Um alto funcionário da NATO afirmou que as pessoas na Europa deveriam preparar-se para uma guerra total com a Rússia, algures nas próximas duas décadas. É mais um, entre os vários destruidores de mundos que têm estado a avisar as massas que o mundo vai ser destruído.

O almirante Rob Bauer, presidente do Comité Militar da NATO, disse aos jornalistas, após uma reunião dos chefes de defesa da NATO em Bruxelas, que os governos precisam de começar a fazer preparativos e que os civis terão de ser mobilizados em grande escala, afirmando:

“Temos que perceber que não é certo que estamos em paz. E é por isso que nos estamos a preparar para um conflito com a Rússia”.

E continuou num tom que tem sido adoptado por outros congéneres:

“Mas a discussão é muito mais ampla. É também a base industrial e também as pessoas que têm de compreender que desempenham um papel. Tudo começa aí. Temos a percepção de que nem tudo é planeável e nem tudo correrá bem nos próximos 20 anos”.

O Telegraph relata que Baur também elogiou a Suécia por dizer ao seu povo para se preparar para a guerra.

“Precisamos de estar mais preparados em todo o espectro. É preciso ter um sistema em funcionamento para encontrar mais pessoas em caso de guerra, quer aconteça ou não. Falamos de mobilização, reservistas e recrutamento. Precisamos de recorrer a uma base industrial que seja capaz de produzir armas e munições com rapidez suficiente para poder continuar um conflito, se estivermos envolvidos nele”.

 

Como o Contra tem reportado nas últimas semanas, as elites militares e políticas na Europa estão a fazer este género de declarações, todas muito parecidas, sem apresentarem qualquer prova documental, qualquer indício dos serviços de inteligência, qualquer relato diplomático, que confirme a intenção de Putin de fazer a guerra na Europa. No caso das declarações de Rob Bauer, é crucial observar que o almirante nem sequer propõe um cenário em que seja Putin a iniciar um conflito directo com a NATO.

Assim sendo, resta explicar porque é que a NATO considera uma guerra com a Rússia, que terá sempre muito altas probabilidades de se transformar num conflito nuclear, como uma inevitabilidade. Que motivos, que ameaças, que riscos, que argumentos geo-estratégicos ou de segurança presidem a um confronto directo com uma das principais potências militares do mundo?

Os avisos estão a tornar-se constantes, mas as explicações, os fundamentos racionais para a guerra, não nos são dados.

E entretanto, um exercício militar massivo, o Steadfast Defender 2024, envolvendo 90.000 soldados da NATO, está programado para começar na próxima semana, na região do Báltico, ainda por cima. É o maior simulacro realizado pela NATO desde o fim da Guerra Fria.

Quem é que está a provocar quem?