Os relatórios de crimes de ódio na Escócia estão a caminho de ultrapassar o total de todas as outras ofensas combinadas, como resultado da nova e desastrosa lei do insuportável Humza Yousaf, que tem sido usada como arma pelos activistas políticos, mas também, como uma espécie de meme, por aqueles que se opõem à tirania sobre o livre discurso que se instalou no país.
Ao abrigo da nova legislação, qualquer pessoa que possa ser acusada de ter sido verbalmente “abusiva”, pessoalmente ou online, em relação à idade, deficiência, religião, orientação sexual e identidade de género de alguém, pode ser condenada a uma pena de prisão até sete anos.
Depois dos conservadores terem ridicularizado a legislação e dos activistas de esquerda a terem explorado para atingir os seus adversários políticos, as forças policiais têm sido inundadas com queixas, com um alto funcionário a queixar-se neste termos:
“Não conseguimos lidar com isto”.
O número de queixas de má-fé que estão a chegar ininterruptamente à polícia é um absurdo. Cerca de 8.000 denúncias de crimes de ódio foram feitas na primeira semana da entrada em vigor da nova legislação escocesa, o que, a continuar durante o ano, ultrapassaria o total anual de 416.000 crimes denunciados à polícia, de acordo com uma análise dos dados oficiais efectuada pelo The Telegraph.
Isto significaria que as denúncias de crimes de ódio ultrapassariam o total de crimes no prazo de 36 semanas, e superariam por um factor de 10 as 58.000 agressões anuais, o crime mais comum na Escócia.
David Threadgold, presidente da Federação da Polícia Escocesa, disse que os números eram a prova de que a nova lei está a ser “usada como arma” para perseguir vinganças pessoais e políticas, um regresso às práticas maoistas, estalinistas e nazis, quando os informadores apresentavam relatórios falsos sobre vizinhos de quem não gostavam.
A polícia escocesa já está a ter dificuldades em responder a crimes reais, como agressões sexuais e roubos de automóveis, e a perda de recursos causada pela lei dos crimes de ódio só irá agravar esse problema. Tal como o Contra já documentou, as autoridades já admitiram que a nova lei vai impossibilitar a disponibilização de recursos para crimes de furto, por exemplo.
Calum Steele, antigo secretário-geral da Federação da Polícia Escocesa, disse ao Telegraph que o seu telefone “quase não parou de tocar” com colegas que o contactaram após a aprovação da lei. Descrevendo a reacção como um “metafórico colocar das mãos na cabeça”, Steele diz que há um sentimento de que o policiamento “parece ter perdido a sua bússola”.
“As pessoas estão genuinamente envergonhadas. Sentem que o serviço e, por extensão, eles próprios, enquanto polícias individuais, vão apanhar por tabela”.
Pois sim. Mas vão fazer como são mandados.
Yousaf declara que aqueles que denunciaram à polícia o seu discurso racista contra os brancos “são de extrema-direita”.
De qualquer forma, não é só com denúncias de activistas woke, radicais de extrema-esquerda e apparatchiks tresloucados que é feita a corrente contínua de queixas de discurso de ódio à polícia. Muitos escoceses que se opõem à lei aproveitaram para denunciar o próprio racismo contra a população branca do país, que o first minister tornou explicíto por várias vezes e sobretudo num célebre – ou infame – discurso que fez no parlamento, enquanto era ministro da justiça:
🚨 The SNP leader Humza Yousaf, who wasn’t personally elected by the Scottish public, has now put into force a radical “Hate Speech” law that can lead to up to 7 years in prison, for saying anything he deems “stirs up hate” even in your own home.
Yet … remember this?👇🏼 🤷🏻♂️ pic.twitter.com/pQlqU5rChr
— Kosher🎗🧡 (@KosherCockney) April 1, 2024
Mas estas pessoas, segundo Humza Yousaf, são de “extrema-direita”. Claro. E ele, coitado, uma vítima desses extremistas-nazis-racistas-xenófobos que por acaso até toleram que um paquistanês tenha chegado, se bem que não através do voto, ao mais alto cargo executivo da nação.
Numa entrevista à BBC, Yousaf não gostou da classificação “discurso de ódio” das palavras que proferiu em 2020, em que se queixava de que todos os cargos políticos na Escócia eram ocupados por pessoas brancas (embora ele não o seja e já ocupasse na altura um cargo mais alto do que devia), num país em que 96% da população é cara pálida.
Numa entrevista ao first minister, o criado de serviço da BBC, Stephen Sackur, fez um esforço para se parecer vagamente com um jornalista e referiu:
“Curiosamente, também o senhor foi denunciado ao abrigo da nova legislação sobre crimes de ódio. A Escócia é 96% branca e há pessoas muito activas, sobretudo nas redes sociais, que afirmam que a sua mensagem foi essencialmente racista e anti-branca. A polícia não está interessada, diz que é um disparate, que não vai investigar, mas ao abrigo da nova legislação, a polícia também terá de registar o incidente como discurso de ódio?”
Yousaf respondeu:
“Não vi ninguém que tenha descrito esse discurso dessa forma que não faça parte da extrema-direita”.
The furore over Scotland’s draconian new hate crime law rumbles on, as First Minister Humza Yousaf has now stated that the only people who reported his infamous ‘anti-white’ speech as a potential hate crime are “far right.” Report: https://t.co/N535XYKhKG pic.twitter.com/rsU1aR08yG
— m o d e r n i t y (@ModernityNews) April 9, 2024
Assim, Yousaf está a afirmar que se não concordarmos que é um problema os brancos ocuparem a maioria dos cargos governamentais num país 96% branco, então somos “de extrema-direita”, ou seja, os racistas somos nós, e não ele.
É espantoso.
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