“A coisa mais incompreensível no universo é que ele é compreensível.”
Albert Einstein

“É preciso um programador para fazer um programa.”
Stephen Meyer . Darwin’s Doupt

 

Porque é que existe alguma coisa em vez de coisa nenhuma? Está é a pergunta que Martin Heidegger considerou a mais fundamental das questões sobre a metafísica. E porque é que o Cosmos é regido por leis que o ser humano pode decifrar? Esse facto confundiu até a mente genial de Einstein.

O ContraCultura defende a tese de que por trás da criação há um acto inteligente, um desenho divino, transcendente, que possibilitou a ordenada realidade cósmica, que é inteligível (até certo ponto), bela e promotora da vida.

Este é o primeiro de 5 artigos que procuram explanar os argumentos dessa tese.

 

O que é o Desenho Inteligente?

O Design Inteligente (DI) é uma tese filosófica de base científica que defende que algumas características do universo e dos seres vivos são melhor explicadas por uma causa inteligente do que por um processo não dirigido, como a selecção natural. Os teóricos da DI argumentam que a concepção inteligente do cosmos pode ser intuitiva, empírica e logicamente inferida porque encontramos na natureza o tipo de informação e complexidade que, pela nossa própria experiência, resulta de uma intenção criadora.

Os activistas do neo-darwinismo afirmam que a informação no cosmos e na vida biológica surgiu através de processos cegos, aleatórios e mecanicistas que não mostram qualquer evidência de concepção inteligente. Os defensores do DI afirmam, pelo contrário, que a informação presente no cosmos e na vida biológica não parece ter uma origem aleatória, antes surgindo através de processos intencionais e guiados por uma inteligência criadora. Ambas as afirmações podem ser testáveis usando os métodos padrão da ciência.

Como o Contra já documentou, o pensamento de Darwin não é comprovado pelas evidências fósseis, nem pelos cálculos estatísticos da Genética Populacional. A sua teoria, no formato original tanto como no spin que lhe foi dado por biólogos consagrados do século XX, está morta, embora ainda vigore como válida na consciência popular.

Por outro lado, as conclusões que podemos tirar daquilo que sabemos sobre a origem do universo, tanto como sobre o que percebemos sobre a mecânica subatómica, indiciam um complexo e muitas vezes insondável processo de criação inteligente.

 

A Teoria do Desenho Inteligente não é fundamentada na fé, mas na ciência.

De onde são provenientes, pela nossa experiência, a linguagem, a informação complexa e especificada, o código de programação e as máquinas? Têm apenas uma fonte conhecida: a inteligência. Não há programa sem programador. Não há reportagem sem jornalista. Não há novela sem romancista. Não há mecanismo sem engenheiro. Este é um argumento baseado em evidências empíricas e na observação da natureza, que não se baseia na fé, na religião ou na revelação divina.

Pelo contrário, a hipótese do Desenho Inteligente encontra na biologia e na origem da vida multicelular alguns dos seus principais argumentos, colocando em causa as teorias darwinianas e neo-darwinianas. Mas é muito mais ampla do que o debate sobre a evolução das espécies. Isto porque muitas das provas científicas a favor do Design Inteligente provêm de áreas que a teoria de Darwin nem sequer aborda. De facto, esse desenho divino encontra argumentos eloquentes na física e na cosmologia. Mas vamos por partes.

 

Biologia e Desenho Inteligente.

A célula confirma as expectativas em relação a um projecto inteligente e inteligível. O nosso ADN contém quantidades incríveis de informação codificada. As células vivas transformam esta mensagem química codificada em máquinas que são concebidas para desempenhar as funções bioquímicas necessárias à vida complexa. A conversão do ADN em proteínas assenta num sistema de comandos e códigos bioquímicos semelhante a um software. Este sistema de processamento de informação é similar ao de um programa de computador, mas muito, muito mais avançado do que qualquer software que alguma vez criámos ou poderemos criar.

