Enquanto se prepara para investigar todas as denúncias que irá receber ao abrigo da nova Lei de Crimes de Ódio, a Polícia Escocesa admite que vai deixar de investigar crimes como os de furto e danos materiais.

O projecto-piloto da Police Scotland implica que “mais de 24.000 crimes por ano deixarão de ser atribuídos aos agente na linha da frente”. Que boa ideia. O que é que pode correr mal?

O organismo recusou-se a dizer ao Telegraph quais as infracções que não seriam investigadas, afirmando que isso daria aos criminosos uma “vantagem táctica”. O jornal relata:

“A Polícia da Escócia recusou-se a divulgar os dados, alegando que admitir quais os crimes a que a política se poderia aplicar implicaria o risco de dar a àqueles com intenções criminosas a oportunidade de planear e orquestrar as suas actividades criminosas com o objectivo de evitar a detecção”.

No entanto, o Chefe da Polícia Jo Farrell disse numa reunião da Autoridade Policial Escocesa que algumas formas de roubo e danos criminais não seriam investigadas.

A nova política destina-se a libertar tempo para os agentes se concentrarem noutros “crimes”: os que se relacionam com as fascistas leis sobre a liberdade de expressão que já vigoravam na Escócia e, particularmente, com a draconiana legislação sobre “crimes de ódio” que entrou em vigor ontem, 1 de Abril, e que exigirá recursos adicionais para avaliar cada denúncia.

Farrell admitiu que a nova lei poderia criar “uma procura adicional” e criar uma “implicação de recursos” para a polícia. A lei é tão abrangente que qualquer discurso que se considere ofensivo pode ser denunciado e investigado.

Como o ContraCultura já noticiou, os agentes da polícia foram instruídos, durante o programa de formação sobre a aplicação da nova lei, que até o conteúdo de peças de teatro e espectáculos de comédia deve ser considerado como potencial crime de ódio. Um mero retweet de uma piada de Ricky Gervais sobre pessoas transgénero pode constituir matéria criminal na Escócia dos tempos que correm.

Entretanto, os verdadeiros criminosos ganharam novas perspectivas de sucesso para as suas actividades, já que vão ser deixados em paz pela polícia.

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