O regime Biden está a ser acusado pela generalidade das mais proeminentes figuras do Partido Republicano, que responsabilizam a Casa Branca pelo ataque do Hamas a Israel no Sábado, ao fornecer milhares de milhões de dólares ao Irão, que financia e apoia o grupo terrorista.

De facto, em Setembro, a administração Biden permitiu a transferência de 6 mil milhões de dólares em activos congelados para o Irão, em troca da libertação de cinco americanos.

Na altura, a Casa Branca sublinhou que o Irão só poderia utilizar os fundos para “alimentos, medicamentos e equipamento médico que não tivesse utilização militar” – mas o Irão ignorou os termos e gabou-se publicamente de que iria utilizar o dinheiro como achasse pertinente.

Os candidatos presidenciais do Partido Republicano não perderam tempo para acusar a administração Biden de desempenhar um papel nos ataques sem precedentes de Sábado.

Donald Trump acusou o seu sucessor de financiar “indirectamente” o ataque do Hamas contra Israel. Num comunicado, o ex-presidente e actual candidato às presidenciais de 2024 afirmou:

“Estes ataques do Hamas são uma vergonha e Israel tem todo o direito de se defender com uma força esmagadora. Infelizmente, os dólares dos contribuintes americanos ajudaram a financiar estes ataques, que muitos relatórios dizem terem vindo da Administração Biden”.

O governador da Flórida, Ron DeSantis, comentou a este propósito:

“O Irão ajudou a financiar esta guerra contra Israel, e as políticas de Joe Biden ajudaram a encher seus cofres. Israel está agora a pagar o preço por essas políticas. Vamos apoiar o Estado de Israel, eles precisam de erradicar o Hamas e nós precisamos de fazer frente ao Irão”.

O ex-vice-presidente Mike Pence escreveu nas redes sociais:

“Isto é o que acontece quando o Presidente dos Estados Unidos projecta fraqueza na cena mundial, ajoelha-se perante os mullahs no Irão com um resgate de 6 mil milhões de dólares, e os líderes do Partido Republicano defendem a retirada da América como líder do Mundo Livre. A fraqueza desperta o Mal”.

 

 

 

O senador da Carolina do Sul Tim Scott, outro candidato às primárias do Partido Republicano, afirmou:

“O ataque terrorista de hoje do Hamas a Israel é um ataque à civilização ocidental. A verdade, porém, é que Joe Biden financiou esses ataques a Israel. A fraqueza da América é sangue na água para os maus actores, mas isto é pior do que isso. Não nos limitámos a convidar esta agressão, pagámos por ela. O Irão é o maior financiador do Hamas. Este é o pagamento de resgate de 6 mil milhões de dólares de Biden em acção”.

Scott publicou também um post no Twitter/X que vai de encontro às afirmações do seu rival nas primárias, Mike Pence:

 

 

Sem referir os milhões de dólares que a Casa Branca injectou nos cofres iranianos, a ex-embaixadora da ONU Nikki Haley, uma firme defensora de Israel, também condenou os ataques e apontou a ligação entre o Hamas e o Irão.

“Não se enganem: o Hamas é uma organização terrorista sanguinária apoiada pelo Irão e determinada a matar o maior número possível de vidas inocentes. Os relatos vindos de Israel são horríveis, com um número impressionante de mortos e feridos, e devem ser universalmente condenados”.

O empresário conservador Vivek Ramaswamy apelou aos EUA para que apoiassem Israel, acrescentando que estava

“chocado com os ataques bárbaros e medievais do Hamas”.

Na web, a reação foi praticamente a mesma, com os críticos da administração Biden a atacarem as chorudas verbas transferidas para o Irão.

Richard Grenell, antigo Director dos Serviços Secretos, escreveu em resposta a um tweet de condolências do Secretário de Estado Antony Blinken:

“Deu ao regime iraniano 6 mil milhões de dólares para lançar esta guerra. Demita-se!”.

No meio da tempestade de fogo, o subsecretário Brian Nelson afirmou:

“Todo o dinheiro depositado em contas restritas em Doha como parte do acordo para garantir a libertação de 5 americanos em Setembro permanece em Doha. Nem um cêntimo foi gasto”.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que a nação estava “em guerra” depois do Hamas – o partido militante que governa a Faixa de Gaza – ter lançado o seu ataque mais mortífero ao país em anos, com pelo menos 600 israelitas mortos, milhares de feridos e cerca de uma centena de cidadãos raptados.

Biden divulgou uma declaração sobre os ataques e sublinhou que estava em estreito contacto com Netanyahu.

“Os Estados Unidos condenam inequivocamente este terrível ataque contra Israel por parte dos terroristas do Hamas a partir de Gaza, e eu deixei claro ao Primeiro-Ministro Netanyahu que estamos prontos a oferecer todos os meios adequados de apoio ao Governo e ao povo de Israel. O terrorismo nunca é justificado. Israel tem o direito de se defender a si próprio e ao seu povo. Os Estados Unidos alertam para o facto de qualquer outra parte hostil a Israel procurar tirar partido desta situação. O apoio da minha administração à segurança de Israel é sólido e inabalável”.

O Conselho Nacional de segurança da Casa Branca afirmou também que os EUA condenam os ataques e que a administração se mantém firme com o seu aliado histórico. Em comunicado à imprensa, Adrienne Watson, porta-voz do NSC, declarou:

“Os Estados Unidos condenam inequivocamente os ataques não provocados dos terroristas do Hamas contra civis israelitas. Nunca há qualquer justificação para o terrorismo. Apoiamos firmemente o Governo e o povo de Israel e apresentamos as nossas condolências pelas vidas israelitas perdidas nestes ataques. O conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan falou com o conselheiro de segurança nacional israelita Tzachi Hanegbi e continuamos em estreito contacto com os nossos parceiros israelitas”.

Tanto Biden como a porta-voz do NSC não responderam porém a questões relacionadas com os seis mil milhões de dólares que podem estar a pagar o ataque que agora condenam.