Na semana passada, a Comissão Europeia anunciou um programa de subsídios no valor de 1,5 mil milhões de euros, denominado Programa Europeu de Investimento na Defesa, como parte da sua Estratégia Industrial Europeia de Defesa.
A medida surge numa altura em que vários países Europeus e a Comissão Europeia tentam minimizar a sua dependência das capacidades militares dos EUA face ao que descrevem como “agressão” russa.
Ao apresentar a estratégia, o Comissário Europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, afirmou que a Europa enfrenta uma “ameaça existencial”.
O insuportável Josep Borrell, Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, afirmou:
“Em resposta à agressão da Rússia contra a Ucrânia, a UE deve reforçar as suas capacidades de defesa”.
Camille Grand, antiga secretária-geral adjunta da NATO e actual membro do Conselho Europeu de Relações Externas, também comentou o programa:
“A estratégia não é uma resposta à guerra na Ucrânia, mas sim uma resposta mais alargada a uma mudança de paradigma estratégico. É o reconhecimento de que a defesa é um assunto que não vai desaparecer durante algum tempo”.
A UE espera reforçar o seu complexo militar-industrial para diminuir a dependência do armamento dos EUA, especialmente à luz da perspectiva crescente de uma segunda presidência de Donald Trump. O antigo Presidente americano tem criticado fortemente a recusa dos países da NATO em cumprir as exigências em matéria de despesas de defesa, embora, pelos vistos, o dinheiro exista para o fabrico de armas.
Os críticos temem que a medida traia o objectivo da UE e possa transformar o que é suposto ser apenas uma união económica, mas que já é efectivamente uma união política, numa união militar. No entanto, a UE nega este facto. Breton disse à imprensa francesa na segunda-feira que a defesa “deve continuar a ser uma responsabilidade nacional” e que a UE não está a tentar mudar os tratados:
“Trata-se de trabalhar melhor em conjunto no âmbito dos tratados”.
Seja como for, se o programa se destina a fazer face à alegada “ameaça russa”, o ContraCultura deve sublinhar que a Rússia é a segunda potência militar mundial, e que não é um investimento deste género que vai fazer qualquer diferença na desequilibrada relação de forças entre Bruxelas e Moscovo.
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