
“O objectivo da Operação Prato era o de desmistificar esses fenómenos que estavam a acontecer na Amazónia. Eu próprio estava muito céptico, mas depois de umas quantas semanas na região, quando os OVNI’s começaram a aparecer por todos os lados, pequenos e grandes, ao longe ou bem de perto, não tive mais dúvidas.”
Coronel Uyrangê Hollanda
Um dos casos mais detalhada e massivamente documentados – e também mais sinistros – da ovnilogia é o de Colares, no Brasil. Em 1977, uma imensa quantidade de encontros imediatos dos três graus foi registada numa vasta área geográfica que compreendeu os estados federais do Maranhão e do Pará. A onda de observações e contactos decorreu durante meses, centrando-se com o correr do tempo na pequena localidade piscatória e tendo sido alvo de ampla cobertura por parte dos meios de comunicação social, que reportaram histórias de encontros traumáticos entre os habitantes locais e as estranhas aeronaves e as suas respectivas tripulações.
No epicentro do fenómeno que aterrorizou e vitimizou as populações locais, está um estranho incidente ocorrido com pescadores, em Abril de 1977, na desabitada Ilha dos Caranguejos, no Maranhão, que resultou numa vítima fatal e num ferido grave.
No dia 25 desse mês, quatro homens dirigiram-se à Ilha dos Caranguejos de barco, para recolher madeira. Após a recolha, tiveram que esperar até à meia-noite, para que a maré subisse novamente e o barco conseguisse navegar. Por volta das 20h00 foram dormir. Um deles, Apolinário, acordou às 5h00 e logo foi acudir Auleriano e Firmino, que se queixavam de dores intensas e apresentavam queimaduras de segundo grau. O quarto homem, José, que se tinha deitado numa rede, estava morto. Apolinário levou-os para o continente. A polícia investigou o caso mas não chegou a qualquer conclusão definitiva. Os três sobreviventes nunca conseguiram recordar os acontecimentos daquela madrugada, mesmo após hipnose regressiva. A única referência à causa da tragédia foi mencionada por um dos sobreviventes que terá dito ao médico que o atendeu no hospital que “viu um fogo”, desmaiando de seguida. O Instituto Médico Legal do Maranhão determinou a morte de José por hipertensão arterial que gerou um acidente vascular cerebral, devido a choque emocional. Os ferimentos de Firmino e Auleriano foram comprovados em corpo de delito.
Nos meses que se seguiram a frequência de observações e experiências de terceiro grau tornou-se torrencial. A quantidade de pessoas raptadas, feridas e traumatizadas, que está ainda hoje por determinar, calcula-se na ordem das centenas.
Perante o alarme social, a Força Aérea Brasileira destacou um corpo de peritos em Outubro desse ano, para investigar o fenómeno na região do município de Colares, no Pará, a célebre “Operação Prato”. Esse destacamento incluía médicos, cientistas, quadros dos serviços de inteligência militar e, tudo indica, agentes da CIA. A operação foi encerrada, inconclusivamente e aparentemente por indicações dos agentes americanos, após 4 meses de investigação, precisamente quando a e equipa em campo estava melhor equipada para registar imagens fotográficas e videográficas. E no momento em que testemunhava directamente e com crescente frequência dezenas de ocorrências. Outras missões relacionadas, de carácter secreto, foram realizadas durante o ano de 1978.
A informação recolhida pelos militares inclui evidências fotográficas e testemunhais e detalhes sobre os ataques relatados pelas pessoas. Nesses registos ficamos a saber que a população alcunhava estes objectos de “chupa-cupas” porque muitas das suas vítimas alegavam que, no decorrer dos raptos a que tinham sido sujeitas, lhes tinham sugado o sangue.
Uma característica distintiva dos acontecimentos de Colares é que os OVNIs tanto desciam do céu como ascendiam da superfície do mar. Outra circunstância recorrente é a quantidade de encontros imediatos de terceiro grau, que não tem paralelo na ovnilogia. A diversidade na morfologia dos objectos observados, entre os quais se contam aeronaves tubulares, circulares (discos achatados e em forma de ovo), com asas e sem asas, com engenhos de propulsão e sem eles, tripulados e não tripulados é também muito específica deste evento. Até a fisionomia dos alienígenas diverge, nos relatos de vítimas e testemunhas oculares, que falam de monstros, pequenos homens verdes, grandes homens cinzentos e etc.
