John Barnett, o informador da Boeing que relatou vários casos de negligência e problemas de qualidade na empresa, avisou uma amiga antes da sua morte nestes termos:

“Se me acontecer alguma coisa, não é suicídio”.

Barnett, 62 anos, foi encontrado morto com um tiro na cabeça na semana passada. O gabinete do médico legista do condado de Charleston considerou que a sua morte foi auto-infligida.

Barnett, que estava envolvido numa acção judicial contra a Boeing, trabalhou na empresa durante 32 anos e manifestou sérias preocupações quanto aos problemas de produção da empresa. De acordo com a sua equipa jurídica, Barnett enfrentou um ambiente de trabalho hostil devido às suas preocupações, em especial no que se refere aos problemas de segurança do modelo emblemático 787 Dreamliner da Boeing.

Depois de tomarem conhecimento da morte de Barnett, os seus advogados afirmaram:

“Estava muito bem disposto e desejoso de ultrapassar esta fase da sua vida e seguir em frente. Não vimos qualquer indicação de que ele se iria suicidar. Ninguém pode acreditar nisso”.

Uma amiga avançou agora com informações que sugerem que Barnett não se suicidou, de facto. A amiga de Barnett, Jennifer, disse que lhe perguntou se ele estava com medo. Segundo Jennifer, ele disse:

“Não, não tenho medo, mas se me acontecer alguma coisa, não é suicídio'”.

Jennifer acrescentou:

“Eu sei que ele não se suicidou. Não há hipótese. Alguém não gostou do que ele tinha a dizer e queria calá-lo. Foi por isso que fizeram com que parecesse um suicídio”.

 

 

Os advogados de Barnett continuam firmes na sua busca de justiça e planeiam prosseguir com o processo, que tem a primeira audiência em tribunal marcada para Junho. À luz destes acontecimentos e alegações, parece haver mais nesta história do que aquilo que os relatórios preliminares sugerem.

Acresce que, como refere Kim Iverson no clip em baixo, Barnett foi encontrado morto no seu carro com o revólver ainda na mão e o dedo indicador no gatilho. Esta situação, em que uma pessoa, depois de se suicidar, fica ainda agarrada à arma, é extremamente rara, dando claramente a indicação que alguém colocou a pistola na mão da vítima, post mortem.

Como o ContraCultura já documentou, a Boeing tem enfrentado vários escândalos relacionados com acidentes com os seus aviões e uma auditoria recente da FAA revelou dezenas de problemas na sua produção.

Este parece ser mais um caso, muito característico da América contemporânea, em que pessoas inconvenientes aos poderes corporativos são suicidadas.