Uma vez por ano a YouGov faz uma sondagem a nível global para percebermos quem são as personalidades mais admiradas de entre a espécie Sapiens. O resultado de 2021 é uma demonstração estatística de que o ser humano do Século XXI é um animal completamente imbecil. Senão vejamos:

Entre os dez homens mais respeitados temos quatro políticos (um deles, um feroz ditador), dois jogadores de bola, três bilionários e um actor de filmes de terceira categoria.

Não há um cientista, um artista, um filósofo, um escritor, um líder religioso, um explorador, um aventureiro, um soldado, um herói que seja. Se exceptuarmos o actor e os jogadores de bola, que são objectivamente tão importantes para a humanidade como o tempo que faz em Saturno, os restantes personagens consubstanciam aquilo que mais devia ser desconsiderado pelas massas: políticos e milionários que as desprezam completamente. Logo, as pessoas adoram sobretudo quem as mais despreza.

Seria bom que os ingénuos entendessem a sabedoria desta assertiva máxima:

Acreditares que um político está interessado no teu bem estar é a mesma coisa que acreditares que a prostituta está apaixonada por ti.

Talvez estejamos aqui a ser injustos como Narendra Modi, que é o único ser humano aparentemente decente nesta lista, mas caramba, ninguém com um mínimo de senso comum consegue ter esperança na humanidade quando é confrontado com a estupidez, o autismo a inconsciência de tudo o que é aqui manifesto.

Entre as mulheres, a coisa piora, se é possível:

São cinco actrizes (!), uma cantora pop, uma activista, uma líder política, uma ex-primeira dama e uma rainha. Com excepção da rainha e da activista, que são pessoas de algum significado antológico e/ou ontológico, restam a burocrata que vai ficar para a história por ter destruído a identidade alemã e mais sete zeros à esquerda.

A sétima mulher mais admirada no mundo é a Taylor Swift. A Taylor Swift, que está para a música como a música está para o silêncio.

A terceira mulher mais admirada no mundo é a Oprah Winfrey, que como não serviu para actriz, assumiu como missão sagrada entrevistar celebridades e distribuir automóveis pela plateia. Que seria do mundo, da história e da humanidade se a Oprah Winfrey não tivesse nascido?

A segunda mulher mais admirada no mundo é a Agelina Jolie. A sério, a Angelina Jolie. Há aqui razões que a razão desconhece, nitidamente.

A primeira dama no coração das massas é famosa e adorada por ter sido primeira dama no coração corrupto da América e é assim.

É claro que estes resultados espectaculares não são só produto da alienação e da inconsciência dos adoradores. O problema reside muito na escassez de seres humanos decentes que possam ser adorados. Se não temos margaret tatchers ou marie curies, temos que nos contentar com emma watsons. Se não há newtons nem churchills, só nos resta celebrar o Jackie Chan.

Parabéns à raça humana.