Tucker Carlson criticou o recém-eleito speaker Câmara dos Representantes, Mike Johnson (R-LA), por dar prioridade aos interesses de países estrangeiros em detrimento dos interesses dos Estados Unidos. No podcast “This Past Weekend, With Theo Von”, Carlson disse o seguinte sobre Johnson:

“É um tipo simpático e não estou contra ele… Mas se acha que o bem-estar de outro país é a coisa mais importante para si como um dos líderes do nosso país – o terceiro na linha de sucessão à presidência – perdeu o fio à meada”.

Carlson salientou que “a primeira coisa” que Johnson fez ao assumir o cargo foi emitir uma “declaração em nome de um país estrangeiro”, acrescentando:

“Fiquei furioso com isso”.

 

 

De facto, num discurso proferido após ter sido eleito speaker, a 25 de outubro, Johnson declarou:

“Queremos que os nossos aliados em todo o mundo saibam que este corpo de legisladores está de novo a apresentar-se nos seus postos de trabalho. Que os inimigos da liberdade em todo o mundo nos ouçam alto e bom som. A Câmara do povo está de volta ao activo”.

Por vontade do “povo”, a Câmara nunca entregaria biliões e biliões de dólares dos contribuintes americanos a um neo-liberal que dirige um país do outro lado do mundo, sem qualquer interesse estratégico ou económico para os EUA. Isso é certo.

Mas os falcões do Congresso interpretaram – correctamente – as palavras de Johnson como um sinal de que a bancada republicana continua aberta a uma ajuda adicional à Ucrânia. E na passada quarta-feira, o o speaker anunciou que os republicanos da Câmara iriam, de facto, apresentar uma nova proposta de financiamento para a Ucrânia, embora integrando uma nuance: a legislação também irá integrar fundos para a segurança das fronteiras dos EUA.

O apoio de Johnson a novos pacotes de ajuda externa para a Ucrânia e Israel não é a única questão que está a suscitar críticas entre os conservadores, já que o speaker contratou para o seu gabinete alguns seres do pântano de Washington, entre os quais se destaca Dan Ziegler, que trabalhou anteriormente como lobista na Williams and Jensen. Enquanto esteve na empresa geria uma carteira de clientes que incluíam monstros da indústria farmacêutica e da biotecnologia como a Pfizer, a Merck, a Novo Nordisk e a PhRMA.

E isto fez erguer as sobrancelhas de muitos dos representantes populistas do Congressso.

Como o Contra noticiou em Outubro, congressistas rebeldes do Partido Republicano, liderados por Matt Gaetz, votaram para destituir McCarthy, o primeiro speaker na história da Câmara dos Representantes a ver o seu mandato interrompido pelos colegiais. Uma das razões pelas quais McCarthy foi corrido por parte da ala populista da bancada republicana foi precisamente a disponibilidade manifestada pelo o ex-líder da escassa maioria republicana na Câmara do Representantes para financiar com intermináveis biliões o regime de Zelensky.

A destituição de McCarthy, no entanto, não parece ter mudado coisa alguma. No lodo putrefacto do Capitólio, os velhos hábitos corporativos são difíceis de alterar.