Documentos oficiais, civis e militares, e reportagens da imprensa constituem os principais registos do evento. O acervo oficial, composto por relatórios das Forças Armadas Brasileiras e do Serviço Nacional de Inteligência coligidos pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, estão hoje à guarda do Arquivo Nacional em Brasília.
No geral, a comunidade de estudiosos do fenómeno OVNI acredita que os eventos investigados pela “Operação Prato” são de origem extraterrestre e que as vítimas foram de facto submetidas a experiências brutais por seres alienígenas. Essa hipótese é sustentada pela extensa documentação oficial, por declarações de alguns membros destacados da operação e pela médica da unidade de saúde pública de Colares, que tratou muitas das vítimas e que experimentou ela própria um encontro imediato com um objecto voador não identificado.
Outros militares participantes na operação e algumas figuras públicas civis manifestaram opiniões diferentes, defendendo alternativas não extraterrestres e argumentando que o fenómeno “chupa-chupa” estaria ligado a comportamentos sociais anómalos, patologias psíquicas, perturbações atmosféricas e circunstâncias de natureza terrestre não esclarecidas, como testes militares.
O caso específico do coronel Uyrangê Hollanda, líder militar da “Operação Prato”, adensa o nevoeiro de mistério e terror que ensombra o evento de Colares. Logo depois de se reformar, o coronel afirmou publicamente que ele e outros membros da sua equipa observaram inúmeros objectos voadores não identificados durante a sua missão na região e que uma outra, paralela e secreta, operação tinha sido montada para encobrir os factos. Pouco tempo passado sobre estas declarações, o oficial foi encontrado morto. Apesar do relatório do médico-legista indicar o suicídio como causa da morte, a circunstância promoveu uma abundância de teorias da conspiração.
Ainda assim, algo de muito estranho e – no caso de ter origem terrestre – criminoso, aconteceu no Brasil, em 1977. Provavelmente nunca saberemos exactamente o quê, o como e o porquê.As coisas são como são, a verdade sobre os mais enigmáticos fenómenos da história universal nunca é partilhada com as massas e, pelos vistos, temos que aprender a viver com isso.
Relacionados
26 Fev 25
New Music, The The e Prefab Sprout: O pop como nunca antes tinha sido feito.
A Discoteca da Minha Vida #07: Logo no início dos anos 80, o legado da década anterior já estava a ser explodido em bocadinhos, com um pop novo, electrónico, fluente e iniciático, que ia marcar as tonalidades da música popular daí para a frente.
7 Fev 25
Supertramp, The Motors e Flock of Seagulls: uma definição de diversidade, no Paleolítico Inferior.
A Discoteca da Minha Vida #06: Três bandas que não podiam ser mais distintas, três discos que primam por não serem parecidos como mais nada do que se fazia nesta altura do campeonato, espécie de idade da inocência com asas para o sol queimar.
29 Jan 25
Nada para ver aqui: Administração Trump diz que drones de New Jersey foram autorizados pela FAA e “não eram o inimigo”.
A Secretária de Imprensa da Casa Branca revelou que os drones vistos a sobrevoar New Jersey e outras partes do país no fim de 2024 "não eram o inimigo" e que foram autorizados a voar pela Administração Federal de Aviação. O Contra desconfia que a senhora mente.
20 Jan 25
Coulthard, Barber e o ovo alienígena: A revelação que não foi.
O tão esperado programa de Ross Coulthard que ia mostrar ao mundo um OVNI resgatado por forças militares americanas cumpriu a promessa, aparentemente. Mas os cépticos não vão ser convencidos e os crentes não vão ser vingados. Como era expectável.
13 Jan 25
Trump promete revelar a verdade sobre os drones que circulam nos céus da América.
Donald Trump prometeu revelar exactamente o que está a acontecer com os drones que têm sido vistos a sobrevoar o território americano. O problema é que há mais objectos nos céus dos EUA que apenas drones e sobre a natureza desses objectos nada será por certo revelado.
21 Dez 24
O QUE DIZ A CRUZ.
Palavras para aquilo que não se percebe.
No principio era o verbo. Deus ainda não existia e já o papá me dizia coisas como: es-can-ga-lha-do. A mamã gostava menos de palavras. Mas vingava-se com carinhos e por isso, a seguir ao verbo, foi a ternura. E assim, demorou mesmo muito tempo a chegar a vez de Deus.