David Cameron ou a impossibilidade de remover os globalistas dos corredores do poder . Wikimedia Commons

 

O antigo primeiro-ministro anti-Brexit David Cameron foi reintegrado no Governo pelo actual primeiro-ministro Rishi Sunak. Será responsável pela política externa britânica, com um cargo análogo ao de Ministro dos Negócios Estrangeiros.

Sunak teve de remodelar o seu executivo depois de ter demitido Suella Braverman do cargo de Ministra do Interior, pelo pecado capital da senhora ter afirmado, carregada de razão, que a polícia britânica parecia ter preferências em relação aos manifestantes – dando rédea solta aos militantes do Black Lives Matter e anti-Israel, mas reprimindo os cépticos do confinamento e os defensores dos valores nacionais britânicos.

James Cleverly, o antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros, foi transferido para o lugar de Braverman, com Cameron a ser trazido de volta do deserto político para ocupar o lugar de Cleverly. Como Cameron já não é um membro eleito do Parlamento (MP), será elevado à Câmara dos Lordes para poder desempenhar as suas funções. Dois tachos chorudos num só movimento corrupto.

Os eleitores do Brexit, já deveras desiludidos com e não representados pelo Partido Conservador britânico, manifestaram dúvidas quanto à ressurreição política de Cameron, um globalista que foi o líder de facto da campanha anti-Brexit em 2016.

 

 

As principais acções de política externa de Cameron enquanto Primeiro-Ministro foram as intervenções militares na Líbia e na Síria, que desestabilizaram ambos os Estados, facilitaram vagas maciças de migração ilegal para a Europa e abriram caminho para a ascensão do Estado Islâmico.

Desde que deixou o governo, tem movido influências em nome de empresas privadas e liderado um fundo de investimento China-Reino Unido no valor de mais de mil milhões de dólares.

Tem portanto o perfil certo para ocupar o cargo dos negócios estrangeiros num governo do elitista-globalista-não eleito Rishi Sunak. Fazem de facto um par de mafiosos perfeitinho.

Isto embora não deixe de ser estranho (ou até esquizofrénico) que um partido cujo eleitorado votou, na sua esmagadora maioria, a favor da saída do Reino Unido da União Europeia celebre assim o regresso ao poder de um europeísta convicto:

 

 

É preciso ter muito desdém pelos eleitores. Mas também é verdade que Rishi Sunak não precisa dos eleitores para nada. Chegou onde chegou sem eles, governa contra eles, e sabe perfeitamente que se algum dia for a votos, o que é nesta altura muito improvável, não vai ser eleito para coisíssima alguma.