Um alto funcionário da NATO afirmou que as pessoas na Europa deveriam preparar-se para uma guerra total com a Rússia, algures nas próximas duas décadas. É mais um, entre os vários destruidores de mundos que têm estado a avisar as massas que o mundo vai ser destruído.
O almirante Rob Bauer, presidente do Comité Militar da NATO, disse aos jornalistas, após uma reunião dos chefes de defesa da NATO em Bruxelas, que os governos precisam de começar a fazer preparativos e que os civis terão de ser mobilizados em grande escala, afirmando:
“Temos que perceber que não é certo que estamos em paz. E é por isso que nos estamos a preparar para um conflito com a Rússia”.
E continuou num tom que tem sido adoptado por outros congéneres:
“Mas a discussão é muito mais ampla. É também a base industrial e também as pessoas que têm de compreender que desempenham um papel. Tudo começa aí. Temos a percepção de que nem tudo é planeável e nem tudo correrá bem nos próximos 20 anos”.
O Telegraph relata que Baur também elogiou a Suécia por dizer ao seu povo para se preparar para a guerra.
“Precisamos de estar mais preparados em todo o espectro. É preciso ter um sistema em funcionamento para encontrar mais pessoas em caso de guerra, quer aconteça ou não. Falamos de mobilização, reservistas e recrutamento. Precisamos de recorrer a uma base industrial que seja capaz de produzir armas e munições com rapidez suficiente para poder continuar um conflito, se estivermos envolvidos nele”.
Chairman of NATO’s military committee Admiral Rob Bauer said that although NATO and member governments are readying themselves for conflict with Vladimir Putin’s regime, civilians must realise that they also have a role to play.https://t.co/yhx92ZLSEN pic.twitter.com/6UAnmWkKEi
— Sky News (@SkyNews) January 19, 2024
Como o Contra tem reportado nas últimas semanas, as elites militares e políticas na Europa estão a fazer este género de declarações, todas muito parecidas, sem apresentarem qualquer prova documental, qualquer indício dos serviços de inteligência, qualquer relato diplomático, que confirme a intenção de Putin de fazer a guerra na Europa. No caso das declarações de Rob Bauer, é crucial observar que o almirante nem sequer propõe um cenário em que seja Putin a iniciar um conflito directo com a NATO.
Assim sendo, resta explicar porque é que a NATO considera uma guerra com a Rússia, que terá sempre muito altas probabilidades de se transformar num conflito nuclear, como uma inevitabilidade. Que motivos, que ameaças, que riscos, que argumentos geo-estratégicos ou de segurança presidem a um confronto directo com uma das principais potências militares do mundo?
Os avisos estão a tornar-se constantes, mas as explicações, os fundamentos racionais para a guerra, não nos são dados.
E entretanto, um exercício militar massivo, o Steadfast Defender 2024, envolvendo 90.000 soldados da NATO, está programado para começar na próxima semana, na região do Báltico, ainda por cima. É o maior simulacro realizado pela NATO desde o fim da Guerra Fria.
Quem é que está a provocar quem?
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