A Comissão Europeia vai anunciar em breve o 12º pacote de sanções da UE contra a Rússia, que incluirá novas proibições de importação e exportação, bem como um aumento do tecto do preço do petróleo, segundo afirmou a Presidente da UE, Ursula von der Leyen, numa conferência de imprensa em Kiev.

“Em breve iremos propor um 12º pacote de sanções, com novas listagens, novas proibições de importação e exportação, acções para aumentar o limite máximo do preço do petróleo e para continuar a reprimir a evasão às sanções”.

A Bloomberg já tinha noticiado que a União Europeia deverá impor restrições comerciais no valor de 5,3 biliões de dólares como parte do 12º pacote de sanções contra a Rússia. De acordo com as fontes da Bloomberg, as novas restrições previstas afectarão as exportações de equipamento de soldadura, produtos químicos e outras tecnologias relacionadas com o sector militar. O bloco está também a considerar a proibição de licenças de software e de importações de alguns metais transformados, alumínio e artigos de construção, produtos de transporte e pedras preciosas.

A última lista de sanções da UE deverá incluir mais de 100 indivíduos e 40 entidades empresariais.

De acordo com fontes da Bloomberg, a UE está a tentar persuadir as empresas europeias a incluírem restrições nos contratos com países estrangeiros, de forma a impedir a transferência para a Rússia de equipamento que possa ser utilizado para fins militares. Foi também discutida a questão da proibição da devolução de activos russos armazenados nos países da União, bem como restrições ao envolvimento de cidadãos russos em áreas-chave das economias europeias.

A questão de um limite máximo para o preço do petróleo russo está também na ordem do dia em Bruxelas. Em particular, foi proposto o reforço da transparência da formação dos preços do petróleo e a limitação das transacções com frotas sancionadas.

Estas medidas ainda estão sujeitas a revisão e requerem o apoio unânime dos 27 países membros.

 

UE já perdeu 1,5 triliões de dólares devido às sanções contra a Rússia.

A notícia de novas sanções surge quando em Moscovo se fazem contas: na sexta-feira o vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Aleksandr Grushko afirmou, numa conferência de imprensa à margem do Fórum Económico Eurasiático de Verona, em Samarkand, no Uzbequistão, que os Estados-Membros da União Europeia perderam cerca de 1,5 triliões de dólares devido às sanções generalizadas introduzidas contra Moscovo.

“As perdas totais que a UE sofreu devido à imposição de sanções e às decisões de reduzir a cooperação com a Rússia totalizaram, segundo uma estimativa conservadora, cerca de 1,5 triliões de dólares”,

Grushko explicou como é que chegou a esta conclusão, referindo que o comércio mútuo entre a Rússia e os Estados-Membros da UE ascendeu a 417 biliões de dólares em 2013 e que poderia ter atingido 700 biliões de dólares este ano, se não fossem as sanções relacionadas com a Ucrânia. O vice-ministro acrescentou que o volume de comércio entre as duas partes totalizou 200 biliões de dólares em 2022, mas deverá cair para menos de 100 biliões até ao final de 2023, com tendência futura ainda mais pessimista.

“No próximo ano, o volume de negócios cairá ainda mais, para 50 biliões e estará a caminho de zero depois disso”.

O diplomata concluiu o seu raciocínio afirmando que não vê sinais de que o bloco reverta as suas políticas em relação a Moscovo num futuro próximo.

Dá assim a clara sensação de que, mesmo quando a guerra na Ucrânia cessar, as sanções contra a Rússia vão continuar, porque são uma das ferramentas preferidas por von der Leyen para empobrecer os europeus e cumprir a agenda distópica de Bruxelas.