Captain Marvel ou o descalabro

 

Os criaditos da Variety reconheceram finalmente que a Marvel, sob a égide do sindicato pedófilo que conhecemos por Disney, está a morrer.

Apesar de qualquer pessoa que tenha visto apenas um dos últimos cinco ou seis dos últimos filmes do franchise de heróis estapafúrdios estar ciente do descalabro técnico e criativo que representam, as coisas têm de ter caído num ponto irremediavelmente horrível para que esta publicação serva dos poderes instituídos em Hollywood anuncie a queda num artigo de capa, o que aconteceu esta semana.

Naturalmente, a Variety não se concentra nos dois maiores problemas da Marvel, a saber

1) filmes péssimos per si e

2) transformados em algo ainda pior (se possível) pela propaganda Woke.

Esses dois vectores prejudicaram a Marvel da pior maneira possível: a marca perdeu a confiança e a boa vontade do público.

É que foi isso que fez a Marvel ser a Marvel durante uma década: a boa vontade e o entusiasmo do público, que confiou que o franchise cumpriria os seus objectivos. O Contra nunca foi fã deste género, mas é um facto que os primeiros filmes foram bem sucedidos, com personagens icónicas e simpáticas em produções que queriam de facto e apenas entreter. Mas depois que Kevin Feige decidiu que havia algo de errado com a Marvel (era um universo racista, xenófobo e homofóbico) e matou as personagens que as multidões adoravam, castrou as outras e refez o Universo Marvel à imagem da religião woke – que está cheio de acção afirmativa, mensagens doutrinárias, política de activistas radicais de esquerda, sexualização gay e feminismo prepotente, enquanto teimava em evitar qualquer intenção de divertir as audiências – as receitas de bilheteira começaram a sofrer os horrores que a Disney merece completamente.

Obviamente, a Variety nunca teria a coragem moral de expressar estas verdades auto-evidentes, mas, ainda assim, retiram-se do artigo meia dúzia de problemas graves, a saber:

Jonathan Majors – O supervilão de “Kang, o Conquistador”, devia carregar às costas esta próxima fase da Marvel da mesma forma que o Thanos de Josh Brolin conduziu a anterior. Kang foi introduzido no fracasso de bilheteira do “Homem-Formiga”. É também um actor importante na série de streaming Loki, da Disney+ . Era suposto que essas produções preparassem o público para o que estava para vir, apesar do seu fraco desempenho, mas entretanto Majors viu-se envolvido num escândalo de alegado abuso de mulheres. Ironia das ironias, no universo Disney.

Um dos quadros da companhia que negociou o contrato de Majors declarou à Variety:

“A Marvel está mesmo lixada com toda a questão do Kang. E por causa da greve dos guionistas eles não tiveram a oportunidade de reescrever a saga até muito recentemente. Não vejo um caminho para avançar com ele”.

A Marvel exige trabalhos de casa no Disney+: O universo cinematográfico da Marvel não costumava exigir um doutoramento em lixo televisivo para ser seguido. A mitologia foi construída lentamente em cada filme. Para acompanhar, bastava ver um ou dois filmes por ano. Mas a Disney e Bob Iger mataram a galinha dos ovos de ouro ao recusarem-se a dar-lhe descanso. Depois dos “Vingadores: Endgame” veio uma série de streaming da Marvel atrás da outra. A ideia era promover a marca para vender subscrições do Disney+. O argumento de venda era o seguinte: Se queres acompanhar a mitologia da Marvel, tens de ver abominações como a She-Hulk e a Ms. Marvel e o Loki e assim sucessivamente… Seguir a mitologia Marvel tornou-se uma espécie muito desagradável de trabalho de casa.

Efeitos visuais terríveis: Todo o batalhão de efeitos visuais da Marvel, incluindo funcionários e fornecedores, está a lutar para acompanhar o ritmo de um fluxo interminável de produções. No passado mês de Fevereiro, quando os créditos rolaram na estreia mundial de “Quantumania”, o choque espalhou-se pelo Regency Village Theatre, em Westwood, por causa dos CGI de má qualidade.

