O Chanceler alemão Olaf Scholz em campanha eleitoral . Maio 2021 . Michael Lucan . Creative Commons

 

Enquanto o país enfrenta um número recorde de entradas de migrantes ilegais, o chanceler alemão Olaf Scholz foi forçado a admitir que a situação está fora de controlo e prometeu iniciar deportações em “grande escala”.

Entre crescentes apelos em toda a Europa para o combate à imigração ilegal, na sequência dos ataques terroristas islâmicos e do aumento da incidência de crimes anti-semitas, o líder alemão juntou-se ao coro de chefes de estado e políticos europeus que finalmente reconhecem que as vagas de migração descontrolada têm que parar.

O chanceler disse à revista Der Spiegel.

“Estão a chegar demasiadas pessoas. Temos enfim que deportar em grande escala aqueles que não têm o direito de ficar na Alemanha”.

Os seus comentários surgem no momento em que os dados revelados pela Polícia Federal Alemã mostram que o país está a caminho de ultrapassar os níveis recorde de migração ilegal estabelecidos durante a Crise Europeia dos Migrantes de 2016, que ocorreu depois da antecessora de Scholz, Angela Merkel, ter “aberto as portas” da Europa a milhões de migrantes do Médio Oriente e de África.

De acordo com os dados da polícia divulgados pela emissora pública Deutsche Welles, só em Setembro, 21.366 imigrantes ilegais entraram na Alemanha, o número mensal mais elevado desde Fevereiro de 2016. No total, 92.119 entraram ilegalmente no país desde o início do ano, o que significa que 2023 está a caminho de ultrapassar o recorde de 112.000 ilegais que entraram em 2016.

As palavras do chanceler Scholz valem o que valem (muito pouco), já que o seu Partido Social-Democrata (SPD), de esquerda, e os Verdes, radicais parceiros de coligação no governo, há muito que se opõem a medidas para travar a migração ilegal.

Ainda assim, Scholz afirmou que o seu governo se manterá unido no aumento das deportações e alerta face ao fenómeno da imigração ilegal.

“Aqueles a quem não é provável que seja concedida autorização para permanecer na Alemanha, por não poderem invocar uma necessidade de protecção, têm de regressar. Para que isso seja possível, as autoridades públicas devem estar contactáveis 24 horas por dia, para que alguém possa ser efectivamente deportado quando a polícia federal o detiver”.

 

 

Scholz afirmou ainda que a Alemanha precisa de levar a cabo planos para digitalizar os registos no Serviço Federal de Imigração:

“Os procedimentos devem ser acelerados, com os pedidos de asilo e as entrevistas iniciais a terem lugar no local de acolhimento inicial. Os processos judiciais também devem ser acelerados. Em alguns Estados, as decisões iniciais nos processos de deportação são proferidas ao fim de quatro meses, enquanto noutros demoram 39 meses. Isto é inaceitável. Temos que deportar as pessoas com mais frequência e mais rapidamente”.

Os serviços de imigração alemães devem ser, por qualquer razão, os menos eficientes do estado germânico, que prima pela efectividade.

O chanceler anunciou ainda que a Alemanha também começou a tomar medidas para aumentar o rigor dos controlos nas fronteiras com os países vizinhos e que irá reduzir os incentivos às pessoas que permanecem ilegalmente no país.

Isto quer dizer que o estado alemão está de facto a oferecer incentivos para que os imigrantes ilegais permaneçam no país. E vai continuar a fazê-lo porque o chanceler quer reduzi-los e não eliminá-los.

A nível europeu, Scholz referiu que a classificação da Geórgia e da Moldávia – ambos futuros membros da UE – como “países de origem seguros” facilitará a deportação de migrantes para os países da Europa de Leste. Disse também que o pacto europeu sobre migração que está pendente exigirá que os refugiados sejam registados no primeiro país europeu a que chegaram “em vez de serem simplesmente encaminhados para a Alemanha”.

O pacto de migração – ao qual se opuseram a Hungria e a Polónia – vai obrigar, com pesadas sanções financeiras, todos os membros da UE a concordarem com um esquema de distribuição de imigrantes ilegais, o que significa que os países com maior incidência, como a Alemanha, poderão enviar os seus ilegais para outros países do bloco e punir os Estados que se recusarem a recebê-los.

Que solução genial.

 

 

Scholz não é o único dos líderes europeus a anunciar um aumento dos esforços de deportação. Na semana passada, o Presidente francês Emmanuel Macron apelou ao seu governo para que efectuasse uma análise “implacável” dos migrantes perigosos para deportação, depois de um professor do ensino secundário ter sido esfaqueado até à morte por um islamita requerente de asilo.

Os líderes da Bélgica e da Suécia também apelaram à UE para que reforce os seus poderes de deportação, depois de dois cidadãos suecos terem sido baleados e mortos nas ruas de Bruxelas, na passada segunda-feira, por um migrante tunisino que alegadamente jurou fidelidade ao ISIS.

 

 

Ainda na Suécia, o caos e a criminalidade provocados pela migração em massa chegou ao ponto de obrigar o governo a destacar o exército para repor a ordem. Porque a “diversidade” é um bem inestimável das sociedades europeias. Claramente.