O jornalista Steve Baker, depois de ter sido libertado

 

O jornalista de investigação do Blaze News, Steve Baker – que há anos procura chegar à verdade sobre os acontecimentos de 6 de Janeiro de 2021 – foi acusado na sexta-feira de quatro contravenções relacionadas com a sua cobertura do motim do Capitólio dos EUA, depois de se entregar ao FBI em Dallas.

Baker é acusado de:

– Entrar ou permanecer conscientemente num edifício ou terreno restrito sem autorização legal;
– Conduta desordeira e perturbadora num edifício ou terreno restrito;
– Conduta desordeira num edifício do Capitólio;
– Manifestar-se num edifício do Capitólio.

 

 

Baker soube que ia ser acusado no início da semana passada, mas só teve conhecimento da natureza das acusações depois de ter sido detido. O advogado de Baker em Dallas, James Lee Bright, afirmou que reter a natureza das acusações contra o seu cliente foi uma atitude “realmente incomum”.

Bright disse também que está “perturbado” com o que aconteceu ao seu cliente, acrescentando que governo federal demorou “mais de três anos para perseguir pessoas que eram jornalistas legítimos naquele dia” e que a estratégia parece ter sido concebida para ter um “efeito absolutamente assustador”.

Baker acrescentou que quando perguntou a um outro advogado, William Shipley, pelas razões da perseguição por parte do governo federal, teve como resposta:

“Tu sabes por quê. Estás a incomodá-los há três anos”.

O FBI instruiu Baker a entregar-se na sexta-feira de manhã, e ele fez exactamente isso. Embora a agência lhe tenha dito para comparecer na sua sede de Dallas de “calções e sandálias” – o que, segundo ele, normalmente significa que as autoridades estão a preparar um indivíduo para uma rotina de “humilhação” – o jornalista apresentou-se de fato e gravata. Mais tarde, foi algemado e conduzido por dois agentes a um veículo que o transportou para o tribunal.

 

 

O editor-chefe da Blaze Media, Matthew Peterson – que acompanhou Baker à sede do FBI – publicou a seguinte reacção:

“Difícil de assistir. Totalmente desnecessário. Não havia razão para levá-lo sob custódia e fazer com que os agentes o transportassem para o tribunal. Esperamos vê-lo em liberdade daqui a algumas horas.”

Glenn Beck, cofundador da Blaze Media, escreveu num artigo de opinião na manhã de sexta-feira que a batalha de Baker pela Primeira Emenda é de todos os americanos:

“Quando o governo dos Estados Unidos pode perseguir cidadãos, é quando sabemos que a nossa república está a desmoronar-se. Sempre disse que se podem ir atrás de Donald Trump, também podem ir atrás de pessoas como nós. E agora eles estão a fazer isso mesmo. Mas Steve Baker não está desanimado, e nós também não.

Beck perguntou a Baker, na quinta-feira, como é que ele se sentia mentalmente. O jornalista não pareceu intimidado e disse estar preparado para enfrentar a situação.

 

 

Baker anunciou em Dezembro que sabia que o FBI e o Departamento de Justiça (DOJ) dos EUA iriam acusá-lo pelo seu trabalho de investigação sobre o 6 de Janeiro e os advogados que representam Baker disseram em Janeiro que o Departamento de Justiça poderia estar a orquestrar uma “retaliação” contra Baker por causa das suas reportagens.

“As acções de Steve a 6 de Janeiro são conhecidas do Departamento de Justiça há 3 anos. Mas é só agora – depois que ele reportou duas histórias importantes e muito embaraçosas para o DOJ – é que está a ser alvo de um processo criminal. Qualquer acção tomada pelas autoridades federais – algemá-lo, mantê-lo sob custódia e transportá-lo ao tribunal – não será nada além de retaliação pelas suas recentes reportagens.”

Baker discutiu a sua saga jurídica em dois textos publicados em Outubro para o Blaze News (aqui e aqui), detalhando os meandros da investigação federal de que foi alvo após o seu trabalho jornalístico independente sobre o 6 de Janeiro.

Baker analisou inúmeros horas de vídeo de circuito fechado dos acontecimentos daquele dia, concluindo que o agente especial da Polícia do Capitólio, David Lazarus, cometeu perjúrio num julgamento dos Oath Keepers e que o relato oficial de um outro polícia do Capitólio, Harry Dunn, era, no mínimo, inconsistente. Em Dezembro, Baker alegou ter descoberto grandes irregularidades envolvendo Dunn, a Polícia do Capitólio, a imprensa e o representante Jamie Raskin (D-Maryland).

Em Janeiro, Baker denunciou a tentativa do governo dos EUA de esconder imagens relativas a uma bomba caseira encontrada a 6 de Janeiro na sede do Comité Nacional Democrata, que se pensa ter sido colocada como uma falsa bandeira por agentes infiltrados do FBI.

Parte do trabalho de investigação de Steve Baker sobre os acontecimentos de 6 de Janeiro pode ser encontrado no vídeo em baixo.

 

 

Baker foi libertado no sábado de manhã e tem uma audiência no tribunal marcada para 14 de Março.