Mais uma ideia luminosa do aparelho radical democrata: a cidade de São Francisco está a pagar 300 dólares por mês a criminosos para que não matem pessoas a tiro de bala.

O programa Dream Keeper Fellowship da cidade deu cartões-presente mensais a 10 pessoas que apresentam um alto risco de cometerem crimes com armas de fogo se elas se abstiverem de participar no alarmante aumento de tiroteios na cidade, de acordo com declarações das autoridades ao San Francisco Examiner.

Para além dos 300 dólares por não se meterem em sarilhos, os participantes no programa-piloto podem ganhar mais 200 dólares se cumprirem outros critérios, tais como comparecer a consultas de liberdade condicional e encontrar um emprego.

O programa-piloto – que começou em Outubro de 2021 e planeia expandir-se para cerca de 75 pessoas por ano – faz parte da iniciativa de dois anos do Presidente da Câmara para investir 120 milhões de dólares na comunidade negra da cidade e é financiado com o dinheiro dos contribuintes, bem como com donativos privados e um subsídio federal.

A brilhante ideia foi inspirada num programa executado na vizinha Richmond, Califórnia, em 2016, que, segundo estudos, reduziu o crime com armas em 70%, segundo afirmações das autoridades, embora também tenha espoletado sérias controvérsias – já que um jovem de 22 anos, Dawaun Rice, foi condenado a 40 anos de prisão perpétua depois de admitir o assassinato de duas pessoas, incluindo um garoto de 17 anos, em dois tiroteios diferentes, enquanto estava a ser pago ao abrigo do programa.

Yolanda Ficklin-Prothro, a mãe enlutada de uma das vítimas de Rice, culpou os organizadores do programa pela morte de seu filho Javonte Prothro, de 29 anos. A mãe disse numa entrevista em 2016:

“Não lhes tiraram as armas. Estavam a dar-lhes dinheiro para comprarem mais armas”.

Não obstante, Sheryl Davis, directora executiva da Comissão de Direitos Humanos de São Francisco, afirmou que “há definitivamente algo que queremos aprender com o programa” de Richmond.

“E há coisas que não queremos que se repitam”, sublinhou, sem explicar como se poderia evitar a repetição do escândalo com um dos membros do novo programa.

Por seu lado, o reverendo Eugene Rivers III, fundador do Instituto Seymour para a Igreja Negra e Estudos Políticos, criticou a decisão de São Francisco de implementar o excêntrico programa como um “artifício político” que é uma “ideia terrível”. O reverendo disse à Fox News na quinta-feira:

” A sério: Não se consegue que os jovens se afastem do crime gerando artifícios. Farão disto uma actividade lucrativa e não reduziremos a criminalidade”.

Por outro lado, David Muhammad, director executivo do National Institute for Criminal Justice Reform, disse ao Examiner que está confiante de que o programa poderá reduzir para metade a violência dos gangs na cidade – mas admitiu que a é ideia difícil de vender.

“O que estamos a dizer é que vamos investir recursos neste jovem de 25 anos que tem oito detenções anteriores, que está em liberdade condicional, que é um membro orgulhoso de um grupo de bairro e que nem sequer procura os serviços públicos. Não é uma decisão popular e pode não ser politicamente correcta, mas é o que se tem de fazer para reduzir a violência armada”.

Sheryl Davis garantiu que os participantes serão entrevistados para garantir que estão prontos para mudar as suas vidas e serão considerados “embaixadores da comunidade”, ajudando a espalhar uma mensagem contra a violência armada.

“Não é tão simples como as pessoas podem pensar. Não é tão transacional como: ‘Aqui estão alguns dólares para que não faças nada de mal’. Trata-se, na verdade, de nos ajudar a melhorar a segurança pública nos bairros. O objectivo é chegar às causas profundas da violência, que, em muitos aspectos, são económicas”.

A Mayor de São Francisco, London Breed, insistiu também que o programa não estava simplesmente a entregar dinheiro aos criminosos.

“Estamos a procurar formas de oferecer incentivos. Incentivos para mantê-los motivados, para mantê-los em busca de uma oportunidade melhor. Esse é o objetivo deste programa. Os dados mostram que, quando damos oportunidades às pessoas, isso pode mudar a vida de alguém”.

Os dados também mostram que se deres dinheiro a um criminoso reincidente, ele provavelmente vai comprar mais armas. Além disso, a elite política de S. Francisco parece ignorar que pagar a bandidos para não cometerem crimes é um método muito parecido com a extorsão, praxis clássica de inúmeras organizações criminosas que operaram e operam nos EUA. Aqui a diferença é que não são os criminosos a exigir o dinheiro, que lhes é dado voluntariamente pelas autoridades. Mas quando um dia estas verbas se esgotarem, ou alguém enfim descobrir que o programa é excessivamente imbecil para ser continuado, como é que vão reagir aqueles que estavam a ser pagos para deixarem de matar pessoas?