Os serviços secretos norte-americanos concluíram que o governo ucraniano ordenou o atentado bombista que vitimou mortalmente Darya Dugina, a filha do filósofo político Aleksandr Dugin.

Num artigo sobre o filósofo, o ContraCultura reportou o atentado em Setembro. Nesse texto podemos ler que:

Segundo a RT, a ideia dos assassinos era matá-la a ela e a seu pai, porque ambos tinham planeado viajar juntos, quando regressassem de um evento nos arredores de Moscovo onde Dugin tinha discursado. À última da hora, o filósofo russo decidiu viajar noutro automóvel e foi por isso que sobreviveu.

“Earlier on Saturday evening, Dugin, the father of the victim, was giving a lecture on ‘Tradition and History’ at a family festival in Moscow Region. Dugina was in attendance at the event. Several reports say Dugin initially planned to leave the festival with his daughter but later decided to take a separate car, while Darya took his Toyota Land Cruiser Prado.”

Circulam rumores que a responsabilidade do atentado é de forças secretas ucranianas que estão a desenvolver operações de sabotagem e guerrilha urbana no território russo.

Apesar de Kyiv negar a responsabilidade pelo ataque, que ocorreu em Agosto, “as agências de inteligência dos EUA concluíram agora que a explosão foi sancionada pelo governo ucraniano”, relata o Telegraph.

Os EUA alegadamente nada tiveram a ver com o ataque, não tendo dele conhecimento prévio, e já manifestaram junto das autoridades ucranianas o seu protesto formal pelo acto bárbaro. Isto apesar de podermos especular sem receio de implausibilidade que as operações de agitação e sabotagem que Kiev está a desenvolver em território russo são desenvolvidas com apoio da CIA, do MI6 ou da Mossad, e financiadas com os biliões com que o Ocidente tem patrocinado os esforços de guerra da Ucrânia.

Questionado sobre as conclusões dos serviços secretos norte-americanos, o porta-voz do governo ucraniano Mykhailo Podolyak continuou a negar o envolvimento do seu país no acto terrorista, declarando ao New York Times que:

“Alguém como Dugina não é um alvo táctico ou estratégico para a Ucrânia”.

O cinismo desta afirmação é recordista, já que o alvo do ataque seria certamente Aleksandr Dugin, que os meios de comunicação ocidentais afirmam ser um “aliado próximo” de Vladimir Putin, mas que aparentemente nunca teve qualquer contacto pessoal com o presidente russo.

Os senhores do Telegraph chamam ao assassinato “uma das operações mais ousadas da guerra até à data”, uma descrição que presumivelmente não utilizariam se a Rússia rebentasse com as filhas de filósofos ucranianos.

Aparentemente matar civis colocando bombas nos seus automóveis é uma acção “ousada” que as pessoas civilizadas gostam de cumprir.

Na altura, muitos meios de comunicação social afirmaram que o ataque era provavelmente uma “bandeira falsa” levada a cabo pela Rússia, que é como retratam praticamente todos os ataques contra a Rússia ou os russos. Mas como sempre acontece nos dias que correm, as teorias da conspiração passam a factos consumados enquanto o diabo esfrega o seu olho cego.