A ‘Covid longa’ não existe e a profissão médica deve eliminar este termo imediatamente, segundo afirmaram médicos neozelandeses, numa avaliação crítica de um fenómeno que alegadamente afecta centenas de milhões de pessoas por todo o mundo.

De acordo com o director de saúde de Queensland, na Austrália, a designação implica que há algo de único nos sintomas a longo prazo da Covid-19. Mas na realidade, os efeitos secundários da Covid são indistinguíveis dos causados por outros vírus, como a gripe. Estas queixas persistentes, que podem incluir fadiga e falta de ar, enquadram-se no conceito de síndroma pós-viral.

Esta forma de distorcer a linguagem perpetua um clima de medo e impede a recuperação, adverte o Dr. John Gerrard, diretor de saúde de Queensland:

“Acreditamos que é altura de deixar de usar termos como ‘Covid longo’. Estes termos implicam, erradamente, que há algo de único e excepcional nos sintomas de longo prazo associados a este vírus. Esta terminologia pode causar medo desnecessário e, em alguns casos, hipervigilância em relação a sintomas mais longos que podem impedir a recuperação.”

Os comentários do médico surgem na sequência de um novo estudo sobre a Covid-19 de longa duração efectuado pelo estado australiano de Queensland. Os investigadores inquiriram 5.112 adultos que tiveram Covid ou gripe entre 29 de maio e 25 de junho de 2022.

Um ano depois, os participantes foram questionados sobre os sintomas actuais e o grau de incapacidade funcional através de um questionário. No geral, 16% de todos os entrevistados relataram sintomas contínuos um ano depois, e 3,6% relataram comprometimento funcional moderado a grave nas suas actividades quotidianas.

A análise não encontrou provas de que as pessoas que tiveram Covid eram mais propensas a ter limitações funcionais moderadas a graves um ano após o diagnóstico do que as pessoas com outras infecções virais, incluindo a gripe.

As pessoas com maior probabilidade de sofrer destes efeitos prolongados de surtos virais tendiam a ter 50 anos ou mais e apresentavam sintomas de tonturas, dores musculares, falta de ar, mal-estar após exercício físico e fadiga.

Os resultados serão apresentados na conferência do Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas, a realizar em Barcelona no próximo mês.

O Dr. Gerrard acrescentou:

“Nos sistemas de saúde com populações altamente vacinadas, a Covid longa pode ter parecido ser uma doença distinta e grave devido aos elevados volumes de casos de Covid durante a pandemia. No entanto, descobrimos que as taxas de sintomas contínuos e comprometimento funcional são indistinguíveis de outras doenças pós-virais. Estes resultados sublinham a importância de comparar os resultados pós-Covid com os que se seguem a outras infecções respiratórias e de continuar a investigação sobre as síndromes pós-virais”.

Gerrard não é uma voz solitária dentro da comunidade médica – outros também estão a desafiar a ortodoxia em torno da Covid longa.

O Dr. Rob Galloway, consultor de urgências e emergências no Reino Unido, já tinha manifestado o seu alarme relativamente a esta designação, que considerava estar a ser aplicada de forma demasiado liberal.

Num editorial para o Mail Online, escreveu:

“Fico frustrado com o número de doentes rotulados com esta designação, muitas vezes sem qualquer razão convincente para além de um conjunto de sintomas contínuos. As implicações deste rótulo podem ser significativas, afectando o seu bem-estar mental. Muitas das pessoas que tenho tratado parecem derrotadas pela suposição de que é pouco provável que melhorem. Mas também porque isso significa que os médicos podem não procurar outras causas para os seus sintomas.”

A Dra. Janet Scott, professora de Doenças Infecciosas da Universidade de Glasgow, que não esteve envolvida no estudo, comentou as últimas descobertas:

“Muitas infecções causam síndromes pós-infecção e pode ser que a “Covid longa” não seja, de facto, muito diferente de outras síndromes pós-vírus respiratório.”

Portanto: a Covid longa, como tudo o que com a Covid está relacionado, é um embuste. Mais à frente, e porque a teoria da conspiração é o método científico dos Século XXI, vamos descobrir que afinal será um efeito adverso das vacinas.