Um dos problemas fundamentais da Teoria da Evolução começa com o próprio uso da palavra. Os evolucionistas adoram mudar o seu significado, de modo a confundir o público leigo. Às vezes, Evolução significa mudança ao longo do tempo. Outras vezes, refere-se a mutações em pequena escala geográfica e cronológica, a referências de ancestralidade comum, ou a um mecanismo não guiado de seleção natural agindo em variações aleatórias. Seja como for, a ideia central da “Origem das Espécies” é que o lento processo de sobrevivência dos organismos que melhor se adaptam aos seus ecossistemas é o motor da história da vida, porque estes organismos são mais bem sucedidos na reprodução, gerando assim um legado genético dominante.

Acontece que o pensamento de Darwin não é comprovado pelas evidência fósseis, nem pelos cálculos estatísticos da Genética Populacional. A sua teoria, no formato original, tanto como no spin que lhe foi dado por biólogos consagrados do século XX, está morta, se não na consciência popular, onde continua a vigorar como válida, no difícil confronto com os factos materiais e matemáticos.

Neste testemunho lapidar, que o ContraCultura recomenda vivamente, o geólogo e paleontólogo Casey Luskin, professor catedrático da Universidade de Joanesburgo, investigador da Scripps Institution for Oceanography e perito associado do Center for Science and Culture do Discovery Institute, resume, de uma forma que qualquer leigo pode entender, a falência do evolucionismo à luz da paleontologia e da genética contemporâneas.

 

 

O registo fóssil suporta a teoria de Darwin?

Não. O que vemos no registo fóssil é o surgimento abrupto de novas espécies, sem claros precursores. Estas evidências vão contra a ideia tipicamente darwiniana de que as espécies tem origens genéticas comuns e que se vão especializando e adaptando lentamente aos seus ecossistemas, evoluindo ao longo de milhões de anos. A explosão de espécies novas, sem origens genéticas comuns, ao longo das eras, numa espécie de processo de tentativa e erro da natureza, está muito mais de acordo com os dados disponíveis da recolha paleontológica.

 

Reconheceu Darwin que existiam incongruências entre o registo fóssil e a sua teoria?

Darwin era um cientista de primeira estirpe, um biólogo genial e meticuloso, de mente sã e aberta à dialéctica. Admitiu sem rodeios que o registo fóssil e a diversidade de espécies que já no século XIX era registada colocava problemas à validade da sua teoria. Mas acreditava que, dada a juventude da ciência da paleontologia, esse registo estava incompleto e que no futuro surgiriam evidências que comprovariam a veracidade da sua tese. A paleontologia estava de facto no seu início, pelo que se percebe perfeitamente o ponto de vista. O que não é aceitável é que darwinistas contemporâneos apresentem o mesmo argumento, mais de duzentos anos depois desta disciplina ter sido instituída. Mas já lá vamos.

 

São apenas os críticos da “Origem das Espécies” que acham que o registo fóssil desafia seriamente a teoria da evolução?

Não. Há muitos evolucionistas mainstream que reconhecem que a teoria não tem evidências suficientes para ser conclusiva. Um dos mais célebres biólogos e paleontólogos da história, Stephen Jay Gold, afirmou que a ausência de organismos fósseis que registem a transição genética das espécies era um dos grandes mistérios da paleontologia e que o processo evolutivo decorria da análise académica muito mais do que das evidências fósseis. Outro famoso paleontólogo, Niles Eldredge, reconheceu também a mesma escassez de provas materiais que consubstanciassem a teoria da evolução das espécies. Estes dois conceituados cientistas criaram uma teoria, a do Equilíbrio Pontuado, em que defendem um processo muito rápido de mutação genética das espécies. O carácter acelerado do processo justificaria assim a ausência de evidências fósseis que são mais nítidas quanto mais largo for o espectro cronológico. O problema desta teoria, para além de requerer uma quantidade imensa de interacções e mutações genéticas num espaço de tempo muito curto, é que não é testável, já que a própria teoria prediz que  as evidências materiais não vão ser encontradas… Este é um truque académico muito em voga nas ciências contemporâneas, principalmente na Física, que o ContraCultura já denunciou e continuará a denunciar.

 

Quais são os grandes “saltos” na história da vida?

A explosão mais conhecida é a do período Câmbrico que regista o aparecimento relativamente rápido, num hiato 5 a 10 milhões de anos, dos filos (agrupamentos alargados de seres vivos que partilham certas características evolutivas comuns) relativos às espécies que actualmente proliferam no planeta. Muitos dos organismos que surgiram na altura, vegetais ou animais, invertebrados e vertebrados, não tinham precursores genéticos directos.

Logo depois da explosão câmbrica, deu-se um outro surto abrupto de geração biológica, o período Ordoviciano, onde surge também e de repente uma grande quantidade de organismos marinhos, sem qualquer ligação a espécies precursoras. Mas toda a literatura científica está repleta de súbitos rebentamentos: explosões de peixes, de dinossauros, de aves, de mamíferos e até o surgimento da linha genética dos homens é explosiva. De todo em todo, o registo fóssil não apresenta graduações, mas sim big bangs de criatividade da natureza.

 

Mas não há mesmo sinais de formas transitórias no registo fóssil?

