O Presidente Joe Biden deu uma entrevista recente na qual afirmou que os Estados Unidos têm poucas munições de artilharia de 155 mm, provocando indignação e acusações de incompetência flagrante nas redes sociais.

Durante a entrevista, que foi para o ar no domingo de manhã, Biden defendeu o envio de munições de fragmentação para a Ucrânia como uma medida “de transição” até que sejam produzidas mais munições. Biden disse isto a Fareed Zakaria, da CNN:

“Esta é uma guerra relacionada com munições. E eles estão a ficar sem munições, e nós temos poucas. E assim, o que acabei por fazer foi aceitar a recomendação do Departamento de Defesa – não permanentemente, mas neste período de transição enquanto obtemos mais munições de calibre 155 – para entregar estes projécteis aos ucranianos.”

As reações nas redes sociais variaram de confusas a indignadas perante o facto de Biden estar a anunciar a condição deficitária da logística de guerra do Pentágono durante uma entrevista emitida para todo o mundo e que foi por certo anotada pelos inimigos dos EUA.

O comentador político Logan Dobson, registou o lapso assim:

“Adoro quando o presidente da América vai à CNN dizer a toda a gente que temos poucas munições”.

 

 

O colunista conservador Steve Guest não poupou o léxico.

“Joe Biden transmite ao mundo que os Estados Unidos têm poucas munições de 155 mm. Idiota. Será que Biden não se importa que os nossos adversários na China estejam a ouvir?”

 

 

Byron York, do Washington Examiner, comentou:

“Numa entrevista à CNN, o Presidente Biden não é muito claro, mas parece estar a dizer que os EUA estão a enviar munições de fragmentação para a Ucrânia porque estamos a ficar sem munições de artilharia de 155 mm para lhes enviar. Parece óbvio que isto está a afectar a prontidão dos EUA para se defenderem”.

 

 

Como tantas vezes acontece, o staff da Casa Branca já tentou corrigir as declarações do Presidente. Quando solicitado a comentar as críticas em resposta à entrevista de Biden na CNN, um funcionário da West Wing fez marcha atrás:

“O exército tem requisitos específicos para o número de sistemas de armas e munições que mantemos nas nossas reservas em caso de contingências ou conflitos militares. Tudo o que enviamos para a Ucrânia está para além disso. Portanto, os EUA não estão a ficar sem munições”.

O funcionário da Casa Branca também defendeu a autorização da administração para o fornecimento de munições de fragmentação à Ucrânia, afirmando que queriam garantir que a Ucrânia não ficasse “indefesa”.

“Estamos a autorizar munições de fragmentação para garantir que a Ucrânia não fique indefesa enquanto esperamos que a nossa própria produção interna aumente substancialmente, o que estamos a fazer, tal como os nossos aliados e parceiros. Estas munições de fragmentação são uma ponte enquanto aumentamos significativamente a produção de munições nos próximos meses – e teremos níveis de produção muito mais elevados em breve.”

Ainda assim, o empresário David Sacks escreveu no Twitter:

“O objetivo da guerra por procuração era enfraquecer a Rússia. Mas os EUA ficaram sem munições primeiro. Então, quem está a enfraquecer quem?”

 

 

O pundit Ian Miles Cheong também entrou no coro de críticas:

“Não era suposto que Joe biden dissesse isto em voz alta: ‘Ficámos sem munições’. Mas agora que o gato está fora do saco, é preciso perguntar se é possível continuar a apoiar as forças armadas ucranianas enquanto o conflito se arrasta”.

 

 

O adversário de Biden na corrida presidencial democrata, Robert Kennedy Jr., criticou Biden no Twitter no sábado, depois de este ter dado luz verde à sua administração para enviar munições de fragmentação para a Ucrânia.

“No ano passado, a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, considerou o uso de bombas de fragmentação um ‘crime de guerra’. Agora o Presidente Biden planeia enviá-las para a Ucrânia. Parem com a escalada incessante! É tempo de paz.

Kennedy, que entrou na corrida à Casa Branca em abril, acrescentou num outro tweet:

“Biden também se opôs às bombas de fragmentação em 1982, quando rejeitou a sua venda a Israel. O que é que aconteceu à sua consciência?”