Os efectivos de Kiev estão “significativamente desgastados”, uma vez que a “estratégia de atricção” da Rússia está a produzir efeitos, afirmou um antigo coronel da Força Aérea alemã.
Cerca de 800 soldados ucranianos estão a ser mortos e feridos diariamente durante o conflito com a Rússia, afirmou Ralph D. Thiele, coronel reformado da Força Aérea Alemã e analista militar de renome.
Num artigo de opinião publicado na revista Focus, no início de Janeiro, Thiele, que pertenceu à equipa do Comandante Supremo Aliado da NATO na Europa, afirmou que Kiev precisa de recrutar mais de 20 mil soldados por mês para substituir os mortos e feridos e para poder rodar as suas tropas na linha da frente, de forma a que os “soldados exaustos” possam recuperar e as unidades sejam capazes de reabastecer as suas provisões.
Segundo Thiele, que actualmente dirige os grupos de reflexão Político-Militares, EuroDefense e StratByrd Consulting, “a defesa altamente motivada” e a subsequente contraofensiva, que descreveu como “uma coisa do passado”, tiveram um “preço elevado” para a Ucrânia. Tanto mais que os recursos humanos, logísticos e bélicos de Kiev estão “significativamente desgastados”. Os sistemas de armas ocidentais não “fazem milagres” e estão a “acusar o desgaste”, acrescentou o analista.
O agravamento da situação no campo de batalha e a diminuição do apoio ocidental a Kiev estão a “corroer o moral” das tropas ucranianas, que “terão de poupar munições numa guerra de desgaste e suportar o massacre na frente sem descanso e sem um maior sentimento de realização”, sublinhou Thiele.
A Rússia também perdeu “um grande número de soldados e enormes quantidades de material” durante o conflito, mas “tem muito mais de ambos do que a Ucrânia”, argumentou.
“Passo a passo, a superioridade da Rússia no conflito com a Ucrânia está a tornar-se mais visível”, reconhece o analista. A “estratégia de desgaste” de Moscovo está a “surtir efeito” em termos de pessoal, material, munições e moral.
O número de 800 soldados ucranianos perdidos por dia, segundo Thiele, parece ser superior ao anunciado pelo ministro da Defesa russo, Sergey Shoigu, na reunião alargada do Conselho de Administração do Ministério da Defesa, na terça-feira da semana passada. De acordo com Shoigu, cerca de 400 mil soldados ucranianos foram mortos ou feridos desde o início dos combates, em Fevereiro de 2022. Isto significa que, de acordo com os números russos, as perdas diárias de Kiev rondam os 600 militares.
O Presidente russo, Vladimir Putin, que presidiu à reunião, sublinhou que “podemos dizer com confiança que as nossas tropas têm a iniciativa” na linha da frente com a Ucrânia. “Essencialmente, estamos a fazer o que consideramos necessário, o que queremos. Onde quer que os comandantes decidam que a defesa activa é a melhor opção, ela tem lugar. E onde for necessário, melhoramos as nossas posições”, explicou Putin.
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