As máquinas proteicas produzidas pelo nosso ADN são “irredutivelmente complexas”. A complexidade irredutível é um arranjo intencional de partes, em que se qualquer segmento for removido ou sofrer mutação, a estrutura deixa de ser capaz de se completar ou de funcionar correctamente. Por exemplo, o “flagelo bacteriano” é um motor rotativo das bactérias que não consegue estruturar-se ou funcionar adequadamente se alterarmos qualquer um dos seus 35 componentes proteicos. A selecção natural não pode explicar esta complexidade irredutível porque apenas preserva as estruturas que proporcionam uma vantagem funcional. Neste jogo de “tudo ou nada”, as mutações não podem produzir a complexidade necessária para criar um motor rotativo funcional, que progride incrementalmente, e as probabilidades são demasiado remotas para se concretizarem num grande salto evolutivo.

Os últimos 50 anos de investigação biológica descobriram que a vida assenta fundamentalmente neste três eixos:

– Há uma vasta quantidade de informação complexa e específica codificada numa linguagem bioquímica;

– Há um sistema computorizado de comandos e códigos que processa a informação;

– Essa informação é processada por máquinas moleculares irredutivelmente complexas.

 

 

Não há vida sem acto criador.

“Os organismos preocupam-se com a vida. A química, pelo contrário, é completamente indiferente à vida. Sem uma entidade biológica actuando sobre elas, as moléculas nunca se mostram interessadas em evoluir na direcção da vida. Nunca.”
James Tour

O Dr. James Tour, químico pós graduado em Perdue, Doutorado em Standford e Professor de Ciência de Materiais e Nano-Engenharia na Universidade de Rice, explica com enorme eloquência porque é que a ciência contemporânea chega facilmente à conclusão que existe um Criador por de trás da Criação.

O Contra aconselha vivamente o consumo deste luminoso clip vídeo.

 

 

Desenho Inteligente e cosmologia.

O rigoroso ajuste das leis da física e da química que possibilitam a existência de vida avançada é um exemplo profundo de níveis extremamente elevados de inteligência criadora na natureza. Para dar alguns exemplos, a força da gravidade (constante gravitacional) está ajustada com a remota precisão de uma parte em 1035; a taxa de expansão do universo está ajustada com a sobrenatural precisão de uma parte em 1055; e a constante cosmológica está ajustada com a impossível precisão de uma parte em 10120. Os cosmólogos calcularam que a entropia inicial do universo deve ter sido ajustada com a precisão inacreditável de uma parte em 1035. São números excessivamente longos para serem escritos. Ou contados.

Charles Townes, galardoado com o Prémio Nobel da Física em 1964, observou:

“A concepção inteligente, tal como a vemos de um ponto de vista científico, parece ser bastante real. Este é um universo muito especial: é notável que tenha surgido desta forma. Se as leis da física não fossem exactamente como são, não poderíamos estar aqui.”

Até o cosmólogo ateu Fred Hoyle reconheceu que

“A interpretação dos factos pelo senso comum sugere que um super intelecto manipulou a física, bem como a química e a biologia”.

Desde o mais ínfimo átomo, passando pelos organismos vivos, até à arquitectura de todo o cosmos, o tecido da natureza mostra fortes indícios de um desenho inteligente.

 

Uma conversa sobre ciência como uma conversa sobre ciência deve ser.

No clip vídeo em baixo, a falência do darwinismo e a hipótese do Desenho Inteligente é articulada por 3 reputadíssimos cientistas com opiniões muito diferentes sobre as origens da vida, mas com um valor fundamental em comum: a ciência é uma disciplina que não sobrevive à ausência de livre arbítrio. Que não prospera sem discórdia. Que não triunfa sem contraditório. E é por isso que a conversa arbitrada por Peter Robinson e deliciosamente interpretada por David Berlinski, David Gelernter, e Stephen Meyer é das coisas mais bonitas, mais iluminadas, que podemos encontrar na net.

 

(Continua)