo os das 21h00 e 22h00, actualmente ocupados pelos programas de Sean Hannity e de Laura Ingraham, também viram as suas audiências baixar consideravelmente.

Aparentemente os públicos republicanos estão a castigar os Murdoch por terem despedido Tucker Carlson. E dificilmente a estação de notícias irá recuperar, a curto e médio prazo pelo menos, as audiências daquele que foi o mais popular anfitrião na história da televisão noticiosa por cabo.