Da mesma forma que um relógio para está certo duas vezes por dia, foram encontrados alguns casos que podem ser vendidos como organismos de transição. Mas não os suficientes para formarem um padrão reconhecível através das eras. Entre os mais famosos, encontra-se o Archaeopteryx na alegada transição entre dinossauros e aves, e o Tiktaalic, na graduação entre os peixes e os animais terrestres de quatro pernas. Mas, como já foi referido, é muito possível que estas espécies só sejam consideradas transitivas por indução dos académicos. Até porque, quando se estudam estas espécies com um mais aprofundado critério comparativo, descobrimos que o Archaeopteryx é na verdade uma espécie posterior a outras proto-aves. O mesmo se passa com o Tiktaalic, que não pode ser o percursor dos tetrapodes porque há evidências fósseis de anfíbios de quatro membros anteriores a esta espécie.

Os adeptos da evolução gostam de trazer à conversa o caso das baleias e acreditam que existe nesta espécie uma linha transitiva no registo fóssil. Porém, é possível provar matematicamente que esses mecanismos de evolução são impossíveis. Mais uma vez, protelamos a explicação dessa impossibilidade para mais à frente neste texto.

 

O registo fóssil conta a história do desenvolvimento gradual da complexidade da vida na Terra?

Uma abordagem muito superficial e quase visual do registo fóssil pode indicar que partimos inicialmente de umas poucas espécies muito simples para uma multitude de formas de vida, altamente complexas. Até porque essa ideia é intuitiva. Mas a natureza rege-se por leis que são, muitas vezes, contra-intuitivas. E quando nos dedicamos a observar a alta definição dos registos fósseis, não conseguimos vislumbrar qualquer sinal de mutações graduais. O que vemos é um padrão de explosões de diferentes tipos de organismos que repetidamente surgem de forma abrupta, sem precursores evolutivos, o que contradiz directamente o modelo darwiniano.

 

Como é que podemos estar certos de que as camadas geológicas não encerram registos fósseis de espécies transitórias?

Pela leitura da “Curva de Descoberta de Espécies”, um instrumento técnico de referência para o estudo estatístico dos avanços científicos da paleontologia, que regista de forma algorítmica as diferentes espécies encontradas deste o inicio da actividade paleontológica, concluímos que os cientistas estão a descobrir actualmente apenas fósseis de espécies que já foram anteriormente identificadas e que já não existem muitas mais por descobrir. O conhecimento da história biológica do planeta está praticamente completo e nesse panorama não se encontram formas de vida transitórias em número significativo. Se elas existissem em quantidade significativa, em quantidade significativa já tinha sido descobertas.

 

 

O que é a genética populacional e o que é que os cientistas aprenderam com ela?

A Genética Populacional é o ramo da Biologia que estuda a distribuição e mudança na frequência de mutações de um gene sob influência das quatro forças evolutivas: selecção natural, deriva genética, mutação e fluxo genético. A disciplina estuda o potencial que uma dada característica genética tem para se disseminar numa determinado população a partir do grau de vantagens que apresenta para os organismos portadores. Uma das conclusões mais importantes da Genética Populacional é a de que a selecção natural mostra-se bastante ineficiente na disseminação dessas características genéticas. Há muitas forças aleatórias e indeterminadas no processo que podem afectar a forma como o gene se propaga (deriva genética) e como se fixa na população. Muitas vezes estas características genéticas são até prejudiciais aos organismos. Outras vezes são inviáveis no contexto de outras variáveis ecossistémicas. São muito raras as mutações benéficas que se disseminam com rapidez e o simples facto de uma característica ser benéfica não significa que se propague pela população. O que a disciplina conclui é que essa disseminação é, para todos os efeitos, improvável, e por isso muito demorada. Muito mais demorada do que propõe a teoria neo-darwiniana do Equilíbrio Pontuado.

 

A evolução humana enfrenta um problema de “tempo de espera”?

Há quanto tempo tiveram os símios e os humanos um ancestral comum? Há cerca de 6 a 8 milhões de anos. Durante esse tempo, a coluna vertebral, a pélvis e o crânio, entre outras estruturas fisiológicas, foram completamente redesenhados. Estas mutações são possíveis à luz da Genética Populacional? Não. Num estudo recente sobre o problema, os peritos chegaram à conclusão que para fixar numa população humana uma característica benéfica que integre apenas duas mutações genéticas seriam precisos 200 milhões de anos de evolução natural. Portanto o “tempo de espera” é um problema sério para o darwinismo aplicado à evolução do ser humano. É que à velocidade da teoria da evolução das espécies ainda não tínhamos sequer descido das árvores.

 

O que pode a genética populacional e o problema do “tempo de espera” dizer-nos sobre a evolução das espécies?

Enquanto a paleontologia oferece uma visão cristalizada, não dinâmica, dos processos históricos de eclosão da vida, esta disciplina reduz a incerteza e a especulação porque propõe fórmulas matemáticas que nos elucidam sobre o tempo que é necessário para que uma característica genética se dissemine numa determinada população, através de mecanismos darwinistas não guiados. E esses trabalhos estatísticos demonstram que a teoria da evolução das espécies não serve para explicar a história da vida na Terra. Muito simplesmente porque não há tempo suficiente para que as mudanças necessárias à evolução ocorram.

 

Em síntese: a “Origem das Espécies”, na sua versão novecentista ou nas suas variações contemporâneas, não se adequa às evidências fósseis, que apresentam um quadro de completude onde não são relevantes as espécies de carácter transitório; nem à estatística da ciência genética, que exige períodos de tempo evolutivo muitíssimo mais longos. A sobrevivência do mais adaptado por aquisição de vantagens genéticas não explica assim o triunfo da vida na Terra. E daí a segunda morte de Darwin.

Estamos portanto, em pleno século XXI, à procura de uma teoria que explique o aparentemente prosaico triunfo da vida biológica à superfície deste belo e fervilhante planeta.