Um veterano agente disse à Variety a este propósito:

“Em pelo menos 10 cenas, os efeitos visuais quer foram acrescentados à última hora estavam desfocados. Foi uma loucura. Nunca tinha visto nada assim na minha carreira. Toda a gente falava disso. Até os filhos dos executivos estavam a falar disso.”

A Marvel despediu a mulher que supervisionava os efeitos visuais, mas não foi por isso que os problemas técnicos desapareceram.

Sangria financeira em porcarias como “She-Hulk”: A Variety reporta somas investidas em subprodutos televisivos que deixam qualquer um perplexo. Por exemplo:

“Durante todo este tempo, a Marvel estava a sangrar dinheiro, com um único episódio de ‘She-Hulk’ a custar cerca de 25 milhões de dólares, fazendo parecer pequeno o orçamento de um episódio da última temporada de ‘Game of Thrones’ da HBO, mas sem atingir um estrondo semelhante”.

Um episódio – só um! – do fiasco She-Hulk custou 25 milhões de dólares? É preciso ser retardado para comprar acções da Disney.

A religião woke dirige a Marvel agora: A Disney aderiu ao culto da Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) com tal fanatismo niilista que até a Variety, woke por natureza, dá a entender, embora de forma algo tímida, que o verdadeiro problema da Marvel é politização extrema dos seus conteúdos:

À medida que as críticas do público aumentam, Feige está a desligar a ficha de guiões e projectos que não estão a funcionar. Caso em questão: o reboot de “Blade”. Com Mahershala Ali contratado para o papel epónimo de um vampiro, as coisas pareciam promissoras para uma data de lançamento em 2023. Mas o projecto passou por pelo menos cinco argumentistas, dois realizadores e um encerramento seis semanas antes da produção. Uma pessoa familiarizada com as alterações ao guião diz que, a certa altura, a história se transformou numa narrativa liderada por mulheres e repleta de lições de vida. Blade foi relegado para o quarto papel principal, uma ideia bizarra tendo em conta que o estúdio tinha Ali, vencedor de dois Óscares, a bordo.

Embora seja uma boa notícia o facto de Feige ter desligado a ficha, a questão mantém-se… Como é que se permite que as coisas saiam tão disparatadas do senso comum?

Isto é comportamento de culto.

“The Marvels” está prestes a afundar: O filme “The Marvels”, que estreia nos cinemas a 10 de Novembro, vai muito provavelmente dar prejuízo, segundo a Variety.

“O filme, que custou 250 milhões de dólares e vê Brie Larson a retomar o seu papel de Capitã Marvel, está a ser planeado para abrir com 75 a 80 milhões de dólares”.

Acrescentando os custos de marketing e distribuição, este filme terá de ultrapassar os 600 milhões de dólares em todo o mundo só para atingir o break even. Não vai ser fácil. E é natural que seja difícil: Ninguém gosta da Brie Larson (Captain Marvel). Ninguém gosta de Iman Vellani (Ms. Marvel). Ainda assim, o niilismo DEI da Disney investiu 250 milhões de dólares para juntar as duas insuportáveis raparigas.

A Marvel é um dos exemplos mais eloquentes do slogan “Get Woke, Go Broke”. Os seus primeiros 30 filmes renderam 30 mil milhões de dólares. Depois, a Marvel virou agência de propaganda política. Os resultados estão à vista.

Como o Contra noticiou, até o bem sucedido “Punisher” foi suspenso porque aparentemente agradava ao público conservador…

A única forma de salvar a Marvel será, se já não for tarde demais, acabar com doutrinação e voltar a contar histórias universais. Para o fazer, seria necessária coragem moral e vontade de enfrentar o clero woke. Mas como muitos dos seus bispos e arcebispos trabalham precisamente na Disney e em Hollywood, não podemos esperar milagres. Tanto mais que a esquerda radical prefere queimar tudo do que admitir o erro e regressar ao tipo de narrativas que une as pessoas em torno de valores comuns, em vez de nos dividir em linhas superficiais de identidade, raça e sexo.

As perspectivas são assim sombrias. Para a Disney. Porque para aqueles que rejeitam tudo o que a companhia do Rato Mickey hoje representa, não há razões para a melancolia. Se a Marvel for ao fundo, o que é que se perde no naufrágio?