A Rússia capturou mais território ucraniano desde Abril, com 294 milhas quadradas conquistadas, do que a Ucrânia conseguiu em toda a sua contraofensiva de 2023, com 199 milhas quadradas. Os ganhos da Rússia no ano passado são ainda maiores, com 553 milhas quadradas.

A Ucrânia iniciou uma contraofensiva ambiciosa em 2023, com o apoio do Ocidente e forças treinadas na Europa e nos EUA e armadas com tanques e outros equipamentos ocidentais. No entanto, apenas se registaram ganhos marginais em troca de pesadas perdas, enquanto os russos conseguiram vencer uma batalha contundente pela cidade-fortaleza de Bakhmut.

Desde o início de 2024, os ucranianos têm estado firmemente na defensiva, com os russos a acumularem uma vantagem substancial em termos de recursos humanos e artilharia e a capturarem outra cidade-fortaleza, Avdiivka, contestada desde que as hostilidades entre a Ucrânia e os separatistas apoiados pela Rússia começaram em 2014.

Agora, as forças russas abriram uma outra frente na região nordeste de Carcóvia, a segunda maior cidade da Ucrânia. As tropas russas obtiveram ganhos rápidos e substanciais, apesar das forças ucranianas terem tido mais de um ano para preparar as defesas, com relatos que sugerem que grande parte do dinheiro para as fortificações pode ter sido desviado para empresas falsas.

 

 

Objectivos ocidentais fantasiosos.

Aparentemente, a ofensiva de Carcóvia envolveu apenas um número relativamente pequeno de tropas, mas forçou Zelensky a desviar forças para a região, apesar das suas tropas já estarem dispersas na região oriental de Donbass, que tem sido o epicentro da guerra desde há meses.

As forças russas também começaram a pressionar as linhas ucranianas no sul, onde os ucranianos obtiveram alguns dos seus modestos ganhos no ano passado.

Mesmo depois de ter sido aprovado um pacote de ajuda de vários milhares de milhões de dólares para a Ucrânia, não é certo que Zelensky consiga organizar outra contraofensiva em breve. As autoridades americanas lamentaram que uma “montanha de aço” tenha sido construída para a contraofensiva de 2023 e que o equipamento para construir outra montanha “não existe”.

O legislador republicano J.D. Vance, alertou que, por mais ajuda que o Congresso aprove para Zelensky, os EUA não têm capacidade militar-industrial para atender às necessidades da Ucrânia, principalmente no que diz respeito à produção de artilharia e munições. Instando Zelensky e o regime Biden a desistirem dos seus objectivos de guerra ‘fantasiosos’, que objectivam uma derrota total da Rússia e a reconquista da Crimeia, e a chegarem a uma paz negociada, Vance sublinhou em Abril:

“A Rússia poderá em breve ter uma vantagem de artilharia de 10 para 1 sobre a Ucrânia… A vantagem actual da Rússia é de pelo menos 5 para 1, mesmo depois de todo o dinheiro que injectámos no conflito. Nenhum destes rácios conduz plausivelmente à vitória ucraniana.”

É remota a possibilidade de que em Washington alguém o oiça.