Investigadores chineses afirmam ter descoberto vestígios de um antigo oceano em Marte que poderá ter coberto até um terço da sua superfície. A descoberta compagina com outros estudos que sugerem a existência de água no planeta vermelho.

 

Um rover chinês que aterrou em Marte em 2021 terá encontrado provas da existência do oceano enquanto explorava o hemisfério norte na região de Utopia.

De acordo com algumas teorias científicas, Marte pode ter sido coberto por um grande oceano e o rover pode ter encontrado a orla costeira desse oceano. O veículo chinês Zhurong tem vindo a explorar a superfície de Marte há anos e as novas descobertas foram recentemente publicadas na revista académica Nature.

Os autores do estudo afirmam que o oceano proposto foi criado há cerca de 3,7 mil milhões de anos, mas congelou e desapareceu após cerca de 300 milhões de anos. No entanto, os investigadores também afirmam que o novo estudo não é uma prova definitiva da existência de um oceano antigo, alertando que serão necessárias amostras de rocha marciana para confirmar quaisquer teorias.

Estes desenvolvimentos compaginam com um outro estudo realizado por cientistas da Universidade da Califórnia a partir medições sísmicas efectuadas pelo módulo Mars InSight Lander, que sugere que Marte pode estar a esconder um imenso oceano, sob a sua superfície.

O cientista Benjamin Cardenas, que estudou potenciais provas do oceano marciano, mostrou-se céptico em relação a estas afirmações, afirmando porém que, se a teoria fosse verdadeira, poderia responder a questões sobre se Marte teve a capacidade de suportar vida no passado.

O bilionário da tecnologia Elon Musk tem defendido a colonização humana de Marte, afirmando que esse é um dos objectivos da sua SpaceX. A empresa recuperou um propulsor do foguetão Starship no mês passado, feito que constitui um grande passo para uma viagem interplanetária.

Seja como for, avanços tecnológicos à parte e independentemente da presença de recursos hídricos, passados ou presentes, na superfície ou no subsolo de Marte, há dificuldades que permanecem sem resolução numa viagem tripulada por seres humanos até ao planeta vermelho e que o Contracultura já documentou. Entre elas, nunca ninguém ainda explicou como é que os astronautas vão ser protegidos da intensa e fatal exposição à radiação cósmica com que serão atingidos durante a longa viagem.