A Ucrânia é habitada por 38 milhões de almas. Na guerra com a Rússia conta neste momento 1.8 milhões de baixas, incluindo 780.000 mortos.

 

 

Para dar perspectiva a estes números, a Alemanha Nazi contava 80 milhões de habitantes em 1939. Perdeu 3.1 milhões de soldados.

A relação entre a base demográfica e os soldados mortos no caso alemão, que é apocalíptico, é de 4 em 100, sensivelmente. No caso ucraniano é de 2 em 100.

O corpo demográfico russo soma 144 milhões de pessoas. Estima-se que perdeu até agora cerca de 500.000 soldados. A relação é de 1 em 300.

Entre Junho e Setembro deste ano, as forças armadas ucranianas perderam cerca de 60.000 soldados por mês. 240.000 almas em 4 meses. Como é que este país, ou qualquer outro, na verdade, pode sustentar um nível assim estarrecedor de baixas?

O que o Ocidente está a fazer, ao apoiar e prolongar esta guerra insustentável, é criminoso. Porque se mesmo os russos, que têm justificações históricas e geo-estratégicas plausíveis para fazer este guerra, já devem estar a fazer contas à tenebrosa chacina dos seus homens, que razões tem o bloco ocidental para continuar a validar a mortandade, trágica e comprometedora até do futuro da nação ucraniana, que está a promover?

No total, já morreram nesta guerra 2 milhões de seres humanos. Mais umas largas centenas de milhar vão morrer até que a Rússia atinja os seus objectivos, porque já ninguém acredita noutro desfecho. Ou seja: se logo de princípio se tivesse chegado a um entendimento diplomático, cedendo à Russia pelo menos uma boa parte do que pretendia, teríamos o mesmo resultado (ou até um produto negociado mais favorável à Ucrânia), sem a tenebrosa mortandade.

Boris Johnson, que em 2022 foi a correr para Kiev de forma a impedir o sucesso das negociações que estavam em curso entre russos e ucranianos e que pareciam promissoras, vai ficar para a história como um proeminente criminoso de guerra.

E das duas uma: ou é um louco furioso que devia estar encerrado na cela mais inóspita de um manicómio de alta segurança, ou não tem uma noite bem dormida há já algum tempo.

O que é, convenhamos, ligeiríssimo castigo.