Não foi por acaso que Rishi Sunak foi “eleito” primeiro-ministro pela City londrina. Assim torna-se mais fácil fazer com que o contribuinte sustente as políticas monetárias e financeiras absolutamente insanas e destrutivas do banco central inglês.
De facto, os contribuintes ao cuidado de sua Majestade o Rei WEF terão de pagar uma factura de 126 biliões de Libras para cobrir as perdas acumuladas com o esquema de compra de obrigações do Banco de Inglaterra durante a próxima década, segundo uma nova projecção.
Prevê-se que o Tesouro tenha de injectar biliões no balanço do banco central para compensar o défice do seu programa de flexibilização quantitativa.
De acordo com um relatório trimestral do Banco Central sobre o seu mecanismo de compra de activos – o veículo que utiliza para absorver a dívida do Reino Unido nos mercados financeiros – as perdas com a compra de obrigações deverão aumentar no início da década de 2030.
Após a crise financeira de 2008, o Banco de Inglaterra começou a comprar dívida pública e empresarial do Reino Unido a instituições financeiras, num esforço para estimular a economia, fazendo baixar as taxas de juro sobre essa dívida.
Ao abrigo deste acordo, o Banco canaliza os lucros obtidos para o Tesouro, enquanto o contribuinte paga a factura das perdas. É genial, não é?
Mais de uma década de juros ultra-baixos levou a que o Banco gerasse uma receita inesperada para as finanças públicas. No entanto, esta dinâmica inverteu-se em resultado do aumento das taxas de juro.
Os juros que o Banco paga sobre os depósitos bancários comerciais aumentaram acentuadamente nos últimos dois anos, devido ao facto de ter aumentado os custos do crédito para controlar a inflação.
Isto significa que os rendimentos que o banco central obtém das obrigações que adquiriu estão agora a ser ultrapassados pelo que paga aos seus depósitos.
Projeção do fluxo de caixa para o programa de flexibilização quantitativa
Num comunicado do Banco de Inglaterra divulgado este mês, lemos:
“Quando este acordo foi implementado, reconheceu-se que era provável que, no futuro, fossem necessários pagamentos em sentido inverso do HMT para o APF, à medida que a taxa de juro bancária aumentasse”.
Os preços das obrigações também caíram rapidamente, uma vez que os investidores previram mais aumentos das taxas, que vão ampliar as perdas do Banco. Os preços e os rendimentos das obrigações do tesouro evoluem inversamente e quanto mais alta a taxa de juro das obrigações, menos elas valem e menos entidades as querem comprar, pelo que o banco central se vê obrigado a adquirir os próprios títulos que emitiu, como também acontece nos Estados Unidos, já que a Reserva Federal está a comprar as obrigações do seu próprio tesouro, e a obrigar o sector bancário americano a comprá-las também, para impedir uma desvalorização catastrófica.
Mais a mais, o governador do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey, deverá anunciar um aumento das taxas de juro para um máximo de 5,75%, na próxima quinta-feira. Esta seria a 14ª subida consecutiva.
A iminente factura de 126 biliões de libras aumentará a pressão sobre as finanças públicas do Reino Unido, já de si sobrecarregadas.
Os peritos da agência de notação Fitch avisaram hoje que o Reino Unido terá este ano os juros da dívida mais elevados do mundo desenvolvido, pela primeira vez desde que há registos, que foram iniciados na década de 1990. O dinheiro pago aos detentores da dívida pública britânica deverá atingir 10,4% do total das despesas públicas, segundo a Fitch.
Há já algum tempo que economistas têm vindo a avisar que a factura dos juros da dívida britânica irá aumentar nos próximos anos. O Office for Budget Responsibility (OBR) previu, no orçamento de Março, que os juros da dívida, em percentagem das despesas públicas, atingiriam cerca de 11% este ano. Desde então, as expectativas de taxas de juro do mercado aumentaram, o que significa que o valor é quase de certeza mais elevado.
No seu relatório sobre os riscos orçamentais, publicado no início deste mês, o organismo de controlo orçamental afirmou que os pagamentos de juros deverão ser superiores em 13,7 biliões de libras em 2027/28, em comparação com a sua projecção, de Março deste ano, de 96,5 mil milhões de libras.
O novo aviso da Fitch sobre o desequilíbrio das finanças públicas levanta questões sobre se o Chanceler Jeremy Hunt irá lançar reduções de impostos previstas para este Outono.
No orçamento de Março, o OBR considerou que o Chanceler tinha apenas 6,5 biliões de libras de margem de manobra em relação aos seus objectivos orçamentais de reduzir o volume da dívida e limitar o endividamento a 3% do PIB, em cinco anos.
Trata-se da margem de erro mais reduzida de qualquer Chanceler desde que o OBR foi criado em 2010.
O desastre das finanças públicas britânicas está no horizonte. E, como sempre, será o contribuinte a pagá-lo. Porque nada disto decorre de incompetência. Tudo isto decorre da intenção explícita de empobrecer as massas.
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