Um robô industrial matou brutalmente um técnico de robótica sul-coreano na terça-feira, alegadamente por tê-lo confundido com mais uma caixa de material orgânico a precisar de ser empilhada.
A vítima, um homem na casa dos 40 anos, estava a tentar diagnosticar um problema com o sensor de um robô de recolha e colocação no Complexo Agrícola de Exportação de Donggoseong, no condado de Goseong, no sul do país, uma vez que estava previsto um teste do equipamento para o final da semana.
O robô, alegadamente criado e instalado pelo patrão da vítima, detectou o homem com o seu sensor, identificou-o como sendo uma caixa de colorau e, acto contínuo, agarrou-o com os seus braços e pinças. Depois de assim imobilizar o técnico, o robot terá esmagado o homem contra um tapete rolante.
De acordo com a agência noticiosa Yonhap, em língua coreana, a vítima ficou com a cara e o peito esmagados. Foi levado para um hospital, onde acabou por morrer.
Um funcionário do complexo agrícola disse que a empresa passou a confiar mais nos robots e menos nos seres humanos e que o acidente ocorreu depois da empresa ter tentado tornar os seus mecanismos de automação industrial mais eficientes. O funcionário acrescentou que “deve ser estabelecido um sistema preciso e seguro”.
Devido à redução do investimento em recursos humanos na Coreia do Sul, os robôs tornaram-se omnipresentes.
O Nikkei Asia noticiou no ano passado que o aumento do salário mínimo e a escassez de trabalhadores tornaram a automação e a robótica muito competitivas em termos de preços, numa série de sectores. Por exemplo, os robôs empregados de mesa e os robôs cozinheiros, introduzidos há quatro anos, estão agora presentes em restaurantes de todo o país. Aparentemente, os chefes de cozinha robóticos conseguem fritar 50 frangos por hora ou cozinhar bolos de arroz picantes para cinco pessoas em menos de 10 minutos. Até os afáveis e solícitos chefes de sala estão também a ser rapidamente substituídos por silicone e aço, com resultados sofríveis, obviamente.
De acordo com a Federação Internacional de Robótica, a Coreia do Sul, o quarto maior mercado de robôs do mundo, tem 1.000 robôs instalados por cada 10.000 empregados, de tal forma que, em 2021, o país tinha a maior densidade de robôs industriais do mundo, por uma margem gigantesca.
Kang Jin-gi, investigador principal da esquadra de polícia de Goseong, indicou que o assassino do trabalhador sul-coreano “não era um robô avançado, alimentado por inteligência artificial, mas uma máquina que simplesmente apanha caixas e as coloca em paletes”, segundo noticiou o Washington Post.
Um oficial da polícia não identificado sugeriu que a vítima poderia ter uma caixa nas mãos no momento do incidente, o que poderia explicar o facto de o robô a ter apanhado.
Em Fevereiro, o American Journal of Industrial Medicine revelou que nos Estados Unidos, entre 1992 e 2017, 41 pessoas terão sido mortas por robôs. 85% das vítimas eram homens, a maioria dos quais com idades compreendidas entre os 35 e os 44 anos.
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