Relatos de experiências de “quase morte” – com separação entre a consciência e o corpo, luzes no fim do túnel, ambientes psicadélicos, aparição de entes queridos e diálogo com entidades sobrenaturais, entre outros cenários – capturam a nossa imaginação e estão profundamente enraizados na paisagem cultural e religiosa. A web está repleta de testemunhos deste género – pessoas que afirmam que experimentaram o que é que acontece depois de morrermos – enquanto a ciência recusa investigar o fenómeno.
O facto de estes relatórios partilharem tantos elementos comuns, mas variarem também em função do credo e de outras características das pessoas que viveram estas experiências, levanta a questão de saber se existe algo fundamentalmente real que as sustenta – e se aqueles que conseguiram sobreviver à morte estão a fornecer vislumbres de uma consciência que não desaparece completamente, mesmo depois do coração parar de bater.
Acontece que, finalmente, uma equipa de neurocientistas renegados teve a coragem de investigar o assunto e em Maio de 2023 publicou na prestigiada Proceedings of the National Academy of Science um estudo que fornece evidências de uma onda de actividade correlacionada com a consciência no cérebro moribundo.
O estudo, liderado pelo Dr. Jimo Borjigin, professor associado do Departamento de Fisiologia Molecular e Integrativa e do Departamento de Neurologia, identificou quatro pacientes que faleceram devido a paragem cardíaca no hospital enquanto estavam a ser monitorados por electroencefalograma (EEG). Todos os quatro pacientes estavam em coma e permaneciam vivos apenas porque estavam ligados a máquinas de suporte de vida. Com a permissão das suas famílias, foram retirados desse suporte vital e após essa remoção, dois dos pacientes apresentaram aumento da frequência cardíaca juntamente com um aumento na actividade das ondas gama no cérebro, considerada a actividade cerebral associada à consciência.
Além disso, a actividade foi detectada na chamada zona quente das correlações neuronais da consciência no cérebro, a junção entre os lobos temporal, parietal e occipital na parte posterior do crânio. Esta área está correlacionada com sonhos, alucinações visuais na epilepsia e estados alterados de consciência em outros estudos neurológicos.
Para uma melhor interpretação dos resultados do estudo incluímos um gráfico retirado do paper. A escala da esquerda indica a intensidade da frequência das ondas cerebrais. A escala inferior indica o tempo decorrido. O tracejado demarca o momento em que os aparelhos de suporte vital foram desligados. As cores vermelhas reflectem alta actividade cerebral e as cores azuis, baixa actividade.
Enquanto estavam em coma (fase S1), os cérebros dos dois pacientes mostram actividade principalmente nas frequências mais baixas, que correspondem ao motor fisiológico autónomo, digamos inconsciente, de funções como respiração, batimentos cardíacos e regulação hormonal, basicamente as coisas que o corpo faz de forma autónoma.
Mas quando os pacientes foram desligados do suporte de vida, algo estranho aconteceu: dá-se um aumento repentino na actividade cerebral nas frequências mais altas. Apesar do corpo estar tecnicamente morto, com o coração e os pulmões parados, há actividade cerebral em todo o espectro de intensidades durante cerca de seis minutos. Na fase S2, logo depois da morte clínica, há um pico que até podia ser descartado como uma anomalia, ou uma reacção dos neurónios à falta de oxigénio. Mas a actividade continua intensa nos momentos posteriores, para explodir cerca de quatro minutos depois da remoção dos equipamentos de suporte vital.
Mais: as áreas do cérebro que assim se acendem são aquelas envolvidas quando uma pessoa desenvolve actividades físicas, em que o corpo precisa estar ciente de sua posição, movimento e equilíbrio, mas também em funções mais complexas, como escrever, digitar, desenhar ou tocar um instrumento musical. Este paciente está morto, mas ainda assim o seu cérebro age como se o corpo estivesse envolvido em actividade física, resolução de problemas e tomada de decisões. Nesta fase S7, o cérebro avalia riscos, pesa prós e contras e considera diferentes resultados, faz uso da linguagem e cria ideias complexas.
Acresce ainda que o estudo demonstra que a actividade cerebral não era aleatória, detectando mensagens que estavam a ser enviadas de um lado para o outro no cérebro posterior do paciente. Os estudiosos do córtex acreditam que esta área do cérebro é necessária para a percepção consciente, o processamento visual e sonoro do meio ambiente, a compreensão da linguagem falada e a integração de informações sensoriais no comportamento físico.
A Dra. Nusha Mihaylova, que colabora com o Dr. Borjigin desde 2015 na recolha de dados de EEG de pacientes falecidos nos cuidados intensivos, referiu a este propósito:
“Estes dois pacientes tiveram relatos anteriores de convulsões, mas nenhuma convulsão durante a hora anterior à morte.”
Os outros dois pacientes não apresentaram o mesmo aumento na frequência cardíaca após a remoção do suporte vital, nem registaram qualquer aumento da actividade cerebral. Este facto, e o pequeno tamanho da amostra, levaram os autores do estudo a alertar contra conclusões precoces sobre as implicações dos resultados, observando que é impossível saber o que os pacientes vivenciaram porque não sobreviveram.
“Não conseguimos fazer correlações das assinaturas neurais de consciência observadas com uma experiência correspondente nos mesmos pacientes deste estudo. No entanto, as descobertas observadas são definitivamente entusiasmantes e fornecem uma nova estrutura para a nossa compreensão da consciência nos humanos moribundos”.
As neurociências estão na sua infância e não descobriram ainda como funciona o nosso cérebro: sabemos que partes da massa encefálica se iluminam quando estamos envolvidos em actividades diferentes, mas não sabemos como ou por que isso acontece, que fonte de energia forma os nossos pensamentos, sensações, sentimentos, memórias e reacções. Não sabemos onde se armazena a memória nem conseguimos identificar o processo pelo qual saboreamos o chocolate ou identificamos o café pelo seu aroma, por exemplo. Os cientistas ainda estão a tentar descobrir se a actividade celular produz a mente ou se a mente cria a actividade celular e até a definição do que é a mente humana está por determinar. É a mente apenas mais uma maneira de descrever a alma? Mente é o mesmo que consciência? A consciência reside no cérebro e resulta de um processo meramente biológico? Mente, alma e consciência são a mesma coisa e estão separadas do corpo ou são um produto neuronal que termina com a morte?
Não interessa se és ateu ou crente, neurocirurgião ou guarda nocturno: ninguém sabe realmente responder a estas questões, usando apenas o conhecimento científico.
Seja como for, este importante trabalho provou que depois do corpo terminar completamente as suas funções, o cérebro torna-se incrivelmente activo.
A.J. Gentile dedicou recentemente um episódio dos Why Files ao assunto das experiências de “quase morte”, que resulta num exercício especulativo absolutamente fascinante, entre a os abundantes relatos testemunhais e a escassa produção científica, sendo essa escassez de todo inexplicável porque na verdade se trata de uma questão que intriga e angustia a espécie humana desde que o Sapiens é Sapiens: haverá vida depois da morte?
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