A Administração Federal da Aviação (FAA) concluiu uma auditoria de seis semanas ao fabrico do Boeing 737 Max, na sequência de um incidente em que um painel de porta foi arrancado de um destes aviões num voo da Alaska Airlines, no início deste ano. A auditoria revelou numerosas situações de incumprimento por parte da Boeing e do seu principal fornecedor, a Spirit AeroSystems.

A FAA destacou “vários casos” em que a Boeing e a Spirit AeroSystems não cumpriram os requisitos de controlo de qualidade. No entanto, a agência não revelou os pormenores destes alegados lapsos.

A FAA reprovou a Boeing em 33 das 89 auditorias de produtos, registando 97 casos de não conformidade. A Spirit AeroSystems, responsável pela construção da fuselagem do 737 Max, foi submetida a 13 auditorias de produtos, tendo sido reprovada em sete.

Numa das ilustrações mais escandalosas reportadas na auditoria, os mecânicos da Spirit AeroSystems foram vistos a testar um vedante de porta com uma chave de cartão de hotel (!) e a usar detergente da loiça como lubrificante durante a instalação da porta, o que, segundo os auditores, “não são práticas aprovadas” e “não estava identificado/documentado/indicado na ordem de produção”.

No entanto, a própria FAA pode ter contribuído para um aparente declínio dos protocolos de qualidade na indústria da aviação norte-americana, promovendo políticas de contratação de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), que incluem até pessoas com “deficiência psiquiátrica” e “deficiência intelectual grave”.

Para além do incidente com a porta da Alaska Airlines, os jactos da Boeing tiveram vários problemas na última semana, incluindo um avião que saiu da pista, um que perdeu um pneu e um outro que feriu 50 passageiros depois de os ter projectado para o tecto durante um “evento técnico”.

Como o ContraCultura já documentou, aquela que outrora foi essencialmente uma companhia liderada por engenheiros conhecidos pela inovação e pela perícia, funciona agora segundo os interesses de Wall Street e os princípios da ideologia woke. O resultado é o triunfo dos corretores e a falência da engenharia.