Soldados da Divisão de Resposta Rápida da NATO, no exercício GREEN GRIFFIN . 21 de Outubro de 2021, Lehnin, Alemanha

 

 

Os próximos exercícios militares da NATO, denominados “Steadfast Defender” e previstos para o início de 2024, deverão ser os maiores simulacros de combate na Europa desde o fim da Guerra Fria, segundo noticiou o Financial Times.

Numa altura em que a guerra na Ucrânia se torna cada vez mais imprevisível e perigosa, uma vez que nem a Rússia nem o Ocidente mostram sinais de recuo, o FT escreve que

“A NATO está a preparar o seu maior exercício de comando conjunto desde a Guerra Fria, no próximo ano, reunindo mais de 40 mil soldados para praticar a forma como a aliança tentará repelir a agressão russa contra um dos seus membros”.

À semelhança dos jogos de guerra “Northern Coasts”, de menor dimensão, actualmente em curso nas águas do Báltico, a operação “Steadfast Defender” vai simular a forma como a aliança militar responderia a uma hipotética invasão russa.

Os responsáveis da NATO foram citados pelo FT como tendo dito que os exercícios planeados são vistos como uma parte essencial para

“demonstrar a Moscovo que a aliança está preparada para lutar”.

O “Steadfast Defender” está previsto para Fevereiro e Março, e é provável que seja visto como uma provocação por Moscovo, uma vez que, para além de decorrerem na Alemanha e na Polónia, os exercícios terão também lugar nos Estados Bálticos – que fazem fronteira com a Rússia. De acordo com o relatório do FT, que descreve em pormenor o gigante jogo de guerra com que a NATO pretende intimidar o Kremlin,

“Terá início na Primavera do próximo ano e prevê-se que envolva entre 500 e 700 missões de combate aéreo, mais de 50 navios e cerca de 41.000 soldados. Foi concebido para modelar potenciais manobras contra um inimigo formado por uma coligação liderada pela Rússia, denominada Occasus para efeitos do exercício.”

 

Área geográfica dos exercícios da NATO e o enclave russo de Kaliningrado

 

A linha costeira do Mar Báltico – onde a NATO tem vindo a aumentar o seu poderio militar – é muito importante para a Rússia, uma vez que o seu enclave estratégico de Kaliningrado está aí localizado, entre dois membros da NATO, a Polónia e a Lituânia. Os exercícios Defender do ano passado foram os maiores até à data e continuam a aumentar de dimensão de ano para ano.

Um relatório de Julho do Politico explicava que

“A NATO tem aumentado constantemente o seu controlo do Mar Báltico – uma porta marítima crucial para a frota russa, que tem bases perto de São Petersburgo e no enclave de Kaliningrado, fortemente militarizado”.

Durante a Guerra Fria, apenas a Dinamarca e a Alemanha, no extremo ocidental do Báltico, faziam parte da Aliança. A adesão da Polónia à NATO, em 1999, e das três repúblicas bálticas, em 2004, colocou a maior parte da costa sul deste mar sob o controlo do Tratado do Atlântico Norte.

 

 

Entretanto, a Rússia tem, por vezes, “respondido” a estes jogos com grandes exercícios no Mar Negro. Mas neste momento a região ocidental deste mar está em estado de guerra, uma vez que a marinha russa estão a lançar mísseis contra a Ucrânia a partir dessa região. E os Ucranianos bombardearam já por várias vezes o porto de Sevastopol, onde a Rússia tem uma importante